quinta-feira, setembro 05, 2013

Xeque-Mate

Dia 248
Lucky Number Slevin - 2006.
Dir: Paul McGuigan.
Elenco: Josh Hartnett, Bruce Willis, Lucy Liu, Morgan Freeman e Ben Kingsley


Xeque-Mate é um filme feito para ser visto sem que se saiba absolutamente nada a respeito.
Portanto esse texto acaba aqui, desligue o PC e vá ver!
Não foi? Ok.
Lucky Number Slevin, de 2006, dirigido por Paul McGuigan (olho nesse sujeito) é um negócio difícil de falar a respeito, fazer uma sinopse então... Classificar o longa em um gênero só é impossível, mas aqui vamos nós.
‘LNS’ começa com uma série de assassinatos aparentemente conectados, mas nenhuma explicação é dada. Logo de cara presenciamos um pequeno banho de sangue bastante agressivo, sem cortes, sem viradas estratégicas de câmera, mas sem se tornar pornograficamente violento. E esse começo dá o tom do longa, que ainda envereda por um humor negro bastante britânico em alguns momentos.
Daí sujeito aleatório em uma aeroporto (ou rodoviária, não fica claro), sentado em uma cadeira esperando um avião (ou ônibus) quando surge, do nada, em uma cadeira de rodas um sujeito bastante conhecido nosso: Bruce Willis. O cara não se identifica, mas puxa assunto com o maluco aleatório e começa a contar uma historinha. O sujeito não dá muita atenção, mas em certo momento se vê envolvido pela história do outro. É quando ele conta sobre uma tal Manobra Kansas City (É quando todos olham para a direita... E você vai para a esquerda) e sobre um caso de corridas de cavalo. Na história o cara conta sobre um outro sujeito, um pai de família, que fica sabendo de um esquema de corrida de cavalos infalível e aposta tudo, o que tem e o que não tem, na pata dos cavalos. Um cavalo específico, um anabolizado e teoricamente infalível, que na reta final da corrida que deveria dar ao nosso pai de família uma grana preta, cai e perde a corrida. O cara enlouquece. Sai correndo do... qual o nome do lugar onde cavalos correm? Cavalódromo? Sai correndo desesperado para o estacionamento do cavalódromo e se depara com um atordoante vazio: a vaga onde havia estacionado seu carro está completamente vazia. O problema é que o cara havia deixado o filho dentro do carro. Um flashback nos mostra que para fazer a aposta o sujeito procurou pessoas perigosas, envolvidas com mafiosos, chegando mesmo a ser diretamente ameaçado caso não pudesse pagar a aposta que acabara de fazer.
Então dois capangas de filme de gangster abordam o sujeito, pegam-no à força e o levam a um cativeiro, onde o espancam até a morte. Um sujeito vai até a casa dele e assassina sua mulher à queima roupa. E outro fica responsável por dar conta do filho dele.
Depois de contar a história o personagem do Bruce Willis simplesmente mata o cara, o coloca em uma cadeira de rodas e o joga dentro de um caminhão.
Só então conhecemos nosso protagonista: Slevin Kelevra (Josh Hartnett no papel de sua vida), um sujeito que acabou de chegar na cidade e se hospedou na casa de um amigo de infância. Chegando na cidade o cara foi roubado, levou uma surra e o tal amigo nunca deu as caras. Antes disso ele havia perdido o emprego e descoberto que a namorada o traía.
Enfim, ele está enfrentando alguns dos piores dias de sua vida. Para completar o cara conhece a vizinha matraca do amigo cuja casa ele está hospedado, Lindsey (Lucy Liu em uma personagem apaixonante), o que não é uma das piores partes disso tudo. Porém o que já estava ruim fica um pouco pior quando dois caras chegam na porta de Slevin e o obrigam a encontrar um mafioso chamado apenas de Chefe (Morgan Freeman), que o confunde com o amigo que desapareceu, fala pra ele que o cara deve uma grana preta e diz que se ele não fizer um “favor” a ele, Slevin morre. O favor: matar o filho de um outro gangster, O Rabino (Ben Kingsley), que havia matado seu filho tempos antes.
O cara volta pra casa atordoado, sem saber o que fazer e então é abordado por mais dois caras, judeus mal encarados pacas, que o obrigam a encontrar ninguém menos que o próprio Rabino em pessoa, que também o confunde com o amigo desaparecido e o faz uma proposta menos generosa: acontece que o amigo de Slevin também deve uma grana ao Rabino, que o dá 48 horas para pagar. Ou ele simplesmente vai mata-lo, sem oferta, sem vaselina.

Então Slevin volta pra casa, reencontra Lindsey e os dois começam a investigar o desaparecimento do amigo do cara, chegam à conclusão de que o cara sumiu e deixou Slevin pra pagar o pato e, obviamente, se envolvem afetivamente.
Enquanto isso, em todos esses encontros, um cara misterioso observa tudo por trás das cortinas, sem nunca se envolver diretamente com Slevin, sem nunca aparecer enquanto o sujeito estiver no ambiente. Seu nome é Goodkat, um assassino violento e frio interpretado por... Bruce Willis.
Primeiramente Xeque-Mate envolve o expectador pela curiosidade. Há algo de errado acontecendo, explicações são dadas sobre isso o tempo inteiro, mas nenhuma delas parece responder alguma coisa. O filme é permeado por um humor britânico veloz que deixa o expectador desconcertado enquanto cria-se uma aura misteriosa em volta do personagem de Willis e, até mesmo o de Hartnett, sempre deixando-nos cheios de perguntas, mas tendo a certeza de que elas serão respondidas. A primeira parte em si prende pelo humor rápido e pelas situações e pessoas com quem Slevin se envolve, querendo ou não, mas é quando a segunda parte se inicia que o filme brilha.
Há um plot twist absurdo em certo momento do longa que deixa o expectador desnorteado, é uma pancada segura que junta quase todas as peças do quebra cabeças que vinham se formando e amarram algumas das pontas soltas deixadas propositalmente pelo caminho.
E é quando chega o final que você leva mais uma porrada, essa ainda mais violenta, que fecha o filme com chave de ouro e te deixa com aquela sensação de quem levou uma surra e com um sorriso na cara.
Esse foi um texto meio maluco, meio desestruturado, mas eu queria muito recomendar Xeque-Mate sem dar grandes spoilers, por que o filme vale ser visto sem que se saiba nada a respeito.
Se não serviu para convencer, então toma essa: o diretor Paul McGuigan é um dos criadores da série Sherlock e assina direção da maioria dos episódios dela. E o longa tem toda uma cara de Sherlock, tem toda a acidez e a agilidade da série da BBC.
Vai por mim, você vai me agradecer quando assistir essa pequena obra prima.

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