Dia 263
Fala, macacada! Como é que vocês estão? Quem aí vai ver o
show do Bon Jovi no Rock in Rio hoje? Que massa, eu também não vou! Aliás, por
falar em Rock in Rio e Bon Jovi, aproveitando a deixa da noite romântica do
maior festival da música mundial dessa semana, eu não poderia falar de outra
coisa senão...
Uma coisa que não tem absolutamente nada a ver com o
assunto. É, eu só queria falar mal do Bon Jovi. Aliás, dia desses tinha um
maluco num karaokê aqui perto de casa que estava cantando uma música do BJ. Só
que ele estava cantando tão mal que eu fiquei em dúvida se não era o Bon Jovi
em pessoa se apresentando aqui por perto...
Chemical Brothers... Como é que a gente demorou tanto pra
falar desses caras? E vou te contar, hein? Daft Punk é sensacional, lançou esse
ano a música da década (Get Lucky) em um dos melhores álbuns do ano (Random
Access Memories) mas, para mim, ouvir Chemical Brothers sempre foi mais bacana
de ouvir que o Punk!
Há quem diga que música eletrônica é feita para se dançar
e não para se ouvir. Aliás, acho que foi Liam Gallagher do Oasis (e agora do
Beady Eye) quem disse isso. Curioso por que duas das melhores músicas de Singles
93-03, a coletânea dupla do que há de melhor do Chemical, são em parceria com
Noel Gallagher, o irmão bonzinho do Liam.
Eu tenho de dizer que discordo do Gallagher malvado (o
Liam), acredito que ele nunca tenha ouvido um disco do Chemical (do Daft Punk
ele ouviu com certeza, e todos sabemos que ele adorou).
Então vamos ao disco: Singles 93-03 é, como é de se
imaginar, uma daquelas coletâneas de greatest hits que viaja dos primórdios da
banda aos já longínquos dias do ano 2003, tornando-se praticamente um documento
histórico que relata detalhadamente a evolução do mais notório grupo de música
eletrônica em atividade. O que mais me atrai no som dos caras é o elemento
sombrio e pesado que eles imprimem à própria música. A sensação de opressão é
digna de filmes distópicos passados em futuros governados por líderes
totalitaristas, o som repetitivo causa uma desorientação, uma perda de
identidade meio mecânica e até mesmo as músicas mais dançantes causam sensações
estranhas em quem as ouve. São dois discos nessa brincadeira, 24 músicas nessa
viagem alucinada, neurótica e dopada. Quem precisa de alucinógenos em um mundo
no qual existe Chemical Brothers?
Os momentos mais fantásticos do disco se devem a 3
músicas em especial (apesar de que todas mereceram seu lugar na coletânea): a
viciante Setting Sun (que conta com os vocais do Gallagher gente boa), a
conhecida e épica Block Rockin’ Beats e a inusitada pareceria com o Flaming
Lipps em The Golden Path.
Um disco alucinante, sombrio, dançante e hipnótico,
recomendo aos apreciadores de música eletrônica/rock progressivo. E aos fãs do
Skrillex, eu lhes apresento música de qualidade. Quero que vocês saibam que,
com um pouquinho a mais de talento, dá pra fazer música eletrônica de
qualidade.
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