Minha Mãe É Uma Peça - André Pellenz (Por Michel Euclides)

Dia 223.

Estava eu numa daquelas sextas-feiras que ameaçavam ser apenas mais uma noite chata, pois tinha de dar expediente na escola em que trabalho na sexta à noite. Menos ruim saber que era uma sessão de cinema. Mas, e se fossem passar Crepúsculo? Não tenho a opção do suicídio.

Fui para lá meio sem esperanças, mas tive uma surpresa inusitada e agradável: um filme nacional que tinha sido bem falado por Mauricélia, Leonardo e Emanuel Sasso - então eu tinha de dar pelo menos o benefício da dúvida.


O filme "Minha Mãe É Uma Peça", é uma adaptação da peça teatral de mesmo nome, de Paulo Gustavo. Dirigido por Andre Pellenz, conta ainda com um elenco de atores "globais" como  Ingrid Guimarães, Herson Capri, Suely Franco, Mônica Martelli, Samantha Schmütz e Alexandra Richter. Mas isso não deixa o filme ruim. Não de todo.

O roteiro não é essas Brastemps, mas funciona: Dona Hermínia (Paulo Gustavo) é uma senhora de meia idade divorciada, mãe de três filhos, dos quais dois ainda vivem com ela, apesar de serem maiores de idade. Ela se magoa com o que os filhos pensam dela, e sai de casa para "dar um gelo" neles. Enquanto está fora, relembra bons, maus e hilários momentos de sua vida.

O filme só sai da linha quando, no fim, perde o foco, deixando de ser uma comédia-drama intimista.

O grande barato do filme é mesmo o Paulo Gustavo como o arquétipo de mãe - faladeira, cheia de palavrões, meio bruta mas secretamente adoradora dos filhos.

A mãe de todos, totalmente reconhecível em alguns aspectos - às vezes muitos.

Vale a pena.

Valeu!