quinta-feira, abril 04, 2013

Ten - Pearl Jam, ou: Um Pouquinho De Raiva Faz Bem Sim, Obrigado.

Michel 87. Dia 93.

Semana de cão, eu diria. Coisas simples, que na rotina se encaixam normalmente, aqui se perdem em choques desnecessários e pequenos conflitos que nos cansam e nos vencem por acumulação.

Ceder à pressão ou explodir em fúria?

Opção "b", please.

E aqui entra Pearl Jam com seu álbum de estréia, o magnífico e furioso "Ten" (1991). O incrível? Escutar este disco e pensar: puxa, já fazem vinte e dois anos?

Atual, raivoso, angustiado, amargurado, sujo... um grito de raiva e de revolta. Arrependimentos, culpa, possibilidades perdidas... tudo isso trazido pela voz rouca e poderosa de Eddie Vedder, um dos caras mais fodásticos da música hoje.


Um som cheio de personalidade, profundo, verdadeiro, dolorido... um Rock intenso, que soa como uma hemorragia, ou como uma explosão. Uma implosão, eu diria. Guitarras e violões agressivos e suaves ao mesmo tempo, uma contradição - ou mesmo uma necessidade, eu diria. Um desejo daquilo que em nós é rejeitado e escuro, deixado de lado na tentativa de ser esquecido. Aquilo que em nós é negado e obscurecido pelo disfarce que escolhemos usar.

E como dói perceber esta tendência ao conformar-se, ao deixar-se levar pelo conforto e pelo sossego... Como dói entregar-se suavemente à tentação de simplesmente se deixar ficar ali, à mercê da inércia...


Ouvir/viajar Pearl Jam é ir aonde nenhum outro ser humano jamais foi nas profundezas de seu abismo interior, olhar para dentro daquela fenda de fogo, enxofre e escuridão e sorrir um sorriso assustado diante daquelas eternidades.

Mas ainda assim olhar. E ainda assim, temeroso, furioso, destrutivo, desagregador... ainda assim ousar permanecer coeso, sair para tomar um ar, pensar no que se tem e no que nãos e quer perder.

Porra, Pearl Jam. Que viagem.

Jeremy spoken in class today.


Libertar a fúria às vezes ajuda. Mesmo com as consequências, não é sábio ser o cara legal o tempo todo. As sombras crescem demais.


Um disco perfeito para refletir sobre aquilo que em nós é escuro e profano.

Ou continuar negando, as always.

Escute no volume máximo enquanto navega o Mar de Monstros. Som e fúria, sem clichês.

Nenhuma música ruim = cinco luas.

Boa noite a todos. E boa viagem.

Um comentário:

  1. Lembro que um irmão meu tinha um disco vermelho desses caras, inicialmente pensei que era uma coletânea, qualidade da porra!! Um rock suado!! Com essas características que você citou no post. Raivoso por excelência.

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