Dia 110 - Felipe Pereira 107
Intruders - 2011
Dir: Juan Carlos Fresnadillo
StarElenco: Clive Owen, Carice van Houten, Ella Purnell
Duas famílias: uma vive na Espanha e outra nos EUA. Na
primeira, formada apenas por uma mãe solteira e um filho de sete anos, Juan, o
menino é atacado todas as noites em seus sonhos por uma criatura sombria e
sinistra que quer feri-lo por alguma razão, sem que a mãe possa fazer nada. Na
segunda, um casal com uma filha adolescente, após a garota encontrar numa velha
árvore uma caixa com uma história escrita guardada dentro, coisas estranhas
começam a acontecer e a garota começa a perceber uma presença dentro de seu
quarto. Apesar de as duas famílias nunca terem se conhecido nem mantido
contato, os dois acontecimentos aparentemente estão ligados e a mesma criatura
parece assombrar as duas crianças e sua aparição parece ir ganhando força
conforme o medo vai crescendo nelas. Ao mesmo tempo em que todas as pessoas ao
redor vão perdendo a crença em que exista realmente alguma coisa acontecendo. Até
que o pai da garota, interpretado por Clive Owen, também passa a ver a coisa
que assombra sua filha.
Intruders tem uma história comum, meio batida e abusada
ao extremo em todas as dezessete continuações de filmes do Freddie Krueger. Mas
a execução é competente, mesmo tendo de admitir que o diretor Juan Carlos
Fresnadillo já teve dias melhores em sua carreira.
O desenrolar da trama é meio arrastado e, para um filme
tão curto, fica com muita cara de encheção de linguiça (mas quem sou eu pra
falar disso?). As atuações são contidas, sem grandes novidades (o que com Clive
Owen quer dizer que é algo acima da média, até sem se esforçar é impossível não
acreditar no personagem do cara). Também é bom destacar a participação de
Daniel Brühl, no papel de um padre que ajuda (ou tenta) a família do garoto,
que também não faz lá grandes coisas, mas é no mesmo nível do Owen.
No todo, Intruders é um filme com um roteiro preguiçoso e
com atuações e reviravoltas bacanas. E tecnicamente (tirando um ou outro efeito
cretino demais) o filme é muito fluido. A direção de Fresnadillo é orgânica e dá
ao filme um clima meio pesado bastante necessário. O final é um negócio meio
maluco: ele é extremamente óbvio, o filme inteiro é cheio de pistas de que a
resolução será aquela, pistas que são esfregadas na sua cara, mas você não se
toca. Eu pelo menos não me toquei até que vi. Eu gosto muito de finais assim,
que revelam algo óbvio que dá à trama um ar completamente inesperado, que te
faz repensar o filme inteiro. Intruders é como A Chave Mestra e Identidade, um
filme com um final desse tipo. Apesar de o roteiro de Identidade ser um pouco
menos preguiçoso.
Além de fazer uso da teoria da qual gosto muito, que diz
que (SPOILER!!!) se você acredita ou teme algo com muita força, esse algo passa
a existir. E a pegada de terror espanhol dá um charme ao negócio, daí a meia luinha :)
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