sábado, abril 20, 2013

Intrusos

Dia 110 - Felipe Pereira  107
Intruders - 2011
Dir: Juan Carlos Fresnadillo
StarElenco: Clive Owen, Carice van Houten, Ella Purnell 


Duas famílias: uma vive na Espanha e outra nos EUA. Na primeira, formada apenas por uma mãe solteira e um filho de sete anos, Juan, o menino é atacado todas as noites em seus sonhos por uma criatura sombria e sinistra que quer feri-lo por alguma razão, sem que a mãe possa fazer nada. Na segunda, um casal com uma filha adolescente, após a garota encontrar numa velha árvore uma caixa com uma história escrita guardada dentro, coisas estranhas começam a acontecer e a garota começa a perceber uma presença dentro de seu quarto. Apesar de as duas famílias nunca terem se conhecido nem mantido contato, os dois acontecimentos aparentemente estão ligados e a mesma criatura parece assombrar as duas crianças e sua aparição parece ir ganhando força conforme o medo vai crescendo nelas. Ao mesmo tempo em que todas as pessoas ao redor vão perdendo a crença em que exista realmente alguma coisa acontecendo. Até que o pai da garota, interpretado por Clive Owen, também passa a ver a coisa que assombra sua filha.
Intruders tem uma história comum, meio batida e abusada ao extremo em todas as dezessete continuações de filmes do Freddie Krueger. Mas a execução é competente, mesmo tendo de admitir que o diretor Juan Carlos Fresnadillo já teve dias melhores em sua carreira.
O desenrolar da trama é meio arrastado e, para um filme tão curto, fica com muita cara de encheção de linguiça (mas quem sou eu pra falar disso?). As atuações são contidas, sem grandes novidades (o que com Clive Owen quer dizer que é algo acima da média, até sem se esforçar é impossível não acreditar no personagem do cara). Também é bom destacar a participação de Daniel Brühl, no papel de um padre que ajuda (ou tenta) a família do garoto, que também não faz lá grandes coisas, mas é no mesmo nível do Owen.
No todo, Intruders é um filme com um roteiro preguiçoso e com atuações e reviravoltas bacanas. E tecnicamente (tirando um ou outro efeito cretino demais) o filme é muito fluido. A direção de Fresnadillo é orgânica e dá ao filme um clima meio pesado bastante necessário. O final é um negócio meio maluco: ele é extremamente óbvio, o filme inteiro é cheio de pistas de que a resolução será aquela, pistas que são esfregadas na sua cara, mas você não se toca. Eu pelo menos não me toquei até que vi. Eu gosto muito de finais assim, que revelam algo óbvio que dá à trama um ar completamente inesperado, que te faz repensar o filme inteiro. Intruders é como A Chave Mestra e Identidade, um filme com um final desse tipo. Apesar de o roteiro de Identidade ser um pouco menos preguiçoso.
Além de fazer uso da teoria da qual gosto muito, que diz que (SPOILER!!!) se você acredita ou teme algo com muita força, esse algo passa a existir. E a pegada de terror espanhol dá um charme ao negócio, daí a meia luinha :)
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