Michel 114. Dia 119.
Friedrich Nietzsche
Escutar Daft Punk é dar vazão àquilo que em nós é digital e beat. É viajar na batida, curtir a vibe, balançar a cabeça, esquecer do tempo e do espaço. Quase sem sentir você começa a balançar a cabeça e a bater o pé no ritmo.
Daft Punk fala direto a nós por meio do som e do sangue, afetando a eletricidade que há em nós, e as reverberações. É uma coisa meio contraditória, um lance ultra moderno que atinge diretamente as camadas mais inferiores de nós. Mas sem violência, sem esperança, sem um sentido necessário. Música em si, por si, para curtir, pra se diluir na vibração.
"Human After All" (2005) é Daft Punk na mais pura essência, mas com uma crítica embutida à sociedade do consumo digital e aos consumidores passivos de mídia. É um pedido, é uma ordem: saia da frente da TV, saia da frente do computador - e viva.
Dance.
Curtir Daft Punk é um negócio meio transcendental. Cruzar a barreira da simples existência rotineira e se perguntar "o que me faz ser quem/o que eu sou?". É acessar uma realidade alternativa onde a música fala para além da linguagem verbal ou gestual. É ir direto ao ponto. É ser humano apesar de tudo.
É apenas dançar, como queria Nietzsche. E deixar para trás os estáticos, os planejadores, os normais.
Put your helmet on, baby, and let's dance.
"Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nem uma vez! E falsa seja para nós toda a verdade que não tenha sido acompanhada por uma gargalhada!"
Friedrich Nietzsche
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