Michel 95. Dia 100.
Eu aprendi a tocar violão há mais ou menos doze anos atrás. Eu quase não tenho talento: o que me ajuda é uma voz de barítono bastante potente e um ouvido afinado - isso faz com que as pessoas se foquem na voz e esqueçam o sofrimento do meu violão.Mas estamos aqui hoje para falar de alguém que tocava de verdade, um deus do violão: Dilermando Reis. Esse homem foi um dos maiores violonistas do mundo. Seu estilo original de tocar faz com que a música brote do violão com violência e amor tão grandes que chega a ser hipnótico. Sua velocidade, suas variações, o domínio do instrumento... raramente se viu ou se vê alguém tão talentoso.
"Gotas de Lágrimas" (1963/1965) é um disco absurdamente maravilhoso. Cheio de sentimentos de ternura, saudade e solidão, transforma qualquer ouvinte casual em admirador imediato. A tristeza flui poderosa dos acordes de Dilermando, rompendo a pele e os músculos, passando através dos ossos e chegando diretamente à alma.
É impossível não se admirar a música desta divindade da música brasileira.
Infelizmente Dilermando é bastante desconhecido pela maioria dos mortais. Claro, fica difícil privilegiar a música do rapaz quando se tem como concorrentes o MC Naldo e o Bonde Das Maravilhas. Mas, enfim, cito Mark Twain:
"Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."
Aventurar-se ao escutar Dilermando Reis foi uma das coisas mais saborosas que eu já fiz estes últimos dias. Um prazer, um deleite ao qual me entreguei completamente, e que faço questão de compartilhar com vocês.
E sim, um violão pode fazer um puta estrago a um coração, desde que seja tocado com verdade e paixão.
Boa noite, e que venha logo o fim de semana. Logo, por favor!
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