segunda-feira, abril 15, 2013

Colateral

Dia 105 - Felipe Pereira  101
Collateral – 2004
Dir: Michael Mann
Elenco: Tom Cruise, Jamie Foxx, Jada Pinkett Smith

Max (Jamie Foxx) é taxista em LA há doze anos. Segundo ele próprio, já fez corridas para os mais diversos tipos de pessoas. De artistas famosos a cafetões. Ele tem dezenas de histórias para contar sobre esses doze anos de profissão. Mas nenhuma delas é tão incrível quanto o dia em que um matador de aluguel o obrigou a dirigir por uma noite inteira, visitando e executando várias pessoas de diferentes tipos.
O cara se chama Vincent (Tom Cruise), um sujeito pouco comum. O cabelo totalmente branco, apesar de não parecer tão velho para isso, veste-se de forma extremamente elegante e mata pessoas a sengue frio, como se fosse algo que todo mundo faz em qualquer dia comum.
E Vincent praticamente toma Max como refém, obrigando-o a ir aos mais sombrios lugares da cidade para caçar.
Se um dia eu fosse fazer um filme, gostaria muito que o resultado fosse algo como Colateral. Por uma série de fatores que estão presentes em quase toda a filmografia do diretor Michael Mann e que são extrapoladas ao máximo nesse filme com uma manha e uma coragem que poucos diretores se dispõem a ter. Desde o clima pouco usual, ao ritmo mais brando (que se assume frenético em pontos chave), à fotografia granulada, a trilha sonora eclética que mistura jazz e blues a música eletrônica e rock moderno e, para finalizar as atuações fora do comum (e do lugar comum) de Jamie Foxx e Tom Cruise.
Os dois passam juntos pelas mais diversas situações e, em certo ponto, dão tão na telha com a matança que, não sendo suficiente a noite desgraçada que estão tendo (o que para Vincent é só mais um dia de trabalho) passam a ser caçados por batalhões inteiros da polícia.
As vítimas de Vincent são das mais variadas. Vão de orientais em uma boate lotada, (uma das sequências mais impressionantes, na qual o filme se assume como um thriller de ação por alguns segundos) a um cantor de Jazz de clube, no ponto em que o personagem de Cruise se mostra mais frio e assustador.
Depois de um tempo, as coisas vão se esclarecendo e os motivos de Vincent vão sendo revelados, o que dá um rumo à trama que, antes, se sustentava principalmente pelos dois personagens principais. E mesmo após isso o filme mantém sua ideia principal, mantém o realismo quase documental característico do diretor, ganhando força, ganhando ritmo e desenvolvendo e aprofundando-se cada vez mais em Vincent, até chegar ao seu clímax sensacional, o que não chega a ser um final feliz, mas também não torna-se totalmente trágico.
Colateral é um filme violento dentro de um contexto realista que não foge em momento algum ao que se propõe. As situações mostradas são excelentes, gerando no expectador uma empatia instantânea por várias das vítimas de Vincent, o que só serve para nos chocar ainda mais pela frieza do sujeito. Foxx e Cruise funcionam muito bem juntos, dão à trama uma tensão absurda, aquela sensação de que a qualquer momento algo de muito grave vai acontecer, alguma coisa vai explodir. E a ação mais pé no chão é a cereja do bolo.

PS: a cena em que toca Shadow On The Sun é espetacular.
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Um comentário:

  1. Excelente crítica para um excelente filme. Cinco luinhas, Felipe!

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