Dia 107 - Felipe Pereira 104
Attack The Block - 2011
Dir: Joe Cornish
Elenco: Jodie Whittaker, John Boyega, Alex Esmail.
Você lembra de Super 8, certo? Um grupo de crianças
americanas, todas bonitinhas e boazinhas, encontram um alien que sequestra e
come seres humanos e ensinam a ele o valor do perdão e, então, o deixam partir
ao som da bela trilha sonora de Michael Giacchino. Eu dei essa esculhambada na história,
mas é bem isso mesmo, precisamos admitir, apesar de que eu adoro a versão de ET
– O Extra Terrestre pelas mãos do JJ Abrams.
Agora imaginem a mesma situação, grupo de crianças que
encontra um alien, só que, ao invés de meninos americanos bonzinhos, dessa vez
temos um grupo de delinquentes britânicos que não faz esforço algum pra ganhar
sua simpatia. E ao contrário dos jovenzinhos americanos, ao invés de libertar o
bicho, eles decidem cair na porrada com o alienígena! Logo de cara eles matam a
facadas e chutes o primeiro que cai em solo da rainha. Não satisfeitos, enfiam
o bicho morto numa mochila pra mostrar aos amigos.
Essa é a trama de Ataque ao Prédio, filme de 2011 do
diretor Joe Cornish, que costumava fazer figuração nos filmes do Edgar Wright e
dividiu com ele os créditos do roteiro de As Aventuras de Tintin (além de
escrever o roteiro de Homem Formiga). Um filme meio surtado (muito chá de erva
nas ideia) que acompanha o mencionado grupo de marginais ingleses (incrível
como até as gírias de filme de gueto soam bem no sotaque britânico) numa guerra
contra um grupo de alienígenas que invade o prédio em questão.
Não fosse suficiente ter monstros do espaço espalhados
pela vizinhança matando tudo o que se move, a gangue ainda tem de lidar com traficantes
locais que parecem ser ainda mais perigosos que as coisas que os caçam,
culminando num embate épico entre bandidagem desse e de outros mundos.
Ataque ao Prédio não é uma obra que segue padrões, não é
o que se pode chamar de politicamente correto, não tem protagonistas bonitinhos
(o protagonista, Moses, é uma versão adolescente do 50 Cent), não faz esforço
algum para gerar empatia entre o espectador e os personagens e, se o espectador
ainda assim se importa com eles é por que eles são bem feitos e desenvolvidos.
É um filme de ação frenético e agressivo com uma trilha
sonora meio insuportável (não importa se é americano ou britânico, hip hop não
me agrada de maneira alguma) e um visual muito bacana (destaque para o visual
dos aliens, totalmente negros, só mostram os dentes luminosos o filme todo,
estilosos demais!). De todo o elenco o mais conhecido é Nick Frost e seu
personagem é o mais inútil de sua carreira, de resto são todos atores
estreantes ou não tão conhecidos, mas o elenco foi bem escolhido.
Lá pro final o filme toma uns rumos bem esquisitos
(espada samurai?), mas você já tá bem imerso naquela loucura, nem se importa
tanto assim.
Tem seus altos e baixos, mas a ideia é tão bacana
(hooligans vs aliens) que você os deixa pra lá em benefício da diversão. O
saldo é positivo.
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