quinta-feira, março 28, 2013

Stake Land - Amanhecer Violento

Dia 87- Felipe Pereira
Stake Land - 2010
Dir: Jim Mickle
Elenco: Connor Paolo, Nick Damici, Kelly McGillis

Imagine Karate Kid e Eu Sou A Lenda no mesmo pacote: Stake Land.
Filme indie, baixo orçamento, atores pouco conhecidos e diretor em seu segundo trabalho (o primeiro nem eu vi), tudo para ser apenas mais um daqueles filminhos que ninguém assiste (e, bem, é mais um desses), mas eis que surge a surpresa...
Stake Land não vence pela originalidade, nem pelos efeitos especiais, nem por nada disso, vence pelo conjunto da obra bem executado: uma direção competente, um par de atores convincentes e o nosso querido mundo pós apocalíptico no qual não existem leis e o ser humano seria o pior dos inimigos, não fossem os vampiros.
A história é essa: um dia o mundo é invadido por vampiros, uma epidemia sinistra que arrasa a humanidade, transformas as pessoas em criaturas irracionais e extremamente violentas e não demora até que a sociedade entre em colapso. Logo no começo dessa catástrofe uns desses monstros invadem a casa do jovem Martin (Connor Paolo, que daria um Jeffe Buckley respeitável se fosse mais velho) e matam a família do cara inteira, não poupam ninguém. Quando estava prestes a virar presa dos carniceiros o garoto é resgatado por um sujeito misterioso e tão agressivo quanto os monstros, conhecido apenas como Mister. Mister não só salva a vida de Martin, como também meio que o adota e os dois passam o resto de suas vidas tentando sobreviver a esse novo e desgraçado mundo.
Stake Land é um daqueles filmes meio desesperançosos que enxergam o futuro de uma forma pessimista, com um clima pesado e uma fotografia sombria, no qual não há muita fé para a humanidade. Filmes como o próprio Eu Sou A Lenda, A Estrada ou Acquaria, aquele da Sandy, lembra?
Sério, sem piada, esquece Acquaria.
O que eu dizia é que, mesmo com um orçamento visivelmente baixo (sério, é visivelmente baixo MESMO), o diretor Jim Mickle conseguiu obter um resultado surpreendente e um filme competente e estiloso pra caramba. Os vampiros irracionais são mais zumbis que vampiros, mas são assustadores. As situações extremas nas quais a dupla de protagonistas se mete são cada vez mais cruéis e terríveis e quase não resta esperança para eles no fim das contas. Sem falar que o filme tem todo um jeitão de road movie, daqueles em que se conhece um monte de pessoas e suas vidas vão sendo mudadas (de um jeito nem sempre muito bom), aquela coisa toda.
Como não podia ficar sem um subtítulo emburrecedor, Stake Land chegou por aqui seguido por um bem infame “Amanhecer Violento”, mas antes disso chegou-se a cogitar “Terra da Estaca”. Dos males o menor, né?
Mas não deixe de ver achando que é uma daquelas coisas que você termina de ver e vai cortar os pulsos, o final dá uma pontinha de esperança no meio do mar de lama que o filme se encontra.
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