Dia 87- Felipe Pereira
Stake Land - 2010
Dir: Jim Mickle
Elenco: Connor Paolo, Nick Damici, Kelly McGillis
Imagine Karate Kid e Eu Sou A Lenda no mesmo pacote:
Stake Land.
Filme indie, baixo orçamento, atores pouco conhecidos e
diretor em seu segundo trabalho (o primeiro nem eu vi), tudo para ser apenas
mais um daqueles filminhos que ninguém assiste (e, bem, é mais um desses), mas
eis que surge a surpresa...
Stake Land não vence pela originalidade, nem pelos
efeitos especiais, nem por nada disso, vence pelo conjunto da obra bem executado:
uma direção competente, um par de atores convincentes e o nosso querido mundo
pós apocalíptico no qual não existem leis e o ser humano seria o pior dos
inimigos, não fossem os vampiros.
A história é essa: um dia o mundo é invadido por
vampiros, uma epidemia sinistra que arrasa a humanidade, transformas as pessoas
em criaturas irracionais e extremamente violentas e não demora até que a
sociedade entre em colapso. Logo no começo dessa catástrofe uns desses monstros
invadem a casa do jovem Martin (Connor Paolo, que daria um Jeffe Buckley
respeitável se fosse mais velho) e matam a família do cara inteira, não poupam
ninguém. Quando estava prestes a virar presa dos carniceiros o garoto é
resgatado por um sujeito misterioso e tão agressivo quanto os monstros,
conhecido apenas como Mister. Mister não só salva a vida de Martin, como também
meio que o adota e os dois passam o resto de suas vidas tentando sobreviver a
esse novo e desgraçado mundo.
Stake Land é um daqueles filmes meio desesperançosos que
enxergam o futuro de uma forma pessimista, com um clima pesado e uma fotografia
sombria, no qual não há muita fé para a humanidade. Filmes como o próprio Eu
Sou A Lenda, A Estrada ou Acquaria, aquele da Sandy, lembra?
Sério, sem piada, esquece Acquaria.
O que eu dizia é que, mesmo com um orçamento visivelmente
baixo (sério, é visivelmente baixo MESMO), o diretor Jim Mickle conseguiu obter
um resultado surpreendente e um filme competente e estiloso pra caramba. Os
vampiros irracionais são mais zumbis que vampiros, mas são assustadores. As
situações extremas nas quais a dupla de protagonistas se mete são cada vez mais
cruéis e terríveis e quase não resta esperança para eles no fim das contas. Sem
falar que o filme tem todo um jeitão de road movie, daqueles em que se conhece
um monte de pessoas e suas vidas vão sendo mudadas (de um jeito nem sempre
muito bom), aquela coisa toda.
Como não podia ficar sem um subtítulo emburrecedor, Stake
Land chegou por aqui seguido por um bem infame “Amanhecer Violento”, mas antes
disso chegou-se a cogitar “Terra da Estaca”. Dos males o menor, né?
Mas não deixe de ver achando que é uma daquelas coisas
que você termina de ver e vai cortar os pulsos, o final dá uma pontinha de
esperança no meio do mar de lama que o filme se encontra.
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