sábado, março 02, 2013

AHK-toong BAY-bi Covered (ou Ǎhk - toong Bay-bi Covered)

Dia 61 - Felipe P. 60 
"Todos os segredos e ninguém pra quem contar..."

Lançado em outubro de 2011, o disco AHK-toong BAY-bi Covered é um álbum póstumo tributo aos 20 anos de lançamento de Achtung Baby, um dos discos mais importantes do U2. Data que, convenientemente, também marcava o vigésimo aniversário da revista Q, que encomendou o trabalho (Ê-UM!).
Pra quem não sabe como funciona um tributo, você pega um bando de artistas que não tem absolutamente nada a ver uns com os outros e muito menos com a banda que eles estão homenageando, e cada um regrava uma música de forma que o trabalho original seja totalmente avacalhado.
Como dá pra ver, eu não sou um grande fã de tributos. Mas uma música desse disco chegou ao ponto de superar a original. Matar e enterrar, respeitosamente, a bela canção.
Existem faixas que ficaram realmente competentes, como é o caso de Zoo Station na voz de Trent ‘fucking’ Reznor, One na voz de Damien Rice ficou de partir a alma, Patti Smith cantando Until The End Of The World ficou sensacional. The Killers matou a pau com sua versão de Ultraviolet (Light My Way) e até o Snow Patroll mandou bem com Mysterious Ways (essa versão ficou sensacional). E não esqueçamos de Depeche Mode com So Cruel. E o resto das músicas ficou com uma cara meio Smallville, mas é bastante audível.
O fato é que eu falei pouco antes sobre uma versão que superou a original e esse texto é sobre ela. Esse disco é sobre ela. Na verdade, esse disco só existe para preparar o terreno para que Jack White destrua o mundo com sua versão de Love Is Blindness.
A versão original dessa música é linda. Uma das melhores performances do U2, e uma de suas menos conhecidas.
Jack White pegou essa beleza toda e injetou o amor violento e a paixão furiosa. O sofrimento ruidoso de chorar em silêncio por alguém que não se pode ter, o estar sozinho em meio a multidões, açúcar, tempero e tudo o que há de bom! (tu leu isso com a voz do professor, que eu sei!)
Ele deu textura e peso a Love is Blindness. A música é uma explosão, cara. É uma porrada segura, uma flecha do cupido com uma dose muito grande do veneno do amor, é um negócio que te deixa agonizando.
A música acaba e você apaga o resto do disco pra ficar ouvindo ela.
Pra AHK-toong BAY-bi Covered
Um disco competente com uma ou outra versão que merecia um artista mais renomado e talentoso (sim, eu tô falando desse tal de The Fray, de onde foi que tiraram esses caras?), mas ainda assim um disco acima da média.
Pra Jack White e sua violentamente bela Love Is Blindness
Alliás, deviam ter deixado o White gravar o disco todo. E se eu fosse o Bono, nunca mais tocava essa música. Faria igual o Leonard Cohen depois de ouvir o Jeff Buckley cantando Halleluya.



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