"Todos os
segredos e ninguém pra quem contar..."
Lançado em outubro de 2011, o disco AHK-toong BAY-bi
Covered é um álbum póstumo tributo aos 20 anos de lançamento de Achtung
Baby, um dos discos mais importantes do U2. Data que, convenientemente, também marcava
o vigésimo aniversário da revista Q, que encomendou o trabalho (Ê-UM!).
Pra quem não sabe como funciona um tributo, você pega um
bando de artistas que não tem absolutamente nada a ver uns com os outros e
muito menos com a banda que eles estão homenageando, e cada um regrava uma
música de forma que o trabalho original seja totalmente avacalhado.
Como dá pra ver, eu não sou um grande fã de tributos. Mas
uma música desse disco chegou ao ponto de superar a original. Matar e enterrar,
respeitosamente, a bela canção.
Existem faixas que ficaram realmente competentes, como é
o caso de Zoo Station na voz de
Trent ‘fucking’ Reznor, One na voz
de Damien Rice ficou de partir a alma, Patti Smith cantando Until The End Of The World ficou
sensacional. The Killers matou a pau com sua versão de Ultraviolet (Light My Way) e até o Snow Patroll mandou bem com Mysterious Ways (essa versão ficou
sensacional). E não esqueçamos de Depeche Mode com So Cruel. E o resto das músicas ficou com uma cara meio Smallville,
mas é bastante audível.
O fato é que eu falei pouco antes sobre uma versão que superou
a original e esse texto é sobre ela. Esse disco é sobre ela. Na verdade, esse
disco só existe para preparar o terreno para que Jack White destrua o mundo com
sua versão de Love Is Blindness.
A versão original dessa música é linda. Uma das melhores
performances do U2, e uma de suas menos conhecidas.
Jack White pegou essa beleza toda e injetou o amor
violento e a paixão furiosa. O sofrimento ruidoso de chorar em silêncio por
alguém que não se pode ter, o estar sozinho em meio a multidões, açúcar, tempero e tudo o que há de bom! (tu leu isso com a voz do professor, que eu sei!)
Ele deu textura
e peso a Love is Blindness. A música é uma explosão, cara. É uma porrada
segura, uma flecha do cupido com uma dose muito grande do veneno do amor, é um
negócio que te deixa agonizando.
A música acaba e você apaga o resto do disco pra ficar
ouvindo ela.
Pra AHK-toong BAY-bi Covered
Um disco
competente com uma ou outra versão que merecia um artista mais renomado e
talentoso (sim, eu tô falando desse tal de The Fray, de onde foi que tiraram
esses caras?), mas ainda assim um disco acima da média.
Pra Jack White e sua violentamente bela Love Is Blindness
Alliás, deviam ter
deixado o White gravar o disco todo. E se eu fosse o Bono, nunca mais tocava essa música. Faria igual o Leonard Cohen depois de ouvir o Jeff Buckley cantando Halleluya.
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