Dia 75 - Felipe P. 73
Killing Them Softly - 2012
Dir: Andrew Dominik
Elenco: Brad Pitt, Ray Liotta, Richard Jenkins.
- Já matou alguém?
- Não.
-Pode se tornar sentimental.
-Sentimental?
-Emocional, nada divertido, muito barulho. Eles choram,
se explicam, suplicam se mijam, pedem as mães. É embaraçoso. Gosto de matá-los
suavemente... À distância, longe dos sentimentos. Não gosto de sentimentos. Não
gosto de pensar neles.
O Homem da Máfia se situa em 2008, no fim do mandato Bush, início do mandato Obama. Todo aquele papo de ‘Yes, We Can’, aquela história de igualdade e aquela mentirada toda. É importante dizer que os EUA se encontravam no meio de (mais) uma crise econômica daquelas que fazem a galera vender a própria alma e a economia fragilizada se apoiar no que pode e ser afetada por qualquer coisa, qualquer oscilação.
Quando um cassino é assaltado por dois caras e o
principal suspeito do crime é o próprio dono, entra na história Jackie Cogan,
Brad Pitt, um ‘investigador’ especial da máfia, um personagem nebuloso que não
se explica muito, não fala muito de si e chega e sai sem causar estardalhaço. O
objetivo do cara é, sendo bem pago para isso, descobrir os envolvidos na
falcatrua, fazer a poeira baixar a força (ou fazer uma poeira mais escura
subir), matar todo mundo que deve morrer e limpar a barra de quem deve
sobreviver mais um dia.
A trama é simples e preza pelo realismo, sem diálogos cool
ou atuações extremamente dramáticas, a proposta é se manter realista e contido,
assim como o personagem de Pitt: discreto.
O tempo todo, em tvs e rádios, é exibida a programação
local da época na qual o filme se passa, fazendo questão de situá-lo na
realidade e na época, fazendo questão de fincar bem os pés no chão. O que não
impede que o filme seja extremamente estiloso, mesmo não sendo cool. Quer
dizer, é cool por que não há como não ser tendo um elenco encabeçado pelo Brad Pitt
como um assassino da máfia extremamente frio e metódico.
É um filme sóbrio e elegante, que mostra quase por prazer
mórbido cada morte com uma beleza única, a beleza de uma bala que atravessa uma
mão e explode na fronte de um sujeito que tem a cara esmagada contra o vidro do
carro, em câmera lentíssima ao som de uma bela canção e enquadrado numa fotografia
nítida feito cristal. Cada assassinato tem essa beleza explícita, porém sem
exagero e sem emoção, frio como o gelo.
O Homem da Máfia é um belo exemplar moderno do gênero no
qual se encaixa: bonito, brutal e violento.
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Em tempo de violência crua que vivemos, o filme não me agradou, prefiro a violência a estilo Tarantino,coreografada e estilizada.
ResponderExcluirSe queres ver um bom filme digno de estar aqui no 1 por dia veja "O Guarda", inteligente nos diálogos, beirando o humor negro e com excelente direção. Dan Cheadler está nele, mas é apenas coadjuvante. Protagonismo é de um ator Irlandes que não recordo o nome, mas sensacional. A estoria se passa na irlanda. Prepare-se para o humor do filme, é contido mas excelente.
ResponderExcluirBrendan Gleeson é o nome do cara. Tá na lista.
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