Dia 67 - Felipe P. 65
The Hitchhiker's Guide to the Galaxy - 2005
Dir: Garth Jennings
Elenco: Martin Freeman, Mos Def, Sam Rockwell
Arthur é um cara pacato e contentado com sua vidinha,
quando um dia, descobre que sua casa vai ser destruída para a construção de uma
rodovia. Ele enlouquece, (quem não enlouqueceria?), tenta a todo custo salvar
sua propriedade, mas no dia em que a demolição estava marcada, eis que surge
Ford Prefect (que eu li ‘Perfect’ até metade do segundo livro), amigo de
Arthur. Ele o leva para um bar e revela: O mundo vai acabar. Será destruído para
a construção de uma espaçovia.
A trama de O Guia do Mochileiro das Galáxias é no mínimo
inusitada. Mistura comédia nonsense e ficção científica de uma maneira extremamente
orgânica e fluida. Cheia de excelentes personagens, situações absurdas e
extremamente específicas, humor ácido e crítica feroz, é um filme de 2005,
baseado na clássica série literária de mesmo nome (composta por outros quatro
livros) escrita pelo britânico Douglas Adams.
Eu consigo dizer facilmente que o Guia do Mochileiro das
Galáxias é uma adaptação excelente sem fazer ressalva alguma. Sem aquela coisa
de ‘não é perfeito, mas...’. Acho uma adaptação extremamente fiel ao espírito
da saga literária de Arthur Dent, um dos primeiros mochileiros galácticos. Acho
que respeita, apesar das alterações, a essência da coisa. O humor sarcástico é
o mesmo, os personagens, mesmo não sendo fisicamente parecidos com a criação de
Adams, foram preservados. É a mesma coisa, só que diferente.
A genialidade de Adams está lá presente da mesma forma e
fala por si só.
Os atores, mesmo não sendo uma adaptação fiel, estão lá
por uma razão muito boa: eles são excelentes.
Martin Freeman, que recentemente ficou famoso como o Dr.
John Watson na série Sherlock, da BBC, interpreta Arthur Dent, conferindo ao
personagem um carisma gigantesco. Mesmo que ele seja um britânico mal humorado.
Mos Def, um dos poucos rappers que eu respeito, está excelente como Ford
Prefect, o grande amigo de Arthur que o salva da destruição. Zooey Deschanel é
linda e graciosa como Trillian, a paixão de Arthur. Mas quem rouba a cena é Sam
Rockwell como Zaphod Beeblebrox, o presidente da galáxia, um safado, ladrão e
sedutor. O cara tá solto, tiraram a coleira dele e disseram: vá e brilhe! Ele
tá totalmente surtado, totalmente esquizofrênico com seu alienígena de duas
cabeças.
Mas de longe, de longe mesmo, de muito longe, quem
sozinho já vale o filme é Marvin, o robô psicopata, interpretado pelo minúsculo
Warwick Davis, o Filius Flitwick da série Harry Potter. O robô depressivo que o
cara interpreta é a exata transposição para as telas do imaginado por Adams. O
filme pode até ser execrado pelos fãs mais frescos, mas uma coisa é unânime:
Marvin é genial.
E lá estão as passagens mais geniais do livro exatamente como imaginadas por seu autor. A cena da baleia, o gerador de improbabilidade infinita, tá tudo lá.
E um pouco mais, por que o diretor, Garth Jennings, adicionou um bocado de coisinhas novas, como a já clássica canção dos golfinhos.
Douglas Adam morreu só a tempo de escrever a primeira
versão do roteiro da adaptação, em 2001. Diz a lenda que Adams morreu enquanto
corria na esteira em sua casa. Ele simplesmente caiu morto na esteira, o tipo
de coisa que acontece direto em seus livros. Desde então, no dia 25 de maio, em
homenagem a Adams, é comemorado o dia da toalha.
Adams não morreu no dia 25 de maio. Ele nem nasceu nesse dia. Não fez nada no dia 25 de maio. Ele morreu dia 11 de
maio. 25 é uma data totalmente aleatória, assim como deve ser, assim como tudo em sua saga é uma obra do caos e da aleatoriedade.
Aliás, a saga merece uma sexta das letras, não?
Aguardem.
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