Ou "como transformar uma potencial franquia de sucesso numa zona".
Dia 78 - Felipe P. 75
Pitch Black - 2000
Elenco: Vin Diesel, Radha Mitchell, Cole Hauser.
The Chronicles of Ridick - 2006
Elenco: Vin Diesel, Judi Dench, Colm Feore
Eu pensei em fazer uma postagem para cada, mas aí me dei conta de que A Batalha de Ridick sozinho não dá uns dois parágrafos. Então falaremos hoje de As Crônicas de Ridick!
Eclipse Mortal (Pitch Black) é um filme do ano 2000 que conta
a história de um grupo da tripulação de uma nave espacial cargueira que
sobrevive ao impacto de um asteroide, tendo de fazer um pouso forçado num
planeta deserto para reparar as avarias do veículo. Além das mortes no acidente
e de ter caído num planeta que mais parece o nordeste cearense, os sobreviventes
da nave vão ter de enfrentar dois problemas: aliens assassinos que saem de
cavernas à noite e matam e comem tudo o que veem pela frente e, o pior deles,
Ridick.
Ridick (Vin Diesel) é um prisioneiro acusado de
assassinato e outros crimes que está sendo levado em sono criogênico para um
planeta prisão e, quando as coisas saem dos trilhos, o cara vê uma oportunidade
para escapar da prisão.
Só que, levando em conta as criaturas adoráveis que
habitam o planeta, mesmo para Ridick, badass como ele é, as coisas não são exatamente
seguras e o sujeito precisa unir forças ao que sobrou da tripulação (ou
fazê-los de bucha de canhão, como você preferir).
Eclipse Mortal deu origem a uma continuação em 2004
chamada A Batalha de Ridick (The Chronicles of Ridick), que teve uma importância gigantesca para mostrar o
quanto Pitch Black é criativo e inteligente e o quanto sua sequência é estúpida
e medíocre. Explico.
No primeiro Ridick é um assassino, manipulador e um FPD
incorrigível, mas ele tem uma certa humanidade que garante ao personagem uma
empatia por parte do expectador. O cara tem um nome próprio (Richard B. Riddick)
o que pode parecer ridículo, mas dá a ele uma credibilidade como personagem. A
trama é bem pé no chão, apesar de misturar ação frenética com elementos de
ficção científica, ela é simples e crível e os personagens coadjuvantes eram...
Bem, o filme como um todo é crível por causa da simplicidade, que era uma condição
de se filmar com um orçamento limitado.
Pitch Black é bacana por que é original e surge do nada,
é um daqueles filmaços que você vê por acaso e fica chocado pela qualidade.
Cheio de boas sacadas, estiloso pra caramba e com um final corajoso que
sintetiza tudo o que Ridick é.
Eclipse Mortal fez um sucesso
relativamente grande e levantou uma boa grana que possibilitou que A Batalha de
Ridick fosse, em sua época, um grande espetáculo visual e um desfile
carnavalesco, cheio de fantasias bizarras e maquiagens forçadas. Tenho de
admitir que, na época em que vi, achei excelente. Para um moleque de doze anos
deve, ainda hoje, ser um ótimo entretenimento, mas vendo com a carga acumulada
de cinema que tenho, mesmo para um filme de ação desmiolado, coisa muito
diferente de Eclipse Mortal, ‘A Batalha...’ é uma experiência bastante
decepcionante.
O que aconteceu foi que pegaram a história inteligente e “pequena”
do anterior e jogaram pro alto, inventaram um bocado de baboseiras novas e
encheram de poluição visual, amarrado por um roteiro ridículo e... Cara, como
esse filme envelhece mal.
De um capítulo pro outro das “Crônicas de Ridick” houve
uma mudança inexplicável no personagem de Ridick. Ele deixou de ser um
criminoso procurado e virou um Wolverine Super Sayajin careca sem razão
nenhuma. Uma coisa que eu mencionei sobre o primeiro filme foi o nome do cara,
o que faz toda a diferença aqui, por que ele não tem mais nome, ele é apenas
Ridick, “O” Ridick, a Lenda das galáxias, conhecido por todo o cosmos por ser o
último habitante de um planeta genérico que surgiu do nada simplesmente para
dar ao personagem um estatus de fodão, literalmente o pica das galáxias! Sendo
que no primeiro filme sequer é mencionado que ele seja um alienígena, último
membro de uma raça ou qualquer coisa do tipo.
Aí, tome nave espacial, tome caçador de recompensa, tome
raça alienígena, história sem sentido que parece levar a lugar nenhum, um milhão
de cenários e maquiagens e bons atores em papeis questionáveis (o que é que a
Hellen Mirren tá fazendo nesse negócio??? E o Karl Urban metrossexual?). Cara,
chega num ponto em que aparece um personagem de Pitch Black na história, Jack
que no anterior era uma menina que se passava por menino, e ela simplesmente
não é a mesma, não foi só uma mudança drástica no estilo Sarah Connor, foi um
negócio absurdo, até de nome ela mudou sem razão nenhuma...
E esse ano tem mais, por que tem uma terceira parte,
chamada apenas de Ridick, que deve ser lançada em setembro. A boa notícia é que
o orçamento foi bastante reduzido, o que deve elevar bastante a qualidade do
roteiro e diminuir a galhofa.
Fora isso ainda tem uma animação de 2004 chamada Dark
Fury, produzida pelos estúdios de Aeon Flux que se situa entre os dois
capítulos e também só vale pelo visual.
Se você não viu nenhum deles, eu recomendo que veja
Eclipse Mortal e pare por aí. Mas em caso de curiosidade mórbida, veja tudo e fique
no aguardo da terceira parte das famigeradas Crônicas de Ridick.
Por pior que o segundo tenha sido, eu estou no aguardo do
desfecho da saga do Super Sayajin careca do Vin Diesel.
Eclipse Mortal:
A Batalha de Ridick:
-
Justo. Apesar de eu gostar da mitologia que foi criada para o universo do Riddick.
ResponderExcluirExatamente esse o problema, ela não foi criada, ela foi jogada do nada, cara!
ExcluirCara... você se superou no quesito humor. "...planeta que mais parece o deserto cearense". Wolverine super saijadin, e outras coisitas mais. Tenho que admitir. Ri mesmo. Voce ridicularizou o filme e de quebra, acabou com o Vin Diesel. Aliás sempre achei esse nome ridículo. Gostei mesmo.
ResponderExcluirNão, nem tanto. Eu gosto do Vin Diesel e dos filmes, o segundo é galhofa mas é divertido.
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