terça-feira, março 19, 2013

Eclipse Mortal/A Batalha de Ridick

Ou "como transformar uma potencial franquia de sucesso numa zona".
Dia 78 - Felipe P. 75
Pitch Black - 2000
Elenco: Vin Diesel, Radha Mitchell, Cole Hauser.
The Chronicles of Ridick - 2006
Elenco:  Vin Diesel, Judi Dench, Colm Feore

Eu pensei em fazer uma postagem para cada, mas aí me dei conta de que A Batalha de Ridick sozinho não dá uns dois parágrafos. Então falaremos hoje de As Crônicas de Ridick!
Eclipse Mortal (Pitch Black) é um filme do ano 2000 que conta a história de um grupo da tripulação de uma nave espacial cargueira que sobrevive ao impacto de um asteroide, tendo de fazer um pouso forçado num planeta deserto para reparar as avarias do veículo. Além das mortes no acidente e de ter caído num planeta que mais parece o nordeste cearense, os sobreviventes da nave vão ter de enfrentar dois problemas: aliens assassinos que saem de cavernas à noite e matam e comem tudo o que veem pela frente e, o pior deles, Ridick.
Ridick (Vin Diesel) é um prisioneiro acusado de assassinato e outros crimes que está sendo levado em sono criogênico para um planeta prisão e, quando as coisas saem dos trilhos, o cara vê uma oportunidade para escapar da prisão.
Só que, levando em conta as criaturas adoráveis que habitam o planeta, mesmo para Ridick, badass como ele é, as coisas não são exatamente seguras e o sujeito precisa unir forças ao que sobrou da tripulação (ou fazê-los de bucha de canhão, como você preferir).
Eclipse Mortal deu origem a uma continuação em 2004 chamada A Batalha de Ridick (The Chronicles of Ridick), que teve uma importância gigantesca para mostrar o quanto Pitch Black é criativo e inteligente e o quanto sua sequência é estúpida e medíocre. Explico.
No primeiro Ridick é um assassino, manipulador e um FPD incorrigível, mas ele tem uma certa humanidade que garante ao personagem uma empatia por parte do expectador. O cara tem um nome próprio (Richard B. Riddick) o que pode parecer ridículo, mas dá a ele uma credibilidade como personagem. A trama é bem pé no chão, apesar de misturar ação frenética com elementos de ficção científica, ela é simples e crível e os personagens coadjuvantes eram... Bem, o filme como um todo é crível por causa da simplicidade, que era uma condição de se filmar com um orçamento limitado.
Pitch Black é bacana por que é original e surge do nada, é um daqueles filmaços que você vê por acaso e fica chocado pela qualidade. Cheio de boas sacadas, estiloso pra caramba e com um final corajoso que sintetiza tudo o que Ridick é.
Eclipse Mortal fez um sucesso relativamente grande e levantou uma boa grana que possibilitou que A Batalha de Ridick fosse, em sua época, um grande espetáculo visual e um desfile carnavalesco, cheio de fantasias bizarras e maquiagens forçadas. Tenho de admitir que, na época em que vi, achei excelente. Para um moleque de doze anos deve, ainda hoje, ser um ótimo entretenimento, mas vendo com a carga acumulada de cinema que tenho, mesmo para um filme de ação desmiolado, coisa muito diferente de Eclipse Mortal, ‘A Batalha...’ é uma experiência bastante decepcionante.
O que aconteceu foi que pegaram a história inteligente e “pequena” do anterior e jogaram pro alto, inventaram um bocado de baboseiras novas e encheram de poluição visual, amarrado por um roteiro ridículo e... Cara, como esse filme envelhece mal.
De um capítulo pro outro das “Crônicas de Ridick” houve uma mudança inexplicável no personagem de Ridick. Ele deixou de ser um criminoso procurado e virou um Wolverine Super Sayajin careca sem razão nenhuma. Uma coisa que eu mencionei sobre o primeiro filme foi o nome do cara, o que faz toda a diferença aqui, por que ele não tem mais nome, ele é apenas Ridick, “O” Ridick, a Lenda das galáxias, conhecido por todo o cosmos por ser o último habitante de um planeta genérico que surgiu do nada simplesmente para dar ao personagem um estatus de fodão, literalmente o pica das galáxias! Sendo que no primeiro filme sequer é mencionado que ele seja um alienígena, último membro de uma raça ou qualquer coisa do tipo.
Aí, tome nave espacial, tome caçador de recompensa, tome raça alienígena, história sem sentido que parece levar a lugar nenhum, um milhão de cenários e maquiagens e bons atores em papeis questionáveis (o que é que a Hellen Mirren tá fazendo nesse negócio??? E o Karl Urban metrossexual?). Cara, chega num ponto em que aparece um personagem de Pitch Black na história, Jack que no anterior era uma menina que se passava por menino, e ela simplesmente não é a mesma, não foi só uma mudança drástica no estilo Sarah Connor, foi um negócio absurdo, até de nome ela mudou sem razão nenhuma...
E esse ano tem mais, por que tem uma terceira parte, chamada apenas de Ridick, que deve ser lançada em setembro. A boa notícia é que o orçamento foi bastante reduzido, o que deve elevar bastante a qualidade do roteiro e diminuir a galhofa.
Fora isso ainda tem uma animação de 2004 chamada Dark Fury, produzida pelos estúdios de Aeon Flux que se situa entre os dois capítulos e também só vale pelo visual.
Se você não viu nenhum deles, eu recomendo que veja Eclipse Mortal e pare por aí. Mas em caso de curiosidade mórbida, veja tudo e fique no aguardo da terceira parte das famigeradas Crônicas de Ridick.
Por pior que o segundo tenha sido, eu estou no aguardo do desfecho da saga do Super Sayajin careca do Vin Diesel.
Eclipse Mortal:

A Batalha de Ridick:
-


4 comentários:

  1. Justo. Apesar de eu gostar da mitologia que foi criada para o universo do Riddick.

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    1. Exatamente esse o problema, ela não foi criada, ela foi jogada do nada, cara!

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  2. Cara... você se superou no quesito humor. "...planeta que mais parece o deserto cearense". Wolverine super saijadin, e outras coisitas mais. Tenho que admitir. Ri mesmo. Voce ridicularizou o filme e de quebra, acabou com o Vin Diesel. Aliás sempre achei esse nome ridículo. Gostei mesmo.

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    1. Não, nem tanto. Eu gosto do Vin Diesel e dos filmes, o segundo é galhofa mas é divertido.

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