sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Mudam Os Leitores, Mudam Os X-Men - Parte 3.

Todos amam Jean Grey. É inevitável. Mulher de atitude, ao mesmo tempo compreensiva, linda, ruiva e inteligente, e sempre pronta pra ouvir e ajudar. Todos amam Jean Grey.
Charles Xavier amou Jean Grey. Aquela aluna perfeita, focada, poderosa, que se desenvolveu praticamente sozinha e que não ficava no pé dele pra tudo como seu filho adotivo Scott Summers ou seus outros pupilos, Hank McCoy, Robert Drake, Warren Worthington. Os X-Men eram rapazes chatos antes da chegada da bela Jean Grey, que encantou a todos. Xavier precisou desiludir-se desse amor, não havia nada muito saudável naquela ideia de relação professor-aluna nos anos 60. Hank McCoy abandonou os X-Men, cansado de se esconder. Robert Drake, muito novo, muito piadista. Warren Worthington, não. Ela se apaixonou pelo tímido líder Scott Summers. Anos de amor correspondido escondido, e surgem os novos X-Men, com Wolverine, Tempestade, Banshee, Noturno, Colossus, os velhos conhecidos abandonam a equipe. Jean vai pra cidade, não quer mais ser uma X-Men. Scott entende, mas fica. Entende que os X-Men são seu lugar, o único lugar onde suas rajadas ópticas poderiam ser aceitas e controladas, entende não haver lugar para ele no mundo humano comum. Mas os velhos e novos X-Men não se desvencilham por completo.
As histórias de Chris Claremont com os mutantes nos anos 70 podem ter dado bastante enfoque nos novos X-Men, mas de vez em quando os originais vinham fazer sua participação. E pelo potencial dos personagens, eles nunca ficaram por fora do universo Marvel mesmo. Hank era um Vingador, azul e peludo. Drake e Worthington eram Defensores. Havok e Polaris faziam suas participações. Até o Solaris fazia. Jean sempre tentava ajudar, ela não podia esquecer tudo que viveu com Xavier e Scott. Numa dessas ajudas, os X-Men vão parar no espaço, onde confrontam robôs dos X-Men originais. Na volta, se deparam com uma tempestade solar, e só havia um jeito de escapar: Jean Grey teria de ser a mártir do grupo, pilotando a nave e tentando desviar-se da radiação. Daí, surgiu a Fênix.

A Fênix é uma entidade cósmica de paixões, seus dois uniformes representam suas duas faces, a Fênix Branca, com a qual Jean tem mais controle e harmonia, e a Fênix Negra, a destruidora. O poder do pássaro que surge das cinzas é tão grande que o universo inteiro para para olhar a Terra. Surge a Guarda Imperial Shiar, surge o Corsário, o verdadeiro pai de Scott Summers, as histórias começam a ficar mais ligadas a todo o núcleo de cientistas Marvel (Quarteto Fantástico, Hank Pym e Janet Van Dyne, Pantera Negra)...
No meio de toda essa loucura, Wolverine se apaixona pela Jean, e daí inicia-se sua rixa com Scott. Enquanto Scott é o tímido líder perdido e inseguro, Logan é o bravo bronco grosso baixinho e feioso, mas persistente no que quer e chato pra cacete. Mas no que sente pela moça, o rapaz vai perdendo as inseguranças, a primeira vez que desafia o professor Xavier numa tomada de decisão é em relação a ela. Mas continuará Jean Grey sendo a mesma com todas essas tensões a rodeando? Com todas essas tensões, Tempestade, Banshee, Noturno e Colossus ficam de trazer o clima descontraído das revistas. Curiosidades:
Colossus lançando Wolverine, cena que já foi refeita em filmes e animações, surge na X-Men 100, edição do confronto Novos X-Men x Robôs dos X-Men originais.
Claustrofobia da Tempestade, e seu passado são revelados em X-Men 102. A moça tem um surto no castelo de Banshee, em meio a um ataque de Black Tom Cassidy e Juggernault. No surto, vão vindo memórias e memórias. Sua mãe era princesa do Quênia, seu pai era um repórter fotográfico nova-iorquino. Voltando para o Quênia depois de uma viagem, um acidente de avião acontece, seus pais morrem, seu trauma claustrofóbico surge, e ela vai parar no meio do Quênia sozinha ainda bebê. Cresce praticamente sozinha, se torna a deusa de seu povo, e então é contatada por Charles Xavier.

Quando o Corsário, pai de Scott, aparece, inicia-se um ciclo incessante das relações familiares mais estranhas de todos os tempos. Porque o cara já era o mutante cuja linha genética fascinava o Senhor Sinistro, aí tá, tudo bem o Havok ter aparecido depois daquele acidente de avião, tranquilo. Aí descobre-se então que seu pai, além de estar vivo, é um pirata espacial? Isso sim é loucura familiar demais pra minha cabeça. Ainda rola depois o Sr. Sinistro, brincando com a genética dos Summers, e as realidades paralelas e... Céus. Muito mais dramalhão sci-fi do que Darth Vader e Luke Skywalker.

X-Men contra Juggernault é um confronto comum nos quadrinhos. Colossus contra Juggernault é algo iniciado na X-Men 102, e uma batalha desse nível foi repetida na saga recente "O Próprio Medo", onde Colossus acabou por se tornar o novo portador do diamante de Cyttorak pra impedir o Cain Marko loucão.

Na edição 110, termina-se a saga cósmica que envolveu Steven Lang, Jean Grey, Sentinelas, os Novos X-Men, robôs dos originais, herança do Banshee, Fênix, Guarda Imperial Shiar e família Summers junto do fim da arte de Dave Cockrum nos acompanhando na leitura mutuna. Na 111 (cuja capa pode ser vista acima), entra pra equipe criativa um desenhista de grande fama, John Byrne. E como viram acima, sua primeira trama envolve o circo. Bem similar ao recente arco do Marvel Now com os mutunas não?

Até a próxima pessoal, com uma explanação da fase Claremont/Byrne!

E não esqueçam de visitar o Contos Escrotos.

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