Assassin's Creed III - Por Assis Oliveira

Assis 02. Dia 53.

Esperei tanto por ASSASSIN’S CREED III, mas tanto mesmo, e fiquei tão confuso ao jogá- lo...

Mas, calma! Não julguem o que virá pelas minhas primeiras palavras, tem algo de bom em AC III em que vale a pena gastar seu tempo pra ir até o final.

Sou apaixonado por História e se você se entendia com a matéria na sala de aula aqui está um bom motivo pra jogá-lo, aprender mais e compreender por que os Estados Unidos da América são o que são nos tempos atuais. Certamente nada lhe colocará no epicentro dos acontecimentos que resultaram na criação da primeira democracia republicana da história moderna, como AC III, e isto pra mim é suficiente. Fui do começo ao fim, primeiro no XBOX360, por que não aguentava esperar, e depois com a aguardada dublagem tupiniquim no PS3. Talvez eu seja o tipo de jogador que valoriza tanto a cultura gamer que não busca o que um jogo tenha de pior, afinal ninguém investe seu precioso tempo e dinheiro pra criar algo ruim. 

Se o resultado não é o esperado é por que talvez você esperasse demais de um game. Então aprecie a recriação de Boston e Nova York e seu cotidiano da época, seus prédios e o que eles se tornarão mais tarde, e saiba que eles estão ali não apenas pra você jogar, mas também para que você possa saber como era andar naquelas ruas e ouvir seus sons, e como deveria ser viver aquela época. Perca um pouco do seu tempo jogando conversa fora com BENJAMIN FRANKLIN - inventor e renomado diplomata, além de ser um dos signatários da Declaração da Independência, ou seja, o equivalente a uma estrela do rock na época - e o ajude a resgatar a paginas do seu Almanaque. Participe da FESTA DO CHÁ DE BOSTON, um dos principais eventos que resultaram na Revolução Americana - em que manifestantes (alguns vestidos de roupas falsas de nativos) embarcaram em três navios ancorados no porto de Boston e jogaram seus carregamentos de chás no mar para protestar contra os impostos ingleses - ou ainda, participe do MASSACRE DE BOSTON, o cume de algumas batalhas entre os soldados ingleses e o povo de Boston que começou quando um grupo de soldados atirou em uma multidão a queima roupa.

 A confusão fica por conta da comparação com os demais lançamentos da franquia. Se antes você sabia pra onde ir e o que fazer, e tudo lhe fornecia uma orientação temporal, em ACIII há confusão demais na ordem das missões - especialmente nas MISSÕES DOMESTICAS. Nem tente jogar sem as marcações - que a ENGINE lhe permite eliminar nas configurações - se não você se arrependerá de ter feito e simplesmente vai se perder. Falta certa fluência entre explorar o mundo sem fazer nada, e cumprir as MISSÕES principais, o que acaba por ofuscar o brilho das construções gráficas e o esmero artístico presentes no jogo.

As MISSÕES NAVAIS foram as grandes novidades desta edição e deveriam ser mais bem aproveitadas, com um maior número delas espalhadas pelo jogo. Também se sente falta do desembarcar na FILADÉLFIA, a principal cidade dos acontecimentos que anteciparam a Independência Americana. Mas e o começo? ALTAIR e EZIO AUDITTORE, e mesmo nosso contemporâneo DESMOND - que parece ter trocado sua vida pela permanência existencial do nosso irrelevante planeta? E os Templários com seus planos de uma nova ordem mundial? Será o fim? Não acredito, e o Novo DLC, O Rei George Washington, a mais enigmática e importante personagem da Independência Americana, e talvez o mais importante Templário/Maçom, provam isso. A Franquia irá tornar novos rumos, até porque a Historia também mudará de foco depois que cada uma das colônias subordinada ao velho mundo se tornar independente. A ABSTERGO ainda esta entre nós e a memoria dos heróis do passado ainda são nossa principal arma contra aqueles que se opõem a liberdade. (Desculpe, eu tinha que terminar esse texto assim, se não, não teria valido a pena tanto tempo gasto na franquia de um jogo). Terminei muitos games na minha vida desde o velho ATARI, pra não ficar orgulhoso de participar de um fenômeno de massa tão importante para o futuro quanto hoje é o CINEMA.

Obrigado aos amigos Michel e Felipe por me confiar tão importante missão de comentar o mundo vasto e poderoso dos Games.

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Para mim é sempre um prazer ler e ouvir um de meus mais queridos e antigos amigos, Assis Oliveira, tratar de um assunto tão apaixonante e empolgante quanto os Games. Que venham mais jogos fantásticos, para que ele possa estar sempre aqui presente nas colunas do 01PD!