Dia 07 - Felipe P. 07
Dredd - 2012
DIR: Pete Travis
ELENCO: Karl Urban, Lena Headey, Olivia Thirlby, Wood Harris
Acredite se
quiser, muita gente hoje em dia ainda acha que só existem super heróis nas
histórias em quadrinhos. E acham que só os heróis vão para o cinema. O mesmo se
aplica à TV. É inacreditável o número de pessoas que até hoje não sabe que The
Walking Dead surgiu nas páginas das HQ’s antes de ganhar as telas da TV (e os torrents).
O pior é ouvir alguém dizer que não gosta da HQ por que não é fiel à série...
Aposto que muitos
de vocês teriam suas cabeças destruídas ao saber que filmes como Marcas da
Violência, do David Cronemberg, e Estrada Para Perdição são adaptações de
histórias em quadrinhos. Filmes que tem potencial para ser o filme preferido de
muito marmanjo que acredita que quadrinho é coisa de criança.
E é pra provar
que nem toda HQ ou adaptação de HQ para o cinema é coisa de criança que, no ano
de 2012, chegou a todos os cinemas do mundo (exceto os que ficam perto da minha
casa) a nova adaptação para as telas de uma HQ britânica chamada Juiz Dredd.
Dredd conta a
história de uma cidade futurista chamada Mega City One, um dos últimos redutos
de humanidade na Terra, que se tornou quase inabitável depois de inúmeras
guerras, ou algo do tipo.
Essa cidade é habitada
por humanos comuns e por pessoas que sofreram mutações por conta da radiação,
os (obviamente) mutantes. Não são mutantes tipo X-Men, são coisas mais
grotescas. Gente com três braços é artigo de luxo...
Outro resultado
da zona que a Terra virou foi a criminalidade exagerada e a violência com a
qual os criminosos agem. Os bandidos de hoje em dia seriam vítimas nas mãos dos
criminosos de Mega City One.
Eis que a
criminalidade tendo mudado, para pior, a lei também sofreu uma mudança
drástica: Os Juízes. Digamos que o principal problema da justiça atual seja a
burocracia: processos arrastados, corrupção, justiça parcial, polícia
criminosa, política criminosa... A solução encontrada foi encurtar o caminho
entre o criminoso e sua sentença. Se nos dias de hoje os processos por crimes
hediondos se arrastam por anos, nos dias de Dredd, os processos e as sentenças
seriam decididos ali, na hora. Os juízes iriam até sua porta e leriam sua
sentença, para logo em seguida dar um tiro na sua cara, talvez até dois tiros.
De todos os
juízes, o mais conhecido é Dredd, interpretado por Karl Urban.
Nos quadrinhos Dredd
é implacável, imparcial e incorruptível. É o cara de quem até o pior dos
bandidos foge de medo. O lance é que, nesse filme, Dredd ainda não é esse cara,
mas está caminhando para se tornar.
Uma coisa curiosa
é que normalmente, principalmente se tratando de HQ’s, o primeiro filme costuma
contar a origem de seu protagonista, como ele se tornou o que ele é, como sua
vida foi mudada. Foi assim com todos os filmes de herói que você já viu, não é?
Mas Dredd não é um herói. Dredd é a LEI. E logo de cara, no começo do filme,
ele já ganha uma reputação e uma parceira para treinar: A Juíza Anderson, uma
mutante com poderes telepatas.
Juntos, Dredd e
Anderson, vão em um chamado que deveria ser uma apreensão rotineira de slo mo,
uma droga que faz o cérebro desacelerar dando a impressão de que o tempo está
passando em câmera lenta.
E, sem querer e
totalmente por acaso, os dois acabam invadindo o covil da maior traficante de
slo mo de Mega City One - A Ma’ma, vivida por Leana Headey – e sendo caçados
pelo grupo dela.
Dirigido por Pete
Travis, saindo de telefilmes e séries, o filme mostra como se dá a tentativa de
Dredd e Anderson de sobreviver à invasão ao covil de Ma’ma, um mega-condomínio de 200 andares, totalmente dominado pelo tráfico.
A vilã não mede
esforços para parar o juiz e manda todos os moradores do condomínio capazes de
segurar uma arma atrás dele e da novata.
Nesse momento o
filme atinge níveis de adrenalina e violência poucas vezes vistas num filme de
circuito comercial. É tiro na cara, mutilação na bala, um andar inteiro
metralhado para atingir um único homem... Seria doente em outros casos, mas ele
é a lei.
Dredd é um
daqueles filmes totalmente politicamente incorretos e extremamente violentos
que você assiste se sentindo um flagelo da sociedade por estar se divertindo
tanto. Daqueles que te faz comprar um par de botas só pra poder abrir uma porta
de banheiro público dando um chute. Que te faz andar forçando o queixo pra
frente pra parecer ameaçador. Quando o filme termina, você quer ser Dredd. Você
quer ser a lei!
-
Assisti e foi minha surpresa. Acho que valia uma referência ao outro DREDD vivido por STALONNE, para os que estão vendo o filme pela primeira vez. Outra coisa curiosa, não se vê Karl Urban nem uma vez no filme já que O juiz não tira o capacete nunca. Sua Parceira no entanto, não usa e justifica a quebra da segurança ao informar que o capacete bloqueia seus poderes telepata. O comentário faz jus ao filme. Nota 10, pro comentário
ResponderExcluirVerdade, dois pontos bacanas de se falar.
ResponderExcluir