Para começar, vamos fazer uma justiça aos cinéfilos. Vamos enquadrar o Filme Oculus de Mike Flanagan ao subgênero dos filmes de horror chamado de filme sobrenatural. Dessa vez não é uma boneca assombrada ou uma caixa mágica, mas um espelho mortal com o poder de obrigar as pessoas a cometerem erros violentos. Um homem tentando rasgar um band-aid do dedo apenas para perceber que ele está na verdade arrancando a própria unha. E isso não é nada comparado ao que acontece com os dentes. O espelho destruiu dezenas de vidas ao longo dos anos, como uma mãe que pensou que estava colocando um dos filhos na cama, mas na verdade estava afogando-o numa cisterna. "Você vê o que quer ver", como diz o slogan do filme. Enquanto a liberdade narrativa inerente a essa premissa permite alguns recursos visuais verdadeiramente fortes, às vezes o foco na estrela Karen Gilian saltando com seus cabelos vermelhos pelos corredores da casa ou uma mão sangrenta escondida atrás de um batente de porta, Oculus eventualmente se torna pouco mais que uma série de figuras fantasmagórica e visões distorcidas em seu caminho até o final. Performances sólidas e algumas imagens memoráveis salva-o do desastre, mas o filme de Flanagan me deixou louco pelo filme que ele poderia ter sido em vez do que ele realmente é.
Quando Oculus abre, Tim Russel (Brenton Thwaites) esta numa sessão de terapia intensiva. Tim acredita, graças a todo o tempo que passou em uma cela acolchoada, que seu pai não foi foi forçado a cometer uma violência horrível por causa de uma força sobrenatural. Seus médicos tem retrabalhado suas memórias para leva-lo a acreditar que o pai era uma cara muito ruim e não havia "mojo" sobrenatural na historia de seus atos criminosos. E assim um Tim hesitante deixa o hospital onde passou os últimos dez anos para se reinserir na sociedade. Talvez começar isso almoçando com sua irmã não tenha sido a melhor ideia.
Não tendo o "beneficio" da terapia a irmã de Tim, Kaylie(A linda ruiva Karen Gilian de Doctor Who) insisti em puxar o irmão de volta ao mundo que ele passou anos tentando reprimir. Kaylie que trabalha numa casa de leilões acaba por reencontrar o famigerado espelho. Ela rouba o mal assombrado paletó, digo, espelho, colocando-o de volta na casa da família sob o foco de várias câmeras, marcadores de tempo, medidores de temperatura e até mesmo um lâmina/âncora oscilante gigantesca projetada finalmente , para destruí-lo. Antes Kaylie está disposta a colocar um fim ao reinado profano do espelho matador, ela quer documentar e provar o seu poder (o do espelho).Outra má ideia.
Para totalidade de seu tempo de exibição, a narrativa corta para trás e para frente dos esforços da dupla adulta e o que aconteceu antes com o jovens Tim (Garret Ryan) e Kaylie (Analisse Basso) que se mudam com seus pais Alan (Rory Cochrane), e sua mãe Marie (Katee Sackhoff) para uma bela casa nova. O espelho foi adquirido pelo pai em uma loja de antiguidade e ganha um espaço especial na casa, dentro do escritório de Alan. Com muito pouca preparação para a assistência, logo as coisas começam a sair dos trilhos mentais deixando a todos como vitimas inevitáveis do espelho. Os flashbacks em Oculus tem um fatalismo deprimente porque já sabemos quem vai morrer e quem vai viver o que transforma essas cenas em um exercício de inevitável e esperado sangue. A falta de suspense é ainda mais desanimadora quando se percebe que o buraco não foi preenchido por qualquer tipo de contexto social. Filmes como O Iluminado e Horror em Amityville que também transitavam pelo inevitável, mas fundamentavam suas narrativas em contos de advertências de como o estresse familiar pode destruir um chefe de família.
O material do "hoje" em Oculus é muito mais eficaz, graças em grande parte ao desempenho de Gillan. Ela torna Kylie com uma mulher se conduzindo no limite da sua própria sanidade. Quando ela rosna para o espelho: "Você deve estar com fome" pode-se ver a gloria de filme B que Oculus poderia ter sido. Seu irmão mais novo teve o tratamento que ele precisava, mas kaylie foi deixada para para lutar pelo dia em que ela poderia obter sua vingança sobre o espelho que destruiu sua vida. Gillian passa essa intensidade que se transformam nos melhores momentos do filme e é quando Flanagan e o co-roteirista Jeff Howard abrem a porta para uma breve possibilidade de que Kaylie pode ser realmente louca. Essa é a parte mais interessante de Oculus.
Infelizmente, eles não podem sustentar a intriga do passado como um segundo ato, Como muitos desses empreendimentos fazem, o ato final de Oculus tornas-se cada vez mais uma serie aleatória de cenas projetadas para apertar botões em vez de qualquer coisa inerente ao personagem ou a narrativa. Se não há regras ou subtexto relacionáveis dentro do mundo de um filme de horror, as imagens não tem poder. Ambos os atos culminantes excessivamente prenunciado de Oculus dizem-nos repetidas vezes que o pai esta para se tornar um homicida e que eles vão tentar destruir o espelho. Tudo parece um fato consumado e por isso a sua inevitabilidade torna-se pouco mais que uma reflexão superficial de obras superiores.
Com orçamento de US$ 5 milhões, o filme acabou por render mais de Us$ 20 milhões em apenas 10 dias nos Estados Unidos e, para a distribuidora Relativity Media, pode indicar a possibilidade de criação de uma nova franquia. O filme ainda não tem previsão de estreia no Brasil, mas já esta pela rede.
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