O Espetacular Homem Aranha 2 - A Ameaça de Electro (2014), de Marc Webb

Olá, fãs de cinema e leitores/amigos do 01Pd. Aparecendo por aqui muito esporadicamente, este que vos fala, o Ladrão de Almas Michel Euclides.

Estou aqui para trazer a vocês uma análise estranha sobre um filme complexo: O Espetacular Homem Aranha 2 - A Ameaça de Electro, do diretor Marc Webb. Digo que o filme é complexo não pelo fato de ser um bom filme, com várias camadas de interpretação, mas sim pelo fato de que Webb tentou fazer um filme melhor que o primeiro.


E ele quase-quase conseguiu.

Levei meses para assistir o danado, na tentativa de não soar vingativo ou parcial demais. Sim, eu detonei o primeiro Aranha do Webb aqui (http://www.01pordia.com/2013/03/o-espetacular-homem-aranha.html), e isso faz com que eu seja meio suspeito ao falar mal do segundo, mas... missão dada é missão cumprida, e quando eu vi o filme disponível e me bateu aquela curiosidade sacana, eu tive de ver.

Bom, vou iniciar com os pontos positivos:

a) O filme é melhor que o primeiro, mas isso não quer dizer que seja um bom filme. Novamente, Webb acerta na direção de atores (Garfield é um excelente Peter Parker, Emma Stone é "A" Gwen Stacy", e o relacionamento dos dois é perfeito. Sua química é real, e você fica feliz em ver os dois juntos. Dane Deehan é um puta ator, e faz um puta Harry Osborn - embora o personagem seja equivocadamente lançado como Duende Verde. Os fãs do Aranha sabem do que estou falando. O Electro de Jamie Foxx quase empolga... e o resto do elenco não vai te arrancar aquele suspiro de "puxa, que elenco").

  b) A história contada ficou melhor amarrada que no primeiro, mas ainda há a premissa de que o pai de Peter é um conspirador. Gente, é o Amigão da Vizinhança aqui, não o 007.

c) Os efeitos especiais roubam a cena, literalmente. Pouco positivo, mas...

d) O Aranha parece mais com o herói das HQs: piadista, falastrão, ágil e moleque.

e) A maquiagem.

Pontos negativos:

a) Não é um bom filme. O roteiro é fraco, parece que foi escrito por uma criança de três anos, e costurado por uma pessoa cega com Alzheimer. Sinto muito, mas o que salva o filme são as cenas em que Garfield é Parker e contracena com Emma Stone ou Dane DeeHaan. O Homem Aranha troll ainda está lá, mas sinto falta do Peter com problemas, que aparece pouco.

b) Fora o grupo principal de atores (Garfield, Stone, DeeHaan e Foxx), nenhum é importante para a trama. Nenhum mesmo. Nem a tia May, nem o Norman Osborn, nem os pais de Peter. Eles estão lá, aparecem, mas é só.

c) Direção fraca de efeitos e fotografia. Há momentos em que o CGI trava, e parecem as cenas com bonecos do Harryhausen - com a diferença que o Harryhausen sabia o que fazia.

d) O excesso de vilões. Apesar do fato de eles não atrapalharem o andamento da trama, ainda assim saturam o tecido do filme. E eu avisei que isso iria acontecer. Várias vezes.

e) Péssimo uso do 3d.

Resumo da ópera: apesar de ser um filme péssimo, os fã-náticos adoraram e a Sony fez muito dinheiro. Provavelmente, Webb voltará para uma terceira parte, onde o Aranha enfrentará o Sexteto Sinistro ou coisa parecida. E eu estarei aqui, pronto para falar mal do filme, pois se a Sony e o Webb não aprenderam, eu também não aprenderei.

Assista por sua conta e risco, ou por curiosidade (como eu fiz). Se você já assistiu e concorda comigo, parabéns. Se não concorda, espere ansioso pela terceira parte. Esta é minha maldição.

Até a próxima. E desculpem qualquer coisa. E tentei não soltar spoilers, mas no fim do filme acontece algo que se esperava desde o início do primeiro. Com a Gwen. Quem é fã sabe, e isso não é spoiler. Eu acho. :P