segunda-feira, julho 15, 2013

Seres Rastejantes

Dia 196 Felipe Pereira 182

Slither – 2006
Dir: James Gunn
Elenco: Don Thompson, Nathan Fillion, Elizabeth Banks, Michael Rooker

Seres Rastejantes, do diretor James Gunn, conta a história de uma cidade do interior dos EUA que, de uma hora para outra, se vê totalmente dominada por uma espécie alienígena bizarra. Os seres, uma raça de vermes melequentos, invade o corpo dos moradores por vias orais e toma controle sobre a mente das mesmas, transformando-as em completos psicopatas que se voltam contra aqueles que resistem a fim de fazê-los semelhantes.
Batido pacas, né não? Quer dizer, em 1955 o autor Jack Finney já tinha publicado algo muito semelhante no livro Invasores de Corpos. Livro que foi adaptado para o cinema e TV uma cacetada de vezes e cujo plot foi utilizado e reutilizado e reciclado mais uma cacetada.
E Seres Rastejantes seria realmente extremamente batido não fosse o fato de que é uma comédia escrachada e absurda, entupida de situações bizarras e sem nenhum senso de limite.
A começar que os alienígenas são uns bichos feitos de massinha (o que não ficou exatamente tosco, ficou surreal) que chegam aos montes, invadem sem sutileza nenhuma em uma clara e esculhambada referência a Alien. Depois que o trabalho de maquiagem que dão aos infectados, principalmente ao primeiro, o caso zero, é exageradíssimo e o comportamento que eles assumem ao serem dominados é bizarro! Por conta de o paciente zero ser casado com a protagonista do filme, os moradores da cidade ficam todos perdidamente apaixonados por ela. Além disso o pequeno grupo de pessoas que resiste à invasão é formado por um bando de desajustados: um policial sem noção (Nathan Fillion, sempre sensacional em qualquer coisa que faça, somente menos sensacional que o Robert Downey Jr.) que também é apaixonado pela mulher do primeiro infectado, o prefeito da cidade, pervertido e boca suja que avacalha até com os próprios eleitores (todos fazem isso, na verdade), a esposa do primeiro infectado, que virou uma obsessão de todos os hospedeiros e uma adolescente que quase foi devorada viva pela própria família.
Como eu disse, o filme não tem limites quando o assunto é bizarrice e humor negro. Um dos pontos mais altos, um daqueles momentos que te fazem repensar a vida, que te fazem contestar a existência de uma força superior, é quando um veado possuído pelos aliens tenta devorar o personagem de Fillion. Mas o bicho (esse sim) é tão tosco que se torna inacreditável, é impossível não rir com cara de retardado enquanto a cena acontece.

Todo o filme é permeado por esse humor negro nonsense, cheio de referências a obras do gênero, mas sem perder a identidade, sem ficar tosco (quer dizer, é tosco, mas é bem feito). Dentro do gênero trash de invasão alienígena, eu me arrisco a dizer que Seres Rastejantes beira o genial.

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