Dia 196 Felipe Pereira 182
Slither –
2006
Dir:
James Gunn
Elenco: Don
Thompson, Nathan Fillion, Elizabeth Banks, Michael Rooker
Seres Rastejantes, do diretor James Gunn, conta a
história de uma cidade do interior dos EUA que, de uma hora para outra, se vê
totalmente dominada por uma espécie alienígena bizarra. Os seres, uma raça de
vermes melequentos, invade o corpo dos moradores por vias orais e toma controle
sobre a mente das mesmas, transformando-as em completos psicopatas que se
voltam contra aqueles que resistem a fim de fazê-los semelhantes.
Batido pacas, né não? Quer dizer, em 1955 o autor Jack
Finney já tinha publicado algo muito semelhante no livro Invasores de Corpos.
Livro que foi adaptado para o cinema e TV uma cacetada de vezes e cujo plot foi
utilizado e reutilizado e reciclado mais uma cacetada.
E Seres Rastejantes seria realmente extremamente batido não
fosse o fato de que é uma comédia escrachada e absurda, entupida de situações bizarras
e sem nenhum senso de limite.
A começar que os alienígenas são uns bichos feitos de
massinha (o que não ficou exatamente tosco, ficou surreal) que chegam aos
montes, invadem sem sutileza nenhuma em uma clara e esculhambada referência a
Alien. Depois que o trabalho de maquiagem que dão aos infectados, principalmente
ao primeiro, o caso zero, é exageradíssimo e o comportamento que eles assumem
ao serem dominados é bizarro! Por conta de o paciente zero ser casado com a
protagonista do filme, os moradores da cidade ficam todos perdidamente apaixonados
por ela. Além disso o pequeno grupo de pessoas que resiste à invasão é formado
por um bando de desajustados: um policial sem noção (Nathan Fillion, sempre
sensacional em qualquer coisa que faça, somente menos sensacional que o Robert
Downey Jr.) que também é apaixonado pela mulher do primeiro infectado, o
prefeito da cidade, pervertido e boca suja que avacalha até com os próprios eleitores
(todos fazem isso, na verdade), a esposa do primeiro infectado, que virou uma
obsessão de todos os hospedeiros e uma adolescente que quase foi devorada viva
pela própria família.
Como eu disse, o filme não tem limites quando o assunto é
bizarrice e humor negro. Um dos pontos mais altos, um daqueles momentos que te
fazem repensar a vida, que te fazem contestar a existência de uma força
superior, é quando um veado possuído pelos aliens tenta devorar o personagem de
Fillion. Mas o bicho (esse sim) é tão tosco que se torna inacreditável, é
impossível não rir com cara de retardado enquanto a cena acontece.
Todo o filme é permeado por esse humor negro nonsense,
cheio de referências a obras do gênero, mas sem perder a identidade, sem ficar
tosco (quer dizer, é tosco, mas é bem feito). Dentro do gênero trash de invasão
alienígena, eu me arrisco a dizer que Seres Rastejantes beira o genial.
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