Oblivion - Um mundo Sci-fi de fantasia memorável com um coração humano em sua essência

                                                                  Dia 209, Assis Oliveira

Filme: Oblivion (2013) - IMBb 7,1
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Karl Gajdusek e Miche Arndt
Elenco: Tom Cruise, Morgan Freeman, Olga Kurylrenko e mais
Duração: 124

O que somos? De que somos feitos? Temos uma alma? O que ela é? Se tivermos uma alma, ela é feita do amor que compartilhamos? ou será ela apenas nossas lembranças?

Essas são perguntas que um tipo especial de história costuma se propor a descobrir: a ficção cientifica. É disso que gosto nelas, um exercício para vislumbrar as respostas para perguntas que estamos sempre a buscar, sem nem arranhar uma resposta que satisfaça nossa curiosidade.

Oblivion, é uma dessas histórias. Muitas dentre outras que que alguém num exercício de imaginação, leva para um livro e mais tarde, um outra imaginação igualmente criativa coloca na tela de cinema.

Jack Harper (Tom cruise) é apenas mais alguém fazendo o seu trabalho, um técnico de robôs, mera rotina. Manter uma rede de “Droms” operacional enquanto um gigantesco sistema de sondas retira da terra todos os seus recurso líquidos. A terra está destruída. Ficou assim depois que uma raça alienígena destruiu nossa Lua, daí a natureza fez o resto antes da invasão definitiva. No final a humanidade ganhou a guerra usando armas nucleares, mas o preço foi um planeta desprovido de sua capacidade de manter vida embora ainda exista atmosfera. O que resta de recursos hídricos está sendo preparado para levar a uma futura colônia humana em uma das luas de Júpiter.

As lembranças de Jack foram apagadas, ele não tem memória e tudo que sabe é seu nome e o objetivo de sua missão, ao conclui-la ele irá para colônia assim como o que restou da humanidade que aguarda em uma estação espacial, onde também está o controle da missão.

Mas algo que não devia estar lá perturba Jack. Um resquício de memória, algo que não foi completamente apagado. Um rosto de uma mulher estranha numa manhã, no Empire State, em Nova Iorque. Sua curiosidade, uma ligeira sensação de que algo não está certo e o seu desejo de permanecer na terra, são as coisas que tornam Jack um homem contraditório. Jack anseia pelas coisas simples da terra, como uma casa no lago como a que ele construiu em um oásis verde. Jack coleta coisas deixadas para trás, especialmente livros que ele guarda na cabana onde as vezes ele fica por horas sem que a sua parceira de missão saiba onde ele se encontra.

Os alienígenas ainda estão por lá, ou os carniceiros como eles o chamam. Quando a noite cai, eles perseguem e destrói os robôs para lhes roubar as células de energia de plutônio, mas seus alvos são algo maior, as sondas e a estação espacial na orbita da terra.

Tudo fica explicado desde do começo no filme, mas em breve tudo vai mudar. E será a memória de Jack que irá mudar tudo assim que ele descobrir quem realmente ele é, ou o que ele é.

Existe uma alma que é feita a partir do amor que compartilhamos. Há muitas maneiras de descrever Oblivion, mas o que melhor fala dele é a fala mansa de Tom Cruise que faz você sentir o batimento cardíaco deste épico sci-fi. É um filme totalmente diferente, que valoriza a história humana e personagens que são movidos por um propósito comum.  Com um elenco pequeno, é muito bom desfrutar de Cruise, Freeman, a beleza de Olga Kurylenko (a Vera Evans de Magic City) e Nikolaj Coster-Waldau, o cara que faz Jaime Lannister de Game of Throne e que tem aparecido com frequência nos Blockbusters de Hollywood. Morgan e os outros coadjuvantes são memoráveis  os fios da trama são bem tecidos, e eu não vou entregar nada, pois minha satisfação é saber você que viu com seus próprios olhos. Então o que eu vou lhe dizer é para se preparar para uma viagem poderosa e desconhecida onde nada é o que parece. Oblivion preenche todos os requisitos de uma adaptação perfeita de uma obra literária e estabelece uma lembrança original para ficar na sua mente por muito tempo após os créditos começarem a subir. É um sucesso distinto entre as ofertas, em grande parte abismais do cinema em 2013 até agora. Não perca.