sábado, julho 27, 2013

Vírus

Dia 208, Felipe Pereira 194

Carriers - 2009
Dir: The Pastor Brothers
Elenco:  Lou Taylor Pucci, Chris Pine, Piper Perabo.


Vírus (Carriers) conta como seria o apocalipse zumbi real, como ele realmente aconteceria se realmente fosse acontecer (eu particularmente já perdi as esperanças). Na trama o mundo já era, a civilização humana foi pro saco, as regras da sociedade precisaram ser remodeladas para que os poucos sobreviventes que restaram possam se manter vivos pelo maior tempo possível. Nesse mundo desgraçado acompanhamos um grupo de sobreviventes que viaja num carro com o objetivo de chegar ao litoral: dois irmãos (Chris Pine e Lou Taylor Pucci) e suas respectivas namoradas (Pipper Perabo e Emily VanCamp). Os quatro acabaram por se adaptar a isso, essa vida suja, dentro de um carro, sempre em movimento. Até o dia em que eles se envolvem em um acidente, destroem o carro e precisam “pegar carona” com um sujeito que encontraram na estrada, um pai que cruza o país com a filhinha infectada seguindo a frequência de rádio de um médico que diz ter a cura para o vírus que a menina carrega. Porém, tendo visto o que o vírus faz com as pessoas e o quão rápido elas ficam infectadas e param de agir como si mesmas, os quatro tomam uma atitude bastante questionável: forçam o pai e a menina a ir na parte de trás do carro enquanto eles guiam, separando-os por um plástico que deve isolá-los da menina.


E concordam em levar o cara e afilha até o ponto informado pela mensagem, desde que chegando lá eles caiam fora e os quatro sigam viagem com o carro. É algo bem cretino da parte dos quatro, mas passa a fazer sentido dentro do contexto.
Vírus, apesar de totalmente linear, não tem um roteiro clássico, não tem O Conflito final, não tem um clímax propriamente dito. O filme consiste em acompanhar os personagens indo do ponto A ao ponto B do mapa e em todas as coisas que encontrarão e situações nas quais se envolverão pelo caminho. São várias situações, uma mais desgraçada que a outra, que vão servindo para moldar a personalidade de cada um deles e contar um pouco de suas histórias.

Aqui os zumbis não correm, não andam, sequer se alimentam de carne. Eles, após a infecção, começam a deixar de agir como si mesmos, perdem o controle do próprio corpo, da própria fala, começam a cuspir confissões duras, começam a jogar pra fora o que, em são consciência, eles guardavam para si. O termo zumbi provavelmente nem mesmo se empregue corretamente por aqui. Após isso, ainda vivos, eles caem onde estão e esperam a morte enquanto seu corpo se decompõe. O problema aqui não é fugir dos mortos, não é que eles vão te devorar, o problema aqui é possibilidade de perder a vida de uma forma tão miserável, sem chance de cura, sem poder controlar a si mesmo...


Além disso os fluidos dos infectados são altamente contagiosos, qualquer gota de sangue que espirre, qualquer arranhão na pele já te transforma em um deles e aí é só ladeira abaixo.

Em uma das cenas mais desesperadoras do filme é quando eles chegam ao local indicado pela mensagem e encontram o tal médico, que também foi infectado, e o cara decidiu tomar uma decisão para pôr um fim ao sofrimento de seus pacientes. Essa cena é angustiante, tem uma das reflexões mais destrutivas da trama e um desdobramento inconsolável.


Vírus é uma reflexão que não chega a uma resolução agradável. É um filme triste e sem esperança, não chega a ser desesperador, até para isso é preciso ter alguma esperança. E isso já acabou, junto com a gasolina e a eletricidade. Mas, mesmo assim, vale a conferida. Seja pela história, seja pela execução competente, pelos atores excelentes (Chris Pine diferente de qualquer coisa que já tenha feito) ou pela bela fotografia. Uma série de situações que caminham para o inevitável.

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