domingo, julho 28, 2013

Na Natureza Selvagem - Trilha Sonora (Into The Wild, 2007)

Dia 209, Felipe Pereira 195

Todo mundo sabe que o Sean Penn é um dos maiores e mais excelentes atores em atividade, correto? Mas nem todo mundo sabe que ele, além disso, é um diretor fantástico e extremamente sensível que sabe retratar como poucos a inquietação e a necessidade de libertação do espírito humano, a necessidade de se libertar das correntes da sociedade, dos dogmas sem sentido que impedem o homem de ser homem. Toda essa inquietação e essa necessidade de libertação foi retratada em um dos filmes mais fantásticos e impactantes que eu vi na vida, um drama real chamado Na Natureza Selvagem, dirigido por Penn e estrelado pelo subaproveitado Emile Hirsch (em uma atuação espetacular, totalmente entregue ao personagem).

O verdadeiro Christopher McCandless.
Na trama, baseada em fatos, o jovem Christopher McCandless, recém formado na faculdade, decide abrir mão de tudo o que tem, amigos, família, carro, dinheiro, documentos, carreira, universidade, e partir em uma jornada rumo ao Alaska. Uma jornada de exílio e autoconhecimento, na qual acaba passando e mudando a vida de várias pessoas, e a sua própria. A cada novo personagem que cruza seu caminho, Chris aprende uma nova lição, se apega a um novo rosto, adquire um novo conhecimento e... Um dia eu escrevo sobre esse filme, eu quero viajar nessa resenha, quero fazer um post daqueles, se é que vocês me entendem. Hoje eu vou falar sobre um dos mais notáveis e tocantes elementos de Into The Wild: sua trilha sonora.
A trilha sonora de ITW é composta de dois discos.
O primeiro deles conta com 36 faixas compostas por Michael Brook (O Vencedor, As Vantagens de Ser Invisível). É um exercício de sentimento. O disco alterna entre angústia e plenitude, dor e superação, entre se encontrar em uma sociedade doente na qual não há lugar para si ou se perder em uma natureza selvagem, da qual você sente que faz parte. Cada faixa marca um momento específico do filme, cada uma dela traz em seu título uma cena em questão, cada uma com um feeling diferente, encaixando-se num contexto maior. Ouvir esse primeiro disco sem ter experimentado o filme é algo surreal, mas fica uma sensação de que algo está faltando, que algo não está completo.
E o título das faixas é entupido de spoilers agressivos, eu só recomendo ouvi-lo após ver a película.
Por outro lado há o segundo disco, completamente composto e executado pelo espetacular Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam. E, para mim, essa é a joia da coroa. Vedder explora todo seu potencial artístico aqui. Todo o poder da sua voz em músicas escritas com a alma.
E por falar em alma, em sentimento, isso é o que mais marca o cd, o que mais toca quem o escuta. É impossível não chegar ao fim das músicas (ao menos para quem viu o filme) sem estar de olhos molhados, é impossível não ouvir essas canções sem querer largar tudo o que se está fazendo e iniciar você mesmo uma jornada na qual você descobrirá quem você é.

Emile Hirsch como Christopher McCandless
Há rock, há melancolia, há reflexão, amor, desespero, desapego... Um disco maravilhoso na voz de um dos maiores (eu sempre digo isso) artistas que a música já conheceu. E o mais bacana, por aqui Vedder deixa um pouco de lado o militarismo que impregna os discos do Jam, assume uma postura mais íntima.
Destaques para Hard Sun, Society, Long Nights e o disco inteiro, um trabalho inspiradíssimo de Vedder, Brooks e todos os envolvidos.

Minha dica de hoje é essa: veja Into The Wild e, se você ao terminar ainda não estiver com a alma em pedaços, ouça a trilha sonora. E se estiver, melhor ainda. Ouça assim mesmo. 

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