domingo, julho 21, 2013

Liga da Justiça - Ponto de Ignição

Dia 202, Felipe Pereira 188

Justice League: The Flashpoint Paradox - 2013
Dir: Jay Oliva
Elenco: Justin Chambers, Michael B. Jordan, Kevin McKidd.


Há uma teoria de que a cada 5 anos a DC Comic simplesmente decide resetar todo o seu universo e recomeçar do zero todas as suas histórias para contar mais uma vez as histórias que todo mundo já conhece de um jeito um pouquinho diferente.
Recentemente aconteceu isso e todos os heróis do panteão da editora (salvo algumas exceções, como o Lanterna Verde) foram zerados, tiveram suas cronologias reiniciadas e suas origens remodeladas. Mesmo os grandões, Superman, Batman, Mulher Maravilha... O mesmo aconteceu com o Flash. Porém, antes de ter sua timeline resetada, o velocista escarlate teve a oportunidade de protagonizar uma das maiores e mais importantes sagas da sua existência: o arco Flashpoint, que chegou ao Brasil (com um delay de alguns meses) sob o título de Ponto de Ignição.
Essa saga, tão importante que foi, teve ligação direta com o reboot (ou pelo menos foi essa a desculpa que deram para não ter de ignorar uma história tão bem escrita), porém de certa forma, como tudo foi remodelado e recontado, a saga do herói velocista foi um tanto quanto perdida no processo.
Então, seguindo o padrão de adaptações de grandes arcos, esse ano foi lançado, como de costume, direto em DVD a animação baseada na série do herói: Liga da Justiça – Ponto de Ignição.


Na trama Barry Allen (O Flash, para quem não sabe), acorda um dia e percebe que o mundo no qual acordou não é o mesmo no qual ele foi dormir. Nesse mundo ele não tem poderes, dois reinos comandados por heróis estão em uma guerra que pode levar à Terceira Guerra Mundial: Atlantis e Temiscira e, por último, mas não menos importante, a mãe de Barry, que em sua realidade havia sido assassinada quando ele ainda era criança, está viva.
Além disso, várias outras grandes mudanças ocorreram, mudanças na vida de Barry e de todo o mundo, que ele vai descobrindo no decorrer da trama.
Ele inicia uma investigação a respeito do que pode ter desencadeado este evento e acaba descobrindo que um dos seus inimigos mais poderosos, o Flash Reverso, tem relação direta com o que ocorreu. E, sem poderes, decide pedir ajuda ao único homem que ele tem certeza que vai saber o que fazer: o Batman. O problema é que, neste mundo desgraçado à beira da destruição, Bruce Wayne foi assassinado na infância e seu pai, Thomas Wayne, assumiu o manto do morcego (e uma rede de cassinos) e toma conta das noites de Gotham combatendo o crime de forma violenta e assassina. Além disso, nessa realidade, o Superman nunca deu as caras e a Liga da Justiça nunca se formou. E, quase esqueci, Lex Luthor é um herói.


É então que, unindo forças a Thomas Wayne, Barry decide recriar o acidente que lhe concedeu seus poderes e consertar o dano que foi causado ao tecido temporal antes que a guerra travada pela Mulher Maravilha e pelo Aquaman acabe destruindo esse mundo e impossibilitando que as coisas voltem a ser o que eram antes.
Das animações da DC Comics, Ponto de Ignição é a que tem a história mais complexa e bem contada. Mistura ação frenética com viagem no tempo, universos paralelos, teoria do caos de uma forma bem amarrada, mas não extremamente simples, de modo que alguns acontecimentos nem todo mundo deve sacar com facilidade. E isso é ótimo! Além disso, é um fato conhecido por leitores de HQ que o Flash é um dos personagens mais carismático da DC e dar a ele o papel principal nesse longa recheado de heróis mais populares foi uma ideia certeira por que, assim como tudo o que diz respeito à história, a personalidade de Barry Allen foi muito bem trabalhada. Todo o seu drama pessoal e sua superação são muito fluídos, assim como toda a história.


Uma novidade aqui é o nível de violência constante e quase explícito do roteiro. Tem de assassinato de criança a decapitação e um bocado de palavrões. Não fica exagerado, mas rendeu ao filme um PG13, algo incomum para animações do tipo.
O único ponto baixo do longa é, assim como em Superman – Unbound, a animação. Aqui ela é um pouco menos preguiçosa e mais detalhada, mas mesmo assim incomoda pela influência exagerada (e mal feita) dos animes e pelo estilismo deslocado do traço. Em certos pontos os personagens chegam a ficar deformados.

Fora isso LJPdI é um filme exemplar e que daria um live action excelente.

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