Dia 202, Felipe Pereira 188
Justice League: The Flashpoint Paradox - 2013
Dir: Jay Oliva
Elenco: Justin Chambers, Michael B. Jordan, Kevin McKidd.
Há uma teoria de que a cada 5 anos a DC Comic
simplesmente decide resetar todo o seu universo e recomeçar do zero todas as
suas histórias para contar mais uma vez as histórias que todo mundo já conhece
de um jeito um pouquinho diferente.
Recentemente aconteceu isso e todos os heróis do panteão
da editora (salvo algumas exceções, como o Lanterna Verde) foram zerados,
tiveram suas cronologias reiniciadas e suas origens remodeladas. Mesmo os
grandões, Superman, Batman, Mulher Maravilha... O mesmo aconteceu com o Flash.
Porém, antes de ter sua timeline resetada, o velocista escarlate teve a
oportunidade de protagonizar uma das maiores e mais importantes sagas da sua
existência: o arco Flashpoint, que chegou ao Brasil (com um delay de alguns
meses) sob o título de Ponto de Ignição.
Essa saga, tão importante que foi, teve ligação direta
com o reboot (ou pelo menos foi essa a desculpa que deram para não ter de
ignorar uma história tão bem escrita), porém de certa forma, como tudo foi
remodelado e recontado, a saga do herói velocista foi um tanto quanto perdida
no processo.
Então, seguindo o padrão de adaptações de grandes arcos, esse
ano foi lançado, como de costume, direto em DVD a animação baseada na série do herói:
Liga da Justiça – Ponto de Ignição.
Na trama Barry Allen (O Flash, para quem não sabe), acorda um dia e percebe que o mundo no qual acordou não é o mesmo no qual ele foi dormir. Nesse mundo ele não tem poderes, dois reinos comandados por heróis estão em uma guerra que pode levar à Terceira Guerra Mundial: Atlantis e Temiscira e, por último, mas não menos importante, a mãe de Barry, que em sua realidade havia sido assassinada quando ele ainda era criança, está viva.
Além disso, várias outras grandes mudanças ocorreram,
mudanças na vida de Barry e de todo o mundo, que ele vai descobrindo no
decorrer da trama.
Ele inicia uma investigação a respeito do que pode ter
desencadeado este evento e acaba descobrindo que um dos seus inimigos mais
poderosos, o Flash Reverso, tem relação direta com o que ocorreu. E, sem
poderes, decide pedir ajuda ao único homem que ele tem certeza que vai saber o
que fazer: o Batman. O problema é que, neste mundo desgraçado à beira da
destruição, Bruce Wayne foi assassinado na infância e seu pai, Thomas Wayne,
assumiu o manto do morcego (e uma rede de cassinos) e toma conta das noites de
Gotham combatendo o crime de forma violenta e assassina. Além disso, nessa
realidade, o Superman nunca deu as caras e a Liga da Justiça nunca se formou.
E, quase esqueci, Lex Luthor é um herói.
É então que, unindo forças a Thomas Wayne, Barry decide
recriar o acidente que lhe concedeu seus poderes e consertar o dano que foi
causado ao tecido temporal antes que a guerra travada pela Mulher Maravilha e
pelo Aquaman acabe destruindo esse mundo e impossibilitando que as coisas
voltem a ser o que eram antes.
Das animações da DC Comics, Ponto de Ignição é a que tem a
história mais complexa e bem contada. Mistura ação frenética com viagem no
tempo, universos paralelos, teoria do caos de uma forma bem amarrada, mas não
extremamente simples, de modo que alguns acontecimentos nem todo mundo deve
sacar com facilidade. E isso é ótimo! Além disso, é um fato conhecido por
leitores de HQ que o Flash é um dos personagens mais carismático da DC e dar a
ele o papel principal nesse longa recheado de heróis mais populares foi uma
ideia certeira por que, assim como tudo o que diz respeito à história, a
personalidade de Barry Allen foi muito bem trabalhada. Todo o seu drama pessoal
e sua superação são muito fluídos, assim como toda a história.
Uma novidade aqui é o nível de violência constante e
quase explícito do roteiro. Tem de assassinato de criança a decapitação e um
bocado de palavrões. Não fica exagerado, mas rendeu ao filme um PG13, algo
incomum para animações do tipo.
O único ponto baixo do longa é, assim como em Superman –
Unbound, a animação. Aqui ela é um pouco menos preguiçosa e mais detalhada, mas
mesmo assim incomoda pela influência exagerada (e mal feita) dos animes e pelo
estilismo deslocado do traço. Em certos pontos os personagens chegam a ficar
deformados.
Fora isso LJPdI é um filme exemplar e que daria um live action
excelente.
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e também pelo blogger
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