Dia 200, Felipe Pereira 187
Hellboy - 2004
Dir: Guillermo del Toro
Elenco: Ron Perlman, John Hurt, Selma Blair.
Se há uma coisa da qual não canso é de adaptação de HQ. Digam
o que quiserem, reclamem o quanto quiserem, é algo que não vai diminuir, muito
menos acabar, portanto o melhor que você pode fazer é curtir o que vier de bom
e falar mal do que vier de ruim.
Dito isso, podemos falar de Hellboy, filme de 2004 que
adapta para as telas a criação do quadrinista americano Mike Mignola.
A trama se inicia em 1944, no fim da Segunda Guerra
Mundial, quando o religioso Trevor Broom, assessor paranormal do presidente Roosvelt,
é enviado em uma missão militar na Escócia para investigar rumores de que os
nazistas, desesperados à beira do fim da IIGM, teriam
se enveredado para os lados da bruxaria e da magia negra.
O que Broom descobre ao chegar lá é que os nazistas não
só estão envolvidos com magia negra, como planejam abrir um portal para o
Inferno e trazer à Terra sua arma secreta: um grupo de poderosos demônios que
mudariam o rumos da guerra.
E do mundo.
Os nazistas, liderados pelo ocultista Grigori Rasputin,
até conseguem abrir o tal portal, mas são interrompidos pelos militares a
tempo, antes que libertem algo de (muito) ruim.
Porém, daquele portal que só ficou aberto por alguns
segundos, algo conseguiu sair. Algo vermelho, com cauda e um par de chifres. Um
bebê demônio chamado HELLBOY.
E o religioso Broom, tomado por uma piedade e empatia
incomuns, decide fazer o impensável: toma o demônio como filho.
Salto temporal para os dias atuais, as coisas cresceram
um bocado: a guerra terminou como sabemos que terminou, Broom fundou o Instituto
de Investigação do Paranormal e de Defesa e Hellboy virou uma lenda urbana do
mesmo nível do pé grande e da Perna Cabeluda.
E é nesse ponto da história que chega ao Instituto o
recém formado agente do FBI John Myers (Rupert Evans), incumbido da missão de manter Hellboy
nos trilhos, impedir que ele saia de controle e venha a público. Isso por que o
jovem demônio (interpretado por Ron Perlman, nascido para o papel) acabou por
se tornar um gigante vermelho cuja mão direita é um gigantesco “martelo” de
pedra capaz de esmagar a frente de um caminhão em movimento sem grande esforço.
Além disso, digamos que HB seja um tanto difícil de controlar, ao mesmo tempo
em que irremediavelmente impulsivo e um tanto quanto agressivo em seu modo de
trabalhar. Necessário mencionar que HB é um dos principais agentes do
Instituto, ao lado do irmão adotivo Abe Sapiens, um misto bizarro de homem e
anfíbio com poderes telepáticos interpretado pelo sempre fantástico Doug Jones.
Tudo é lindo, tudo corre bem até que, um dia, só de zua,
alguém decide trazer Rasputin de volta à vida e dar continuidade ao seu plano de
dominação mundial por meio da destruição mundial. E, agora, sem nazistas, sem
Hitler, o russo é quem comanda tudo, quem controla tudo com as próprias mão. E
cabe a Hellboy, Abe, Myers e a namorada do demônio, Liz (Selma Blair), que possui a
habilidade de gerar e manipular fogo (e que, por conta disso, se encontra internada
em um sanatório) deterem o demoníaco Rasputin e seu plano maluco.
Isso tudo levando em consideração que Hellboy é parte
fundamental desse plano, visto que ele é quem tem na mão o poder de abrir ou
não a porta para os demônios.
Hellboy, do diretor Guillermo Del Toro, é uma adaptação
grandiosa de um personagem, até então, pouquíssimo conhecido. O filme é uma
aventura incessante, incansável, cheio de personagens bizarros e carismáticos,
cheio de cenários fantásticos e com uma produção e direção espetaculares.
Del Toro usa a alegoria do bom demônio (ou do demônio não
tão ruim assim, no caso do HB) para tratar de assuntos recorrentes à cultura
mundial, de amor e família a autoconhecimento, perda, poder de escolha...
Hellboy está cheio dessas metaforazinhas bacanas que costumam ser grandes e
repetitivos clichês, mas aqui ganham toda uma nova roupagem, seja visual, seja
simbólica.
O filme, apesar de desagradar os fãs mais fervorosos, é
divertido, aventuresco, cheio de ação incessante e visualmente fantástico. Eu particularmente
não tenho o que criticar nessa primeira aparição do gigante vermelho nas telas.
Acho Hellboy um trabalho extremamente bem realizado, de todas as partes
envolvidas, principalmente falando-se de direção e elenco.
Uma das mais bacanas adaptações de HQ para as telas, pra
mim é mesmo nível de diversão de Vingadores.
Para Hellboy, nada mais justo que a nota máxima!
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