Dia 199. Michel 179.
Escutar "Drink The Sea"(2010), do The Glitch Mob, é como se perder num sonho.
Mas não qualquer sonho: você se perderá naquele que te dá todas as respostas que você procura, te mostra o futuro, te presenteia com a chance de antecipar cada jogada do destino. Mas há algo a se dar em troca: sua memória.
No fim de tudo, você acorda com uma angustiante sensação de saber de tudo e não lembrar de coisa alguma.
A sonoridade de "Drink The Sea" é fortemente eletrônica. Recheada de sintetizadores e dubs, em muitos momentos lembra o Linkin Park de começo de carreira. Em outros, mostra a inegável influência recebida do Daft Punk - porém, indo muito além da influência, criando aqui algo novo e original.
Pesado, poderoso, intranquilo... explosões de luz sonora. Cores em altíssima velocidade, fractais feitos de brilho condensado. Onda e partícula, vivo e morto.
O que é ainda mais lindo em "Drink The Sea" é a capacidade que o disco tem para ser trilha sonora. Essas músicas poderiam tocar facilmente num filme da série "Tron", ou em um dos filmes de Christopher Nolan. Um disco com talento para ser ficção científica. Arrisco dizer que o trio (sim, The Glitch Mob são três caras) é indicado a ser um dos grandes nomes da música eletrônica do atual cenário musical. Pena que eles não são muito vistos pela mídia - pena, e ao mesmo tempo tranquilidade.
Ouvir The Glitch Mob nos faz refletir sobre o fim. Sobre os fins. Sobre nossa capacidade de terminar, de acabar, de deixar ir, de degradar. Seja o futuro uma utopia, uma distopia ou uma disenteria, nós já nos entregamos a ele em nosso inexorável sentimento de amor pela entropia. Inércia pura, eu diria.
Atenção às faixas: "Animus Vox", "Bad Wings", "A Dream Within A Dream", "Between Two Points" "We Swarm" e "Starve The Ego Feed The Soul".
Drink The Sea, then.
Agora dá licença que eu vou voltar pro Far Cry 3. :P
Buenas Noches!
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