Dia 145 - Felipe Pereira 139
Eu conheci The National em 2011 ao final do filme
Warrior, um drama de MMA de duas horas que conta a história de um professor que
enfrenta um brutamontes desertor da marinha no ringue e descobre que ele é seu
irmão. Um filme tão bacana que eu só acordei quando começou a tocar About
Today, do National. Não fosse isso estaria dormindo até agora. E About Today é
uma música tão bacana que eu tive de rever o filme para ver se no contexto melhorava, mas não, é um negócio bem ruinzinho mesmo, mas eu conheço gente que gosta, então o problema deve ser
comigo. E tem o Tom Hardy no elenco, se isso faz diferença.
Achei a banda bacana, ouvi alguns discos, selecionei algumas músicas para a
playlist nossa de cada dia e deixei meio de lado, não me apeguei extremamente a
nenhum disco, apesar de que algumas músicas (About Today, Mistaken for
Strangers, Fake Empire, entre outras) entraram para minha playlist definitiva.
Até que eu vi essa semana um filminho bem sem vergonha chamado Meu Namorado é
um Zumbi (Warm Bodies) e, no final (SPOILER) sobem as letrinhas brancas na tela
escura ao som de Runaway, também do The National.
Em meu coração acendeu aquela
fagulha que, em uma hora e meia de filme, todo aquele amor falso e meloso não
conseguiu acender. Eu decidi dar mais uma chance ao National, decidi ouvir o CD
no qual se hospedava Runaway. E, foi ao ouvir esse disco, que decidi: eu adoro The
National. O disco se chama High Violet, lançado em 2010, é um dos trabalhos
mais recentes da banda (5 dias atrás eles lançaram Trouble Will Find Me, seu
disco mais recente) e é uma das coisas mais prazerosas e fantásticas que eu
ouvi ultimamente. Sei que os fãs de carteirinha devem ter seu disco favorito
que com certeza não é esse, mas HV me pegou em cheio. Tem tudo o que eu procuro
num bom disco, tem tudo o que faz com que eu me apegue a uma banda e ouça seu
disco mil vezes num dia. Tem a diferença que eu busco, aquela peculiaridade que
desperta meu interesse. Não é uma banda comum, não tem uma sonoridade comum, a
voz do líder, Matt Berninger, é mais grave que o que estamos acostumados, se
sobressai gloriosamente aos instrumentos, mas sem ofuscar, sem tirar o brilho
de ninguém.
As letras do National são profundas e sinceras, os caras não ficam
procurando palavras bonitas para rimas redondas, suas canções dizem exatamente
o que querem dizer, de forma direta, mas com uma doçura que foi se perdendo com
o tempo. O TN tem uma vibe meio anos oitenta, meio setenta, não é algo que eu
consiga explicar, por que ainda não consegui identificar, mas é algo que te
deixa melancólico, mas com um sorriso na cara, te deixa mais quieto, mas sem
ser chato ou te deixar desanimado, tem uma sonoridade poderosa e emocionante.
Há
uma crueza na banda que pode afastar algumas pessoas, que pode causar um
incômodo inicial, mas não se deixe levar pelo preconceito, não deixe de
conhecer ou de dar uma segunda chance a The National, falo por experiência
própria, essa banda é sensacional. Se não conhece, indico esse disco para
começar, ele tem um som menos cru, é mais fácil de se apegar, é um tanto mais
comercial que o de costume, mas mantém a identidade e a essência da banda, é
uma boa porta de entrada.
Do disco eu indico a (já mencionada) Runaway (sério, essa
música é impressionante), Anyone’s Ghost, Little Faith, Sorrow (que dá uma
flertada discretíssima com a música eletrônica) e Vanderlyle Crybaby Geeks.
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