Dia 146 - Felipe Pereira 140
Acho que hoje é o último dia antes do (des)esperado retorno do meu irmão (e mestre jedi) à coluna musical, então eu gostaria de finalizar minha jornada por aqui com algo no mínimo épico...Shall we begin?
Você pode até nunca ter ouvido o nome de Rob Dougan em sua vida, pode não saber com quem ele se parece, pode achar que não ouviu nenhuma de suas músicas, mas, se você atravessou do século XX para o XXI, você conhece Rob Dougan. Como? Fácil: Matrix, meu filho! A trilha sonora de The Matrix (e daqueles fan films toscaços que fizeram depois) é permeada pelo som do Sr Dougan! O cara é fera, eu diria que as músicas mais marcantes da trilogia são dele. Quer um exemplo? Aperta o Play aí e ouve!
Quer mais? Em Matrix Reloaded, aquele fan film meio
duvidoso, usaram parte do instrumental dessa aqui:
Não dá pra falar muito de Rob Dougan, nada que possa ser
colocado em um texto seria capaz de transmitir a grandiosidade musical desse
sujeito, e mais que isso, sua música fala por si só.
Violinos, bateria, guitarras e elementos eletrônicos
guiados por uma voz poderosa e diferente, é o tipo de música que contagia, não
à toa está na trilha sonora de The Matrix, é um ritmo frenético, te dá vontade
de aprender kung fu e sair voando, é uma música que eleva a temperatura, faz o
tempo desacelerar, cê não tem ideia, é uma coisa que te acerta. Impactante é a
palavra!
Em seu único CD Rob Dougan destrói tudo ao redor, não
deixa pedra sob pedra, Furious Angels é uma ópera moderna, uma catarse sonora,
o algoritmo sonoro de uma realidade falsa, ou os hinos entoados pelos rebeldes
que vão leva-la abaixo. Eu tô meio pirado hoje, mas não há como ouvir Furious
Angels sem enlouquecer! Se você ouvir o disco você vai saber do que eu tô
falando.
Espera um minuto que eu vou ter que parar de ouvir esse
disco... Não dá pra escrever enquanto se ouve, ele tira toda sua atenção. Se
bem que ou eu o escuto ou tenho de ouvir minha irmã cantando Jorge Vercillo...
O disco começa lento, mas já dá uma prévia do que está
por vir. Born Yesterdey é a mais contida das 15 faixas do primeiro disco (são
dois discos, o segundo traz as mesmas músicas em versão instrumental), é a mais
simples, chega a ser meio paradona, mas já dá uma sensação diferente de que
algo não está em seu lugar correto. Depois disso já partimos para a pancadaria
com Clubed To Death, um épico sonoro em duas partes, uma mais incrível que a
outra, é outra bastante famosa do Dougan por conta de Matrix. A primeira parte é
mais clássica: piano, violino, nada de voz, apenas instrumentos e, conforme vai
evoluindo, vai inserindo alguns samples e misturando com eletrônico. A segunda
começa de onde a primeira parou, o que poderia facilmente ser uma música só de uns
40 (exagero) minutos, mas a divisão faz um bem danado. Ela começa meio sofrida
e vai se tornando mais épica conforme os minutos (quase oito) vão se passando. É
uma música alucinante! ALUCINANTE!
O que vem depois nem precisava ser bom depois do que já
foi visto até aqui, mas o álbum não cai de ritmo, não perde qualidade e, na
música seguinte, Drinking Song, Dougan mostra que não é só de música “massa véi”
que se vive o homem. Ele demonstra o poder de sua voz em uma canção daquelas
que tocariam em bailes reais e valsas de 15 anos.
Depois disso vem a canção que dá nome ao disco: Furious
Angels e, eu sei que já disse isso de outras, mas é a música mais poderosa e
densa desse disco. É impossível ouvir sem se espantar, ela vai crescendo
desenfreada, vai se tornando algo monstruosamente belo e... Putz, não
inventaram (ou me ensinaram) palavras pra descrever... Apenas vá lá e ouça...
A letra de Furious Angels (e de todas as músicas, esse
disco é extremamente bem escrito) é fantástica, seus solos intermináveis de
violino são de um bom gosto extremo.
Vocês devem estar me vendo falar de violino e devem estar
pensando que o cara faz uma música chata pra cacete tipo aquelas bandas de
caras cabeludos e vozes fininhas (Dream Theater, Angra), não meu filho, aqui é
música de homem não é de menino não.
Desculpa aí quem gosta daqueles caras meio frescos que
cantam com aquela vozinha, mas, parafraseando Severino, aquilo ali é uma
bichona...
Dougan não não é rock, não é pop, não é classic, eu não sei o que é, não d´pa pra classificar, além disso música não é feita pra receber rótulos. Não boa música pelo menos.
Dougan não não é rock, não é pop, não é classic, eu não sei o que é, não d´pa pra classificar, além disso música não é feita pra receber rótulos. Não boa música pelo menos.
Eu poderia falar de cada uma delas, música por música, mas eu
ainda tenho de escrever sobre um filme hoje e esse disco já está me deixando
sem palavras... Não há músicas favoritas em FA, todas são impecáveis, de uma
agressividade e elegância únicas, misturando estilos e ritmos, mantendo um
nível de qualidade até o último segundo, no qual você se levanta e aplaude!
Não dá pra ter uma reação diferente: levante-se, aplauda
e reconheça o trabalho de um mestre.
Furious Angels, o único disco de Dougan. Ele veio,
entregou ao mundo sua obra insuperável e se recolheu, assim como planejava
Prometeu.
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E se nada do que foi dito (e não dito) até aqui foi suficiente para te convencer a dar uma chance a Rob Dougan, eu lhe desafio a não ter um AVC com essa música: A espetacular Furious Angels.
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