sábado, maio 25, 2013

A Troca (Changeling) – 2008 - Clint Eastwood e um futuro clássico!

Janiê Maia 10 Dia 145

Imagino como deve ser participar dos filmes de Clint Eastwood, uma honra, sentimento primeiro; vai ser clássico, vem seguidamente, e claro, é consequência pura. Deve ter sido por estes motivos que Angelina Jolie aceitou o convite de Clint, a atriz tão conhecida pela heroína Lara Croft, estava dando sinais de que queria ‘encarar’ personagens mais significativos, ou seja, complexos! Complexidade é uma característica marcante dos filmes de Eastwood, admiro isso nele. Ele simplesmente não repete as complexidades, repete os temas, com personagens e épocas diferentes.
Changeling (br: A Troca) é um filme americano de drama e suspense, dirigido por Clint Eastwood. Lançado em outubro de 2008, o filme é protagonizado por Angelina Jolie, e estrelado juntamente John Malkovich, Geoff Pierson, Jeffrey Donovan, Jason Butler Harner, Colm Feore, Amy Ryan e Michael Kelly.
Jolie interpreta Christine Collins, uma mãe solteira, bastante cuidadosa e amorosa. Em um dia de sábado, um dia comum de trabalho, Christine deixa seu filho em casa e vai ao trabalho. Tudo parecia normal, porém, quando volta para casa percebe que seu filho, Walter, tinha sumido. A partir daí, a mãe luta para encontrar a criança, as autoridades pressionadas para que o caso seja solucionado avisam a ela que encontraram seu filho. O caso do desaparecimento tornou-se famoso. Para mostrar a imprensa que tinham resolvido o crime, a as autoridades marcam de entregar o filho de Christine durante uma coletiva de imprensa. Então eis que um policial traz o filho desaparecido, mas logo, a mãe percebe que não é seu filho, ficando totalmente atordoada ao ouvir o seguinte do detetive: “And that's why it's important for you to take him home on a trial basis” (por isso é importante que o leve para casa para uma base experimental).


Pois é, se você ficou chocado com o sentido da frase, espere para ouvir e ver em cena, o jeito cínico e frio que o detetive expressa, soa quase como uma psicopatia simbiótica. O filme tem um aspecto virulento, você assiste e fica se questionando como alguém faz uma coisa dessas com a pobre coitada da senhora. Penso que é isto que Clint quer que aconteça, uma questão social, e de fato é. O enredo do filme foi baseado numa história real que ocorreu no ano de 1928, várias meninos de idade entre 7 e 12 anos desapareceram de forma similar. O caso, pelo que que sei, nunca foi solucionado, no filme mostra que foi, o culpado foi encontrado.
            Ao longo dos seus 141 minutos, A Troca justifica suas indicações ao Globo de Ouro. É um filme que não se torna cansativo, é um drama que te faz refletir pela simples atmosfera de uma imagem. O ambiente clássico da década de 20 construído por Eastwood, é simples e perfeito, tudo tem um tom pastel e pálido, causa uma constante de angústia.
            O tom vermelho do batom de Jolie usado no filme é o ponto de mutação. É ele que define a aura feminina em busca da verdade, é ele que marca a diferença de uma mulher num mundo exclusivo de homens. É isso que ela enfrenta, o mundo de homens tentando parar a sua busca! A palidez da pele de Christine, o desfoque da câmera, o encobrimento das expressões pelas abas dos chapéus, é magistral, sublime, mais uma vez soberbo! O filme todo tem um toque de cinema noir, Clint faz isso durante toda a película, os cortes de câmera no momento certo, fazendo com que o suspense se torne o sujeito.


            Depois de um certo tempo protagonizando filmes de ação, Jolie interpreta um personagem muito complexo. Talvez o aceite para viver uma mãe lutadora, serviu para mostrar que tem talento, e de sobra!!! É claro que a atriz teve seus momento ruins, já ganhou até um Framboesa de Ouro, mas isso é passado! As cenas em que Christine é internada no hospício pelo simples fato dela saber que seu filho encontrado não é o seu filho de fato, são no mínimo memoráveis. Interpretar uma mãe com um semblante sombrio, ao mesmo tempo que encarna uma mulher no auge da delicadeza feminina, símbolo do século XX; parabéns Jolie, o filme é seu! Dignas de uma indicação ao Oscar!
            Não posso deixar de citar John Malkovich, um super veterano do teatro e cinema americano. Dá um requinte a mais no longa, sua experiência é comprovada ao vê-lo em cena. Posso arriscar que todo o elenco foi bem selecionado, claro que tem aqueles atores que não nos agradam aos olhos. Mas é aqui que surge a linha tênue entre ator – personagem, diferentes, mas ainda causam confusões mentais.


Acho que vocês notaram que tenho uma quedinha nada básica pelos filmes de Clint Eastwood! Devo admitir que tudo que concerne ao direto e ator é de meu fetiche! Mas não é para menos, tal diretor é marca registrada dos amantes da boa sétima arte. Mais uma vez em A Troca ele expõe o assunto de raptos de menores, é uma alusão ao seu outro filme, o brilhante Sobre Meninos e Lobos. E este não é só uma das feridas que Clint toca, o assunto corrupção é o norteador de toda a película, aliás junte um filho sequestrado, um serial killer e polícia corrupta! No mínimo terás um resultado mais do que insatisfatório. O pecado do filme, creio que seja o único, é o roteiro, poderia ter sido menos extenso, isso gerou críticas negativas. Mas na minha opinião não desmerece a obra, ou seja, como citei no início será um futuro clássico!
          Desbravar a áurea feminina, em sua plenitude, virtude e delicadeza no posto da maternidade, é a maior beleza deste filme. Sem dúvida é um filme feminista, é um filme que serve de modelo para muitos e muitas principalmente. O drama de uma mãe que enfrenta o desaparecimento do filho já foi tema de novela, mas nunca retratado de forma tão brusca e delicada! O que posso afirmar é que esta mãe encara uma luta sem precedentes, uma luta não só sua, mas de todas aquelas que buscam seu filho não só desaparecido e sim perdido dentro do próprio lar.
 “Sra. Collins, ouça-me. Eu entendo. Você está se sentindo um pouco incerta agora, e isso é de se esperar. Um menino dessa idade, ele muda tão rápido. Nos compensamos por isso, em nossa investigação. E não há dúvida de que este é o seu filho.” Não posso deixar de citar o cinismo, ahh o cinismo gritante da humanidade.
Bjoossss!

Janiê Maia Cunha McCartney




2 comentários:

  1. Também tenho essa sensação sobre Clint, ele me agrada muito. Jolie pra min é a essência pura da beleza, ela é uma deusa incontestavel e provou que está além de Lara Croft, aliás se quiserem ver ela antes de Tonb Rider, vejam GIA, lá também seu talento se sobressai. O filme é espetacular do começo ao fim e seus comentarios o fazem ainda mais unico, Parabéns

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    1. Muito obrigada meu amigo Assis, concordo com sua opinião Jolie deu up a mais no filme de um gênio Eastwood!

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