Janiê Maia 10 Dia 145
Imagino como
deve ser participar dos filmes de Clint
Eastwood, uma honra, sentimento primeiro; vai ser clássico, vem
seguidamente, e claro, é consequência pura. Deve ter sido por estes motivos que
Angelina Jolie aceitou o convite de Clint, a atriz tão conhecida pela
heroína Lara Croft, estava dando
sinais de que queria ‘encarar’ personagens mais significativos, ou seja,
complexos! Complexidade é uma característica marcante dos filmes de Eastwood, admiro isso nele. Ele
simplesmente não repete as complexidades, repete os temas, com personagens e
épocas diferentes.
Changeling (br: A Troca) é um filme americano de
drama e suspense, dirigido por Clint Eastwood.
Lançado em outubro de 2008, o filme é protagonizado por Angelina Jolie, e estrelado juntamente John Malkovich, Geoff Pierson, Jeffrey Donovan, Jason Butler
Harner, Colm Feore, Amy Ryan e Michael Kelly.
Jolie interpreta Christine Collins, uma
mãe solteira, bastante cuidadosa e amorosa. Em um dia de sábado, um dia comum de
trabalho, Christine deixa seu filho
em casa e vai ao trabalho. Tudo parecia normal, porém, quando volta para casa percebe
que seu filho, Walter, tinha sumido.
A partir daí, a mãe luta para encontrar a criança, as autoridades pressionadas
para que o caso seja solucionado avisam a ela que encontraram seu filho. O caso
do desaparecimento tornou-se famoso. Para mostrar a imprensa que tinham
resolvido o crime, a as autoridades marcam de entregar o filho de Christine durante uma coletiva de
imprensa. Então eis que um policial traz o filho desaparecido, mas logo, a mãe
percebe que não é seu filho, ficando totalmente atordoada ao ouvir o seguinte
do detetive: “And that's why it's
important for you to take him home on a trial basis” (por isso é importante
que o leve para casa para uma base experimental).
Pois é, se você
ficou chocado com o sentido da frase, espere para ouvir e ver em cena, o jeito
cínico e frio que o detetive expressa, soa quase como uma psicopatia
simbiótica. O filme tem um aspecto virulento, você assiste e fica se
questionando como alguém faz uma coisa dessas com a pobre coitada da senhora.
Penso que é isto que Clint quer que
aconteça, uma questão social, e de fato é. O enredo do filme foi baseado numa
história real que ocorreu no ano de 1928, várias meninos de idade entre 7 e 12
anos desapareceram de forma similar. O caso, pelo que que sei, nunca foi
solucionado, no filme mostra que foi, o culpado foi encontrado.
Ao
longo dos seus 141 minutos, A Troca justifica
suas indicações ao Globo de Ouro. É um filme que não se torna cansativo, é um
drama que te faz refletir pela simples atmosfera de uma imagem. O ambiente clássico
da década de 20 construído por Eastwood,
é simples e perfeito, tudo tem um tom pastel e pálido, causa uma constante
de angústia.
O
tom vermelho do batom de Jolie usado
no filme é o ponto de mutação. É ele que define a aura feminina em busca da
verdade, é ele que marca a diferença de uma mulher num mundo exclusivo de homens.
É isso que ela enfrenta, o mundo de homens tentando parar a sua busca! A palidez
da pele de Christine, o desfoque da
câmera, o encobrimento das expressões pelas abas dos chapéus, é magistral,
sublime, mais uma vez soberbo! O filme todo tem um toque de cinema noir, Clint faz isso durante toda a película, os cortes de câmera no
momento certo, fazendo com que o suspense se torne o sujeito.
Depois
de um certo tempo protagonizando filmes de ação, Jolie interpreta um personagem muito complexo. Talvez o aceite para
viver uma mãe lutadora, serviu para mostrar que tem talento, e de sobra!!! É
claro que a atriz teve seus momento ruins, já ganhou até um Framboesa de Ouro, mas isso é passado!
As cenas em que Christine é
internada no hospício pelo simples fato dela saber que seu filho encontrado não
é o seu filho de fato, são no mínimo memoráveis. Interpretar uma mãe com um
semblante sombrio, ao mesmo tempo que encarna uma mulher no auge da delicadeza
feminina, símbolo do século XX; parabéns Jolie,
o filme é seu! Dignas de uma indicação ao Oscar!
Não
posso deixar de citar John Malkovich, um super veterano do teatro e cinema americano. Dá um
requinte a mais no longa, sua experiência é comprovada ao vê-lo em cena. Posso
arriscar que todo o elenco foi bem selecionado, claro que tem aqueles atores
que não nos agradam aos olhos. Mas é aqui que surge a linha tênue entre ator –
personagem, diferentes, mas ainda causam confusões mentais.
Acho que vocês notaram que tenho uma quedinha nada
básica pelos filmes de Clint Eastwood! Devo
admitir que tudo que concerne ao direto e ator é de meu fetiche! Mas não é para
menos, tal diretor é marca registrada dos amantes da boa sétima arte. Mais uma
vez em A Troca ele expõe o assunto de
raptos de menores, é uma alusão ao seu outro filme, o brilhante Sobre Meninos e Lobos. E este não é só
uma das feridas que Clint toca, o
assunto corrupção é o norteador de toda a película, aliás junte um filho
sequestrado, um serial killer e
polícia corrupta! No mínimo terás um resultado mais do que insatisfatório. O
pecado do filme, creio que seja o único, é o roteiro, poderia ter sido menos
extenso, isso gerou críticas negativas. Mas na minha opinião não desmerece a
obra, ou seja, como citei no início será um futuro clássico!
Desbravar a áurea feminina, em sua plenitude,
virtude e delicadeza no posto da maternidade, é a maior beleza deste filme. Sem
dúvida é um filme feminista, é um filme que serve de modelo para muitos e
muitas principalmente. O drama de uma mãe que enfrenta o desaparecimento do
filho já foi tema de novela, mas nunca retratado de forma tão brusca e
delicada! O que posso afirmar é que esta mãe encara uma luta sem precedentes,
uma luta não só sua, mas de todas aquelas que buscam seu filho não só
desaparecido e sim perdido dentro do próprio lar.
“Sra. Collins, ouça-me. Eu entendo. Você está
se sentindo um pouco incerta agora, e isso é de se esperar. Um menino dessa
idade, ele muda tão rápido. Nos compensamos por isso, em nossa investigação. E
não há dúvida de que este é o seu filho.” Não posso deixar de citar o
cinismo, ahh o cinismo gritante da humanidade.
Bjoossss!
Janiê
Maia Cunha McCartney
Também tenho essa sensação sobre Clint, ele me agrada muito. Jolie pra min é a essência pura da beleza, ela é uma deusa incontestavel e provou que está além de Lara Croft, aliás se quiserem ver ela antes de Tonb Rider, vejam GIA, lá também seu talento se sobressai. O filme é espetacular do começo ao fim e seus comentarios o fazem ainda mais unico, Parabéns
ResponderExcluirMuito obrigada meu amigo Assis, concordo com sua opinião Jolie deu up a mais no filme de um gênio Eastwood!
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