Janiê Maia Saintclair
11 Dia 144
Filmes blockbusters
não são muito a minha praia de crítica, primeiro porquê eles foram feitos
para divertimento, segundo são super produções, e quem sabe em terceiro recebem
uma boa aprovação de críticos! Não gosto muito de me arriscar a criticá-los (não
sei analisar filmes de ação), quem sabe resenhar bem sobre eles são meus
colegas do 01PorDia, mas irei me arriscar! Let’s go! Mas, eis que surge um
filme que te chama a atenção de uma forma inusitada, é aquele filme que não
será clássico, mas é tão fodátisco, que você precisa escrever sobre ele. Afinal quem admira Spielberg e James Cameron já pode falar sobre isso, ou não!
É o caso
de Sucker Punch (Br: Sucker Punch
- Mundo Surreal) é um filme de ação, fantasia, drama e steampunk (é um subgênero da ficção científica, ou
ficção especulativa, são obras tecnológicas ambientadas no passado, ou
num universo paralelo a uma época anterior da história humana, definição melhor na Wikipedia), do conhecido
diretor Zack Snyder, que foi lançado em 2011. Protagonizado por Emily
Browning, estrelado por Abbie Cornish, Jena Malone,
Vanessa
Hudgens, Jamie Chung, Carla Gugino, Oscar Isaac, Jon Hamm,
Scott Glenn,
Gerard Plunkett. Ele é um filme blockbuster, literalmente
um arrasa quarteirão, daquelas produções que te deixam de boca aberta, um
emaranhado de histórias sem nexo, que por fim tem muito sentido. E já assisti
umas quatro vezes, e só agora criei ‘coragem’ para resenhá-lo, acho que é
devido aos toques de psicologia e filosofia existentes nele.
Babydoll (Emily Browning), é uma linda
adolescente que tinha uma vida normal, até que a morte de sua mãe e uma outra
tragédia fazem sua vida desabar. Órfã e solitária, ela é internada em um
sanatório, como um plano maligno do Padrasto
(Gerard
Plunkett) para herdar toda a herança que seria desta.
Da cena do sanatório o ambiente muda repentinamente para um bordel chefiado por
Blue Jones (Oscar Isaac), onde ele
obriga ela e outras garotas a realizarem programas. Ao ensaiar os números
artísticos para os ‘clientes’, Madame
Vera (Carla Gugino) percebe que Babydoll
tem um talento para dança. Esta quando dança entra em transe, um mundo
imaginário, ou seja, um mundo surreal. Tudo isso ambientado durante os dias que
antecedem a operação de lobotomia (uma das técnicas mais hediondas, era utilizada pela medicina em
transtornos mentais), que será realizada em Babydoll.
A válvula de escape para todo este tormento movida pela moça órfã, é seu
cérebro, suas fantasias tornam-se uma realidade alternativa. As aventuras de Babydoll são ilusões surreais, a
genialidade de sua loucura é incrível. Em cada transe, ela tem uma missão a ser
completada, em busca de objetos muito importantes para o seu corajoso plano de
fuga, tais tarefas são enviadas por um Sábio (Scott Glenn).
Claro, que tudo isso auxiliado pelas outras Sucker’s:
Sweet Pea (Abbie Cornish),
Rocket (Jena Malone), Blondie (Vanessa Hudgens) e Amber (Jamie Chung), quatro internas
que compartilham do desejo de fuga do bordel. Fugir do destino cruel e sem
piedade é o que move Babydoll e suas
amigas a planejarem de maneira específica cada missão.
Bem, pela sinopse meio complexa, dá para notar que se
trata de uma super produção. Zack Snyder
já era um diretor que prometia uma carreira brilhante, sua ascensão se deu em
2004 com o filme Madrugada dos Mortos, um remake de A Noite dos Mortos Vivos.
Depois deste sucesso, tornou-se queridinho de hollywood após dirigir outros
campeões de bilheterias. 300, Watchmen e o tão esperado Man of Steel (o
novo Superman). O cara simplesmente se garante e tudo que ele toca até agora
virou ouro. Não é um diretor de filmes cult, mas é de outro estilo, ação e
fantasia são suas características.
O
diretor afirmou que Sucker Punch é
um moderno Alice no País das Maravilhas, com metralhadoras, ação e sangue. O
filme é uma mistura de anime, mangás, ação, drama, suspense, psicologia pela
loucura da protagonista e filosofia em suas teorias de realidades alternativas.
Tudo isso é um ode à loucura!!! A primeira coisa que você irá notar ao assistir
ao filme é sua fotografia (sempre noto, apaixonada por photography). É de tirar fôlegooooo, não é exagero, a imagem acima
demonstra isso muito bem!
Fiquei tão embasbacada com isso
que tive de pesquisar o nome do sujeito responsável por tão belo trabalho. Larry
Fong é o cara, não o conhecia, mas seus últimos projetos são ótimos,
prova disso é a forma com que usou seu talento em Sucker Punch. Ele usa e abusa das cores pálidas, cinzentas, frias
com toques de sinistro quando se trata do mundo surreal de Babydoll. Ao se voltar para o bordel, os tons são coloridos,
vivos, alegres (se é que existe isso aqui), combinando com clima cabaret do local. O legal é que esta
aquarela cinematográfica que Fong utiliza, faz do espectador um objeto simplório fetichista. Fetiche causado pela beleza
do visual, assistimos e ficamos transcendentes, pedindo mais, quero mais cores, quero imagens divinas! Um
ode ao belo! A beleza das personagens também conta e muito, isso causa furor
para a ala masculina!
Claro que
talento para atuar conta, e muito! De todos os atores que estrelam o longa,
cito Scott Glenn,
o
esquisito homem sábio. Um veterano do cinema, com certeza você já viu ele em muitos filmes. Carla Gugino
sempre bela, o sotaque sabiamente colocado. Vanessa
Hudgens e Jamie Chung são as mais
apagadas, não por falta de talento, mas sim pela falta de embasamento de suas
histórias pessoais. O que ajuda é a beleza de ambas e o fetiche asiático de Chung. Abbie Cornish
e Jena Malone
fazem muito seu trabalho, interpretam as irmãs sofridas e rejeitadas,
envolvem pela afetividade.
Mas de todo o elenco, a
excelência de atuação fica por conta de Emily
Browning! Uma atriz jovem e super talentosa, a escolha de Snyder foi perfeita. A junção de
juventude e beleza delicada de Emily caiu
como uma luva para sua personagem. Uma boneca de porcelana que luta com
samurais, carrega metralhadoras e ainda canta algumas faixas da trilha sonora.
A atriz australiana é bem conhecida por seu trabalho em Desventuras em Série, lembram
dos irmãos Baudelaire e suas aventuras? Emily
atua de forma divina, na forma como entona a voz, como entra em estado de
coma imaginário. Perfeita! Jovens atores também tem talentos!
Outro
ponto alto do longa é a trilha sonora! É muito showww! Bjork lidera a minha preferência nas músicas. A voz dela suave, ao
mesmo tempo que gritante, é muito legal assistir as cenas de ação com uma
música tão bem ambientada. Browning também
canta, e muito bem se querem saber! Gostei tanto do cd que já está no meu mp3! A
trilha é composta por nove músicas, interpretadas por covers, outros atores do longa também cantam. 1. Sweet
Dreams / Are Made Of This - Emily Browning – (Eurythmics) 2. Army
Of Me (Bjork) 3. White Rabbit (Jefferson Airplane) 4. I Want It All / We Will Rock You Mash-Up
(Quenn) 5. Search And Destroy - Skunk Anansie – (The Stooges) 6. Tomorrow Never Knows - Carla Azar – (The
Beatles) 7. Where Is My Mind? - Yoav feat. Emily Browning – (Pixies) 8. Asleep
- Emily Browning – (The Smiths) 9.
Love Is the Drug - Carla Gugino
feat. Oscar Isaac / (Roxy Music).
Concluindo, a resenha foi
extensa, mas uma crítica resumida acerca de tal filme não seria justo. Tudo em Sucker Punch é literalmente surreal, é
um filme devastador em todos os sentidos. Sua estética é fora de série, é bom
de se ouvir! Fico aqui na torcida para que ele se torne um clássico das super
produções, um filme que me cativou, recomendo! Não é um produto demasiado reflexivo,
mas com certeza depois de assisti-lo, você no mínimo vai querer repetir a dose!
A dose filosófica fica por conta do elogio a loucura de Babydoll, afinal não são os loucos uns gênios? “Mas, na minha opinião, o homem é tanto mais feliz quanto mais
numerosas são as suas modalidades de loucura...” (Erasmo de
Rotterdam - Elogio a Loucura)
Bjoooss galera! Até a
próxima...
Janiê Maia Cunha
Saintclair
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