Marquês de Sade em obra
cinematográfica, histórica e chocante!
Janiê Maia Saintclair 08 Dia 130
Olá galera! Tudo
bem? De volta depois de um tempo ausente. Vamos começar hoje com cinema e
filosofia (together), muito bom! Primeiramente,
vamos buscar os aspectos históricos de Saló,
um filme polêmico, controverso e filosófico antes de tudo; por isso é importante
entendermos quem é Marquês de Sade.
Sade
(Paris, 2 de junho de 1740 — Saint-Maurice, 2 de dezembro de 1814) foi
um filosofo francês, aristocrata e pervertido! Digo, pervertido mesmo, no
sentido literal do termo, toda a sua filosofia é baseada na teoria da perversão
sexual. Ou seja, em suas obras encontramos diversas referências tais como orgias,
mas tais orgias buscam prazer sexual na tortura dos parceiros, dor física nas
mais diversas formas. É daqui que surgiu o termo sadismo, com certeza
vocês já ouviram falar disso! Fulano é sadista! Isso é cruel, é sádico! Sade, foi transgressor, suas obras causaram
tanto impacto, que acabou indo para a cadeia parisiense e posteriormente ao
hospício, considerado louco por uns, gênio por outros. Suas obras de conotações
sexuais fortes, traz referências a temas considerados hediondos pela sociedade
atual, pedofilia, estupro, tortura, e muito mais.
A filosofia de Marquês de Sade é um banquete para os
adoradores da sexualidade desenfreada, ou seja, orgias, orgias e.... delícias
da carne puníveis! Enquanto este colocava o prazer sexual como uma porta para
libertação da razão humana, não importa a forma como o gozo viesse; Sócrates afirmava que o prazer carnal é
fugaz, levando o homem a ficar escravo de si, preso a suas paixões. Isso é meio
Schopenhauer, este filósofo machista,
que pregava a misericórdia como liberdade em vez das paixões!
Depois de um
breve resumo do aspecto filosófico do filme, vamos a sétima arte em si. Saló, ou os 120 dias de Sodoma, é um
filme italiano de 1975, dirigido pelo diretor Pier Paolo Pasolini. O filme narra a história de um grupo de 16 jovens (8 meninos
e 8 meninas) que foram sequestrados por quatro ricos fascistas, no tempo em que
a Itália era ‘governada’ por Mussolini. Os quatro sadomasoquistas os aprisionam
em um palácio, em uma belíssima região, que seria palco de crimes hediondos. Os
jovens presos como animais durante quatro meses, passam pelos mais diversos
tipos de situações sádicas, são usados como fonte de prazer sexual, dor e morte.
Apesar
de ter como fonte principal a obra de Sade (Círculo das Taras (ou manias), Círculo da Merda e Círculo do Sangue.), sendo o sexo a fonte
principal para a ‘poesia’ deste. O filme explora temas como ditadura,
corrupção, absolutismo, sadismo, masoquismo e perversão. Pasolini, (Bolonha, 5 de março de 1922 — Óstia, 2 de novembro de 1975) foi um cineasta e escritor italiano.
Era um artista solitário, gostava de expor no cinema sua visão crua sobre o
íntimo do homem. Seus filmes continham um forte conteúdo erótico e político,
nudez e nudez são características chaves de seu cinema, devido a isso a crítica
o renegou até a morte, a crítica classificava seus filmes como pornográficos (não
tiro a razão deles).
Não conheço a
obra de Pasolini, mas pelo que assisti,
apenas três filmes (considero muito), concluí que não sou sua admiradora e nem
vou ser. Mas não me dá o direito de desmerecer o seu trabalho no cinema! Saló, não é uma obra-prima, pelo menos
na minha visão crítica, está longe de ser um filme admirável, um filme crítico.
É daqui que surge a maior das controvérsias, apesar da película conter um apelo
político fascista, prós e contras, a crítica fica quase apagada no longa. Por que
o teor sexual toma conta de toda a ambientação, roteiro, fotografia.
Não há atores
conhecidos, Pasolini gostava de
pessoas normais atuando, sem fama, sem glamour. Também não é de admirar que
tantos atores recusassem os papéis para personagens tão controversos! Nem sei
que termo utilizar, quero dizer, há tanta sac%$%#¨no filme que fica difícil
escolher a melhor! Sexo, dor, violência e sujeira! A filosofia de Sade, é admirada pelo diretor, mas bem
que ele poderia ter utilizado um pouco de sensibilidade.
Não estudo Sade, estudo outro filosofo! Mas sei
que o filme soube colocar de forma verdadeira e fiel a obra dele! E como é
fiel, cenas bem chocantes! Para quem tem o estômago fraco, aviso de imediato,
não assista! Creio que este é um dos filmes que assisti uma vez e não pretendo
repetir a última, o que vale no longa é a filosofia sadista. Um pouco de
cultura e filosofia não faz mal a ninguém! Talvez a razão de não ter ganho
tantos admiradores se dá pelo fato da junção de tanta bizarrice. Comparo Saló a Taxidermia, um exemplo de outro filme bem bizarro, ele é o A Serbian Film, dos anos 70.
Chocante, seria
a palavra correta para este filme, mas quando você assiste, vem outras na
mente, bem mais cruéis e polêmicas. Só pelas imagens dá para perceber porque o
filme é considerado repugnante e exótico, no melhor dos termos. Machismo,
humilhação, sexo, e muita violência. Agora você me pergunta: tu não falastes
das cenas! Perdoem-me mas foi proposital, as cenas são muito chocantes, mas
descreverei uma, que é repugnante: ‘um dos
senhores solta suas fezes no chão e obriga um dos confinados a comer o
excremento com uma colher. O algoz grita mangiare (comer) e
isso fica na cabeça’. Mangiare, mangiare, mangiare. Impressionante!!!
Creio
que finalizei mais uma crítica meio decepcionada, o filme vale pelo conhecimento
da filosofia de Sade, nada mais! Aqui não há lições de moral, ou uma formar de afirmar que estarei acordada para assistir o sol se pôr. Aqui isso não existe! O simples
fato de viver mais um minuto já é o bastante! Sem pormenores, vale pela
curiosidade. Boa digestão!
Bjoosss!
Byeee!
Janiê Maia McCartney
Nesse caso uma indigestão seria o melhor desejo, conheço o filme e a obra de Passolini, não espere menos de suas outras criações. São filmes para se ver apenas uma vez ou desistir no meio. Em uma época tão pornográfica como a nossa esse filme consegue fazer algo pior. Gosto de pornografia, e uma certa dose de perversão é atraente para min, mas esse filme extrapola meu desejo de ver o tema. Uma coisa boa nele? A sociedade Fascista bem, representada aqui, não há fascismo sem pervesão
ResponderExcluirPois é, meu caro, é como sempre afirmo: há vários gostos no cinema. A sétima arte tem várias facetas, e cabe a cada um dos admiradores desta escolher a sua e tentar conhecer outras! Assisti, digeri e critiquei. Parafraseando, não gosto de Passoline, mas não nego sua importância. O filme foi uma indigestão total, imagine ler Sartre?
ResponderExcluirSaló é repugnante e chocante. Assisti na adolescência e lembro o impacto que teve, mostra como o sexo pode se tornar algo doentio e bizarro. Acho que no objetivo dele, então, o filme é excelente: desenha o fascismo como algo absolutamente abominável.
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