Michel 123, Dia 129.
Luas.
Adoro a maneira como Madeleine vai de som em som, de influência em influência, navegando com sinceridade entre estilos, dando poder e suavidade à sua voz, desencravando em nós sentimentos que julgávamos cauterizados... é como o nome do disco: um amor descuidado.
Uma vida simples. Prazeres comuns. Momentos de pequenez, felicidadezinhas, docinhos, desenhos de nuvens, um banho de chuva, a recordação do beijo mais doce.
(Ah, Madeleine, você desperta neste poeta morto uma qualidade que me deixa macio demais, e isso me maltrata, pois estou acostumado a ser petrificado.)
Ah, amor, descuidado amor, não vê o que fez?
Destruiu meu mundo solitário e vazio
Quando me fez olhar nos olhos daquela linda morena...
E agora eu sofro noite e dia
Pensando naqueles olhos grandes e castanhos
Que sorriram para mim numa manhã de domingo.
Ah, amor, descuidado amor, não vê o que fez?
Como eu era feliz naqueles dias em que eu era triste!
Agora eu tenho um amor que não posso amar
E minha felicidade é desejar quem não posso ter...
Ah, amor, descuidado amor...
Quem me dera eu não tivesse visto aqueles olhos naquela manhã de domingo!
Hoje eu estaria sozinho e triste,
Mas meu coração estraria em paz...
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Eita! Dance-me até que o amor acabe, baby. Ou a noite, ou o vinho...
E vou ficando por aqui. Uma pérola da música, uma jóia rara: Madeleine Peyoroux e seu "Careless Love", por uma vida mais cheia de coisas lindas.
Um fim de semana estupendo para todos os nossos leitores/ouvintes/espectadores.
Até!
Inpiradissimo pra variar. Por isso gosto tanto das vozes femininas do Jazz/Blues/Bossa
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