segunda-feira, maio 20, 2013

Queens of The Stone Age - ...Like Clockwork, 2013

Dia 140 - Felipe Pereira 133

Compor uma música grudenta com guitarras fáceis e refrãos pegajosos é uma coisa fácil. Afinal mesmo as músicas ruins ficam grudadas na cabeça quando menos queremos. Quem aí nunca se viu com um “baby, baby, oh” insistente enfiado nos miolos que atire o primeiro LP com a trilha sonora do Batman Eternamente.
Agora compor um clássico moderno inconfundível é para poucos. Dá pra contar nos dedos as bandas que conquistaram o feito. Aquela música que, só de ouvir o primeiro riff você já reconhece. Queens of The Stone Age é uma dessas bandas e o clássico em questão atende pela graça de No One Knows e você com toda a certeza já ouviu por aí em algum lugar.
Dias atrás a banda liderada por Josh Homme lançou seu trabalho mais recente, o disco ...Like Clockwork, um épico de dez músicas que vai de baladas lentas a rocks agitados com uma fluidez fantástica. Não vou me estender demais por aqui pois hoje estou mais que atrasado, mas o que posso dizer rapidamente é que ...Like Clockwork é um disco na medida: espetacular e nada mais.
É organizado a modo de impressionar, cada música em seu devido lugar numa progressão matemática feita para atingir um ápice e então voltar ao seu ritmo lentamente. É como uma montanha russa com um pico extremamente alto que demora para chegar, mas vale cada segundo ao se estar lá.
A começar por Keep Your Eyes Peeled, quase um tema daqueles filmes de streap tease dos anos oitenta, e I Sat By The Ocean, uma daquelas músicas que fazem a câmera girar nos filmes quando o final se aproxima, sabe do que eu tô falando?
O que vem depois é uma balada melancólica e sofrida (e belíssima, por sinal) chamada The Vampyre Of Time And Memory.
Acho justo irmos direto ao ponto, afinal o tempo urge!
O disco inteiro é excelente e sensacional (apesar de meio curto), vale cada canção. A voz de Homme é espetacular, o instrumental do disco é lindo! Um disco incrivelmente bem produzido, mas... Sempre há um mas...
Ele cai na bobagem de criar um novo clássico no nível de No One Knows, algo no mínimo pretensioso. E o problema disso é que funciona. Esse clássico, esse novo clássico, funciona de uma maneira impecável e acaba meio que dando uma ofuscada no resto do disco. O nome desse titã musical é My God Is The Sun, que traz tudo de No One Know de volta: guitarras alucinadas, vocais mais que alucinados, aqueles riffs inconfundíveis, aquele refrão grudento... Depois que você ouve, não há mais o que fazer, meu garoto... Já era. Você só vai ouvir essa música, que se dane o resto do disco.
Ouça e ateste.



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