Dia 140 - Felipe Pereira 134
Paul - 2011
Dir: Greg Mottola
Elenco: Mia Stallard, Simon Pegg, Nick Frost.
Dois nerds: Simon Pegg e Nick Frost.
Acabou o texto, essa primeira linha já é suficiente para
decretar a qualidade de um filme.
Mas como eu dizia...
Dois nerds, Pegg e Frost, aproveitam o último dia da
Comic Con, em San Diego, antes de dar início a uma road trip num trailer de
volta para casa quando, de repente, vindo sabe-se lá de onde, surge o maior
clichê da história do cinema: o alienígena cabeçudo e de pele esverdeada.
O homenzinho de marte se chama Paul, um alien que passou
60 anos trancado na Area 51 servindo de objeto de estudo e conselheiro
cinematográfico (Spielberg deve a ele o sucesso de ET), cansou da vida monótona
e decidiu fugir e voltar para casa.
No caminho encontra Graeme e Clive, dois nerds viajando
juntos e, logo de cara, só de vê-lo, o segundo desaba de medo. Mesmo assim Paul
convence os dois a ajuda-lo em sua jornada e os três aprontam juntos altas
conf...
Chega, né?
Pegg e Frost juntos são infalíveis. Separados eles tem
seus méritos, às vezes se metem em furadas, mas costumam funcionar. São dois
comediantes britânicos um tanto quanto mais intensos em seu humor, menos
minimalistas, beirando o escrachado, mas com a elegância dos humoristas da
terra da rainha. Separados eles são eficientes. Juntos eles são implacáveis. É
quando a mágica acontece. E é quando estão sob a batuta de Edgar Wright que as
coisas atingem níveis orgásmicos de diversão. É a santíssima trindade do humor
britânico atual: Pegg, Frost e Wright.
Porém, em Paul, os dois estão sob a direção de Gregg Mottola,
um diretor com o qual não simpatizo tanto, admito, sem uma carreira
extremamente expressiva, o maior sucesso do currículo do cara é Superbad (cof –
nuncavinavida – cof), mas que aqui serve a seu propósito. Paul não é um filme
que exija um diretor extremamente expressivo e Mottola acerta no alvo ao deixar
a dupla brilhar como bem entende ao interagir com o alien digital (um CG
competente) dublado por Seth Rogen,um ator de quem também não gosto lá muito,
mas faz um trabalho bacana.
Paul é uma mistureba de gêneros. Passa pela ação, passa
pelo drama, tem discussões filosóficas existencialistas, mas é na comédia que o
filme foca na maior parte do tempo. Em piadas rápidas e espertas, algumas vezes
repetitivas, mas funcionais. Não é algo extremamente engraçado, você ri pra
caramba vendo, mas não de cair no chão e quebrar ossos. É aquele humor de
sorriso de canto de boca, aquele tipo de humor que vale por um dia inteiro. Detalhe: o roteiro foi escrito pelos protagonistas.
Paul – O Alien Fugitivo (não contem a ninguém, mas o
primeiro título nacional era “Contatos Imediatos Com Essa Figura”) é divertido
e descompromissado. Tem o melhor do humor britânico com um toque da sacanagem
americana, o melhor dos dois mundos.
Altamente recomendado.
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