quinta-feira, maio 16, 2013

DA VINCI'S DEMONS - 4º Episódio ou, como vencer uma guerra antes que ela aconteça.





Houve um tempo em que as guerras eram travadas de outra maneira. Chegar a elas era sempre um custo calculado, que nem seus principais artificies desejavam sabendo o preço que teriam que pagar quando se desse o seu final. Talvez por saberem estimar esse custo as guerra antigas possuíam uma diferença das guerras atuais. Elas não eram guerra de extermínio. Seus objetivos não eram a destruição e a aniquilação do inimigo, seu propósito era a humilhação da derrota.

Não por acaso, o teatro da batalha, o lugar onde se davam os combates (com exceção das batalhas de sitiamento e assédio) ficavam a distância das fortalezas e castelos ou de qualquer lugar que poderíamos chamar de “espaço urbano”

Havia um preambulo para o combate, uma demonstração de qualquer tipo de superioridade (de armas, de número ou proposito), para fazer com que os oponentes desistissem da batalha e assim se poupassem do seu alto custo
.
De fato, só os loucos e desvairados com ambições além da medida, conduzem nações a guerra. Isso pelo menos até a 2ª grande guerra, até surgir a chamada “economia de guerra” e seus barões ansiosos por lucros. Guerras modernas são isso. Oportunidade de lucro.

Do episódio em questão de Da Vinci Demons, um dos melhores até agora, pode-se extrair essa leitura. O poder de Roma perto de assediar Florença com sua força militar, algo inimaginável para Roma até saber do que se constituía de fato, a invenção de Leonardo. Um engenho de dez mosquetes capaz de disparar 33 vezes por minutos. Com uma cadência de tiro dessas, poucas tropas se aventurariam num enfrentamento.

O Conde Riario

O Papa Sixto


Naquele tempo como hoje a informação era algo crucial e uma rede de espiões, ou um soldado descuidado poderia fornecer a notícia que poderia fazer a diferença na hora da batalha, ou a vantagem para que a batalha não acontecesse. E foi assim, que dispondo da informação crucial, em conjunto com um “casus Belli”, um ato de guerra, Roma tentaria forçar Lorenzo a uma termo de rendição, mostrando que uma superioridade numérica de ataque poderia fazer frente no exato tempo de carregamento das armas de Leonardo.

A genialidade de Leonardo é posta à prova mais uma vez, ele tem 24 horas para arranjar uma vantagem que mais uma vez, só poderia vir de suas armas. Sua obsessão pela busca do livro da folha não o ajuda a se concentrar na nova empreitada, quando ele percebe que seu desejo se encontra muito além do mundo que a Europa conhecia, a oeste, além mar, como se dizia.

Como vencer uma guerra sem que ela aconteça

“Quando seu inimigo pensa que você estar morto, um simples engano pode ser o suficiente”

Da explosão de uma romã, a fruta, Leonardo que enxerga a realidade por padrões (sempre achei ser essa uma prerrogativa da genialidade), concretiza sua nova arma que junto com um engano, um embuste, desmotiva o Conde Riario o comandante das tropas romanas, a um ataque.

A nova arma? Lançada por artilharia. Uma questão de matemática. Como embalar um grupo de esferas de forma mais compacta? E como a natureza usa sempre meios eficientes para atingir seus fins, Leonardo buscou inspiração nela, a romã. Ele a chamou de “grupo bomba” ou a nossa moderna granada. Um involucro encerra um conjunto de explosivos menores num solido de Arquimedes, que separados por espaçadores de ferro, explodem ao atingir um solido, produzindo uma nuvem de estilhaço.

A versão de mão da granada de Da Vinci. As que seriam lançadas de artilharia seriam bem maiores, antecipando o que viria a ser  a munição dos canhões modernos
O embuste? Uma peça de artilharia gigantesca, uma besta, feita de papel e pintada de maneira convincente, disposta a uma distância segura de um melhor exame.

E a inteligência venceu a ignorância, entendida aqui como desconhecimento.

Roma não pode ser grande como deseja o Papa Sixto, à sombra de Florença. O sistema Bancário de Florença, único no mundo do Renascimento e controlado por Lorenzo é credor das dívidas do Vaticano, além de possuir os melhores artistas e inventores financiados por ele.

Leonardo é a peça chave. O Papa e seu sobrinho, o Conde Riario sabem que terão que fazer cair Leonardo antes de fazer cair Florença. Como último movimento para isso, a mesma cerimônia promovida por Lorenzo para tornar Leonardo Grão Mestre da Ordem de São João, padroeiro de “Firenze”, ás ordens do Papa, Leonardo é acusado de Sodomia. Algo suficiente para tirar Leonardo fora de cena e colocá-lo preso em Roma, até seu enforcamento ou algo pior. Mas sabemos que não é bem isso que deseja Roma.

Logo agora que Leonardo estava em posição de pleitear um financiamento de uma expedição que o levaria ao futuro mundo novo em busca do livro da folha.

Será que veremos Leonardo nas Américas?

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