Com uma paciência de criança a audiência do Netflix foi autorizada a desembrulhar um presente antes dos feriados de fim de ano quando o gigante do streaming surpreendentemente revelou o novo drama de ficção cientifica de Brit Marling (embora essa rotulagem seja uma denotação bastante rudimentar para se descrever o escopo da série), The OA. A Netlix, está sem duvida esperando capitalizar sobre o mistério provocado pelas atenções recentes como Sense 8 e Strangers Things, e realmente, quem pode culpá-los? O mais recente segredo do Netflix é uma besta muito contrastante em tom e conteúdo quando justamente comparada com as narrativas das duas séries citadas anteriormente.
Para aqueles familiarizados com seus criadores Brit marling e Zal Batmanglij e do que eles são capazes de incitar como colaboradores ou cineastas independentes, vocês logo saberão que é a ambição de longo alcance que The OA pretende alcançar. Mas ao contrário, os usuários do Netflix poderão encontrar neste lançamento, uma semana de trabalho árduo nesta viagem psicodélica insuportavelmente pesada.
The OA é uma mistura de gênero palatável, que muita vezes encontra o equilíbrio entre a amargura crua do insondável e a viscosidade morna da realização. É uma fusão de uma série de mundos amarrados ao normal, espiritual e o cósmico. A série de Marling e Batmanglij orbita em uma hipótese que mergulha no absoluto e na metafisica, na esperança de unificar a humanidade por meio de uma vida futura. Com esplendor visual de sobra e uma relevância universal em sua essência, The OA supera seus aspectos mais teóricos com puro drama humano apaixonante.
Marling faz Prairie Johnson, uma mulher, que uma vez foi cega, mas ao retornar ao seu lar e para seus país, depois de um desaparecimento de sete anos, teve sua visão milagrosamente restaurada. Recusando-se a informar onde esteve ou como recuperou sua visão até mesmo para o FBI, ou seus país, Prairie passa a confiar em quatro estudantes do ensino médio e uma professora. O grupo se reúne em uma casa abandonada a noite e sentados à luz de velas, Prairie começa o relato de sua vida, essencialmente, desde o nascimento até sua reaparição.
Através desses flashbacks episódicos, Prairie descreve como foi mantida em cativeiro por Hap, a quem ela apelidou de caçador de anjos (Jason Issacs) ao lado de alguém que ela chama de Homer (Emory Cohen) e três outros participantes forçados a tomar parte em um estudo cientifico de Hap. A conexão entre as cobaias desse experimento é que em algum momento de suas vidas, eles sofreram uma EQM (Experiencia de Quase Morte) e testemunharam um espaço além do nosso reino. Determinado a documentar a prova de vida após a morte, Hap submete suas cobaias a uma rotina impiedosa de coma induzido e ressuscitamento. Usando instrumentos de sua própria criação Hap grava o áudio de cada EQM forçada e interroga Prairie e os outros impiedosamente sobre os seus inúmeros retornos enquanto tenta manter sua descobertas fora de mãos indignas escondendo todos do mundo. Prairie, Homer e os outros lutam para não perder sua memórias de qualquer maneira possível e preparam-se para descobrir a verdade por si mesmos.
Esse é o eixo central da narrativa de The OA, mas há aspectos muito mais fantasiosos para descobrir nesses oito episódios da primeira temporada, e desenterra-los por si mesmo é uma parte integrante da experiência. Não há duvida de estes resumos arejados são inventivos, fascinantes e muitas vezes absurdos. Eles certamente irão frustrar, dividir e, sem dúvida empurrar uma parte dos espectadores a distância, mas para aqueles dispostos a coloca-los para fora através das viagens interplanetárias e uma câmera transparente com aglomerado e galaxias flutuantes - claramente inspirado nos espelhos infinitos do artista japonês Yayoi Kusama - The OA é um testemunho do poder da narrativa e do alcance infinito da mente humana.
The OA marca a terceira colaboração entre Brit Marling e Zal Batmanglij, procedido por The East/O Sistema (2013) e Sound of My Voice/A Seita Misteriosa (2011). O toque certo de Batmanglij por trás da câmera para a totalidade da temporada certamente proporciona uma solidez consistente acima de um scifi conto de fadas intensamente necessário. Mas o que realmente mantem The OA afastado de flutuar irremediavelmente no abismo são as performances sem esforço de seus conjunto de atores, liderados por um desempenho normalmente sobrenatural de Brit Marling. Scott Wilson, Patrick Gibson e Alice Krige também fazem um excelente trabalho aqui e completam um elenco de apoio forte.
Eu poderia dissecar mais o cientifico, o espiritual e as ramificações mentais de The OA, mas eu o estaria privando do processo. Quanto menos você sabe sobre ele antes de começa-lo a ver, melhor. Essa é uma série imperdível e se um sentimento de incompletude encher a cavidade ao completa-lo, basta limpar a sua paleta e começar tudo de novo.
Em uma palavra: ótimo.
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