Joyland, de Stephen King - ou "Ler Stephen King é como voltar para casa".

Ler Stephen King é como voltar para casa e encontrar aquele velho amigo te esperando para tomar um café e colocar as histórias em dias. "E sabe o que mais?" - pergunta ele. - "Vim para passar o fim de semana.".

Ah, Stephen, não é a toa que você é o Rei.

Joyland (Stephen King, Suma de Letras, 2015, 240 páginas)... o que dizer? De zero a dez, um nove e meio. Facinho. Primeiro: o livro parece um folheto, comparado a outros dele: fininho. Mas não se engane: a leitura é exigente, e toma tempo - embora, talvez, seja por que você se apega logo de cara à história do Devin Jones, e não queira largá-lo tão depressa.

A idade traz essas coisas boas, o aprender a saborear. E Joyland pode - deve! - ser saboreado. Lê-lo é estar dentro de um parque de diversões antigo e vê-lo funcionar por quem o faz acontecer. É leitura linda, fluída, doce e rica em detalhes, mas que não te sobrecarrega. A história te pega e te leva até o final não como uma montanha-russa, mas como uma roda-gigante: constante, agradável e com uma bela vista.

Devin "Jonesy" Jones teve seu coração partido por Wendy, uma menina linda por quem era apaixonado, mas que se mudou para estudar em outra Universidade. Destruído, ele se afasta no verão e vai procurar emprego em Joyland, um parque de diversões que funciona no verão - tanto para conseguir dinheiro quanto para tentar sarar de seu amor distante.

Chegando ao parque, Devin é contratado e conhece a história de Linda Gray, que foi morta no trem-fantasma. Diz a lenda (e a senhora Shoplaw, dona da pensão onde se hospeda) que Linda ainda pode ser vista nos túneis do trem, pedindo ajuda aos passantes.

Se isso te intrigou, com certeza pegou o Devin também. E a mim.

Há amizade, mistérios, heroísmo, amor e saudades. A história é regada a boas músicas - o gosto musical do King é f*da! -, e as imagens que ele evoca são tão simples quanto poderosas.

Joyland é uma leitura indispensável aos fãs de romance policial e mistério. É leitura deliciosa, daquelas que só se quer soltar quando termina. Impossível não se envolver com a história de Devin e seus amigos, sua vontade de ajudar, sua moral antiquada e heroica e seu coração partido. 

Se é mistério, aventura e romance que buscas, aqui encontrarás, ó querido fã de Stephen King.

Longos dias e belas noites.

P.S.: A capa é linda e gostosa de tocar. :)