quarta-feira, abril 01, 2015

Dear White People (2014)


Dear White People, ou Queridas Pessoas Brancas em uma tradução livre, me faz pensar em um titulo alternativo: "É Por Isso Que se Chama Raça". Os alunos negros e caucasianos da Ivy League University na comédia de Justin Simien estão todos competindo para ser o primeiro e o melhor através de várias linhas de acabamento da sociedade, seja para alcançar um status mais elevado, ou solidifica-lo e passa-lo para sua prole. De um certo ponto de vista, toda essa disputa elitista e a politicagem são cansativas para os olhos. Instituições como a Ivy league são os lugares onde muitos dos lideres dos Estados Unidos e seus inovadores são forjados, mas o processos inclui uma certa quantidade de infantilidade. É uma sorte, que assim como a Rede Social, Dear White People seja tão carismático quanto a forma e estilo, que facilmente podemos perdoar seus excessos de narcisistas privilegiados. E, embora o tom seja mais abrangente do que o de David Fincher e a rapsódia de Harvard de Aaron Sorkin, conseguimos ver muito além da superfície destes pirralhos calculistas de peles finas. Há um núcleo sensível e intenso.

Dear White People recebe uma quilometragem incrível da personalidade de Tessa Thompson como Samantha White (junto com sua beleza estonteante) e da sua co-estrela, Tyler James Williams (O Chris, da série Todo Mundo Odeia o Chris), como Lionel Higgins. Williams não é o protagonista, mas ele calmamente leva o filme como um estranhamento. O gay negro Lionel é um personagem que nunca vemos em filmes, um tímido deslocado cuja navegação social inadequada convida tanto a simpatia e identificação como ao riso. Tal caráter introspectivo vigilante, quando caucasiano, naturalmente assume o papel de herói improvável. Quando negro, ele é, ou uma não-entidade ou uma piada. Em Dear White People, ele simplesmente significa qualquer garoto negro que se encontra à deriva em um mar de cliques e os tipos que reservam um slot pré-determinado para sua espécie. Em um devaneio pouco doce, ele se imagina encaixando-se perfeitamente com os caras caucasianos e, em seguida, com uma multidão de afro-americanos; seu penteado e roupas mudam de acordo com cada realidade. No entanto, nenhuma e nem outra são a sua realidade.

Não há heróis fáceis ou folhas soltas neste pedaço conjunto vivamente transversal, os adultos que florescem, estão sitiados como anciãos, respondendo a uma crise econômica por que passa a universidade com pés firmes e facas afiadas. Austeridade gera desprezo. Não deveria ser assim. Dois grandes eventos estão entre o jogo de poder e traições: A eleição do Grêmio Estudantil, complicada pela politica de casa negra/campus negro de uma época distante; e uma festa temática racista patrocinada pelo equivalente ficcional de uma universidade do filme National Lampoon. Ao longo das margens, uma produtora de um Reality Show, puxa algumas cordas de marionete. Era pra ser uma sátira a Obama, era, mas, em sua narrativa visual, Simien não esta brincando. Não é um conteúdo trabalhado a partir de um modelo documentário obsoleto, é atual e tem sido uma forma de arte por uma década - onde uma câmera de mão caminha por ai com uma falta de convicção e uma visão de mundo para corresponder a uma quadrilha de comediantes- escritores apenas tentado fazer rir.

Em contraste, Simien trata seu próprio roteiro, como se fosse um thriller neo-noir, lento, mas em ponto de ebulição, ou com uma certa sensualidade. Poderia ser um roteiro com menos jogos de adivinhas sobre suas influências. Há o dialogo erudito-vernacular de Wilder, Shulberg, Chayevsky e seu discípulo mais descontraído, Spike Lee. Alguns personagens estridente vestidos com a fantasia da anti-intolerância. O próprio Lionel menciona seu amor pelos filmes de Robert Altman - talvez compartilhado pelo diretor, apesar de sua tela cheia como ela é. O dialogo é denso, mas rola bem como um interrogatório.

Se Simien baseou-se em todas ou nenhuma dessas influências, sua visão parece brotar diretamente do que está acontecendo com sua obra. A eleição estudantil gerida pelo aplicativo de smartphone que dispensa uma apuração feita por computador e com resultados em minutos. Apps, Tweets e canais do Youtube completam o elenco desse filme. Eles são tão essenciais para a narrativa do filme quanto cabines de telefones e telegramas eram quando estudantes universitários negros não existiam em filmes.

O caminhar para fazer sua marca na sociedade do campus é inconstante e também exige uma caminhada pelos perfis de mídia social, mas sem fazer nada para desgraçar o legado que a eles foi confiado, em última análise leva esse garotos ao ponto de ruptura. Tudo desmorona na festa clímax do filme. Vulnerabilidades e complexidades vem à luz. Personagens que nunca esperavam ganhar qualquer auto-consciência, de repente batem na parede de tijolos da verdade.

Se isso soa como se eu estivesse falando sobre o suposto tema central desse filme, raça, ótimo. Essa coisa de raça é cansativa. Caucasianos são geralmente tão cansativos quanto ouvir as queixas dos afro-descendentes com base na raça, como os negros são preteridos para as oportunidade e assassinados na rua com impunidade.



O filme concorda comigo. É tão absurdamente bonito quanto os rivais na briga pela governança estudantil os ex-amantes Samantha e Troy (Brandon Bell), mas nunca tão adorável quanto naqueles momentos em que os personagens, tomados pela emoção espontânea, anulam seus cartazes espirituais para se engajar em um nível humano. Quando Samantha e seu novo namorado, um pouco idiota, o analista assistente do ensino europeu (Justin Dobies), discutem questões volateis de raça e representação no cinema e saem de sua roupas para fazer amor de uma maneira doce, você pode aprender tudo que você sempre quis saber sobre raças, mas teve medo de enfrentar

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