sexta-feira, março 27, 2015

A Tempestade, ou O Livro dos Dias (1996) - Legião Urbana - Feliz Aniversário e Saudades, Renato.


No dia 27 de março de 1960 nascia Renato Manfredini Júnior, conhecido como Renato Russo, o Trovador Solitário. Morreria jovem, aos 36 anos, em 1996. Foi cantor e compositor, músico e inspiração para toda uma geração.


Eu, como professor que sou, sempre me encanto ao ver meus alunos - garotos de onze, doze e treze anos - descobrindo a música da Legião Urbana e de Renato. E eles me perguntam: "Professor, como pode a música deles ainda ser tão atual, e explicar tão bem como me sinto?"

Pergunta sem resposta, meus queridos. Nem eu sei como a Legião fazia - e faz! - isso. O que sei é que a Banda e o Renato continuam eternos em nossos corações.

Hoje eu gostaria de falar um pouco sobre o último álbum da Banda lançado com Renato em vida: "A Tempestade, ou O Livro dos Dias"(1996). Sombrio, pesado, depressivo, doce, sensível, esperançoso... contraditório. Um disco com uma pegada mais rock, e com a música do grupo se mostrando sólida e madura. Renato cantando, sua voz parecia frágil e poderosa... tão estranho que pouco tempo depois ele se fosse...

Este é um dos discos que marcou minha infância. Eu tinha a fita K7, e ela rodou e rodou em meu sonzinho. Eu tinha as letras copiadas num caderno, e cantei-as à exaustão - o resultado é que até hoje lembro de todas sem perder ou errar uma palavra.

De todas as músicas deste disco - que considero excelente! - a única que não me encanta é justamente a mais tocada: "A Via Láctea". Escutei-a durante muito tempo enquanto me encontrava internado, na adolescência. Ela me lembra de dias sombrios e tempos escuros, de uma época que não gosto de recordar. 

Fora esta, todas são minhas preferidas. É como se eu conversasse - à época - com um Renato a me dar conselhos: cara, amar é sofrer, a família é a coisa mais importante, amigos são o maior tesouro, a solidão é uma droga... 

Estes conselhos me animam até hoje. Diria que de todos os álbuns da Legião, o que escutei mais vezes da primeira à última faixa (salteando "A Via Láctea", é claro!) foi este de capinha azul. Por toda sua carga emocional e confessional, considero um dos discos mais potente e bonito da Legião. O testamento do Renato. sua despedida.

E como o tempo passa e não perdoa, quase vinte anos se passaram desde a morte deste que marcou a vida de tantas pessoas. Deixo aqui minha homenagem a ele, Renato Russo, e a tudo que representou e representa na minha vida.

Urbana Legio Omnia Vincit.


Renato Russo para sempre.

Descanse em paz, amigo.

Boa noite e abraços do Ladrão de Almas.

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