domingo, fevereiro 22, 2015

Djavan - Coisa de Acender (1992), ou: Pequenas camadas de grandes coisas que acontecem quando a gente ama (22/02/2015)


É preciso saber da poesia do amor, de suas tortuosas correntezas e encruzilhadas, de toda a profundidade e dor para ouvir, amar e sentir o que Djavan canta.

Djavan - Coisa de Acender by Michel Euclides Sousa on Grooveshark
Não é fácil. Suas palavras e rimas não são óbvias, mas seu talento é exato: sua música consegue, de maneira quase não verbal, atingir o coração/alma do ouvinte, esteja este amando ou não.

É aqui que chego em "Coisa de Acender" (1992). Já não é mais o Djavan críptico e fechado de seus trabalhos anteriores: ele se abre como uma rosa para abraçar/alcançar o espírito de quem o escuta. Seu violão, antes único, agora vem acompanhado de uma guitarra maliciosa, e de uma percussão mais selvagem.

Eu diria que, neste disco, Djavan expande seus horizontes para além de suas esquinas. Ele dedilha os sentimentos e as sensações com a delicadeza de uma divindade, invadindo, explorando, separando as pequenas camadas das grandes coisas que acontecem quando a gente ama.

Um disco feito com carinho, com esmero, com um objetivo claro: Djavan reinventando Djavan, revisitando Djavan. Tão cheio de história, alimentou tantas memórias, tantos romances, tanto sofrer...

Um disco-patrimônio da humanidade que sabe amar ao som de música de qualidade.

Boa semana a todos. E, convenhamos: começar uma semana ao som de Djavan já é prenúncio de coisa boa.

Abraços do Ladrão de Almas.

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