Gotham - Episódio 3 - The Ballooman

Ele não podia ficar longe de casa

Os sinos de alarme começaram a se dobrar com a cena de abertura de Gotham Episódio 3, que se parece com uma mistura estranha do East Side de Nova York com outros marcos de marginalidade urbana. Uma sequencia de vários atos de criminalidade e depravação, seguido de um sorriso satisfeito de Oswald Cobblepot olhando para tudo e dizendo "Home!". Infelizmente isso dá o tom do resto do episódio, e "The Ballooman" nunca se recupera.

Em suma: Gotham City recebe o seu primeiro vigilante. Neste caso, um homem que amarra os corruptos importantes em balões meteorológicos que os carrega para o céu para congela-los até a morte. Seus corpos eventualmente despencam do céu em momentos inoportunos. Eu não estou inventando isso. Isto, naturalmente, faz com que Jim Gordon perceba quão profunda é a "doença" em Gotham City e como ela funciona. Tudo vem sem jeito entrelaçado com Cobblepot em seu retorno triunfante para a cidade onde inicia o processo de construir o seu império criminoso.

O maior desenvolvimento real do episódio vem com a introdução de Sal Maroni (David Zayas) que é interpretado como o oposto polar de John Doman como Carmine Falcone. Há um diferença clara em suas personalidades, Maroni é claramente mais jovem, com mais fome e mais extravagancia. Isso é bom. Mas, assim como eu elogiei Doman na semana passada por não fazer um Falcone estereotipado das HQs, eu tenho medo que David Zayas vá por uma linha mais próxima disso, não quero dizer com isso que ele deva ir por um caminho italiano tipo Sopranos. Quero dizer que ele deve relaxar mais com os maneirismos.

Ainda assim, existem quatro jogadores de claras energias criminosas no submundo de Gotham, e todos eles são bastante distintos um do outro. Falcone é o caminho do modo relativamente conservador e antigo de fazer as coisas. Maroni tem mais fome (e eu imagino que seja mais abertamente violento), um "badass" chamativo e mais jovem. Fish Mooney, preenche a lacuna entre o banditismo mais tradicional de Maroni e Falcone, e claro, há o seu sucessor, o cada vez mais frio e cruel, Oswald Cobblepot/Pinguim. Agora que estão todos claramente definidos, talvez Gotham possa parar de bater em nossas cabeças com suas peculiaridades de personalidades e entrar em um drama de crime real.

A ideia do Ballooman como o primeiro vigilante de Gotham City era abraçar o seu publico carente de justiça, e foi totalmente demais. Então foi o episódio em que um cara corrupto, diz que não se importa quantas senhoras idosas perderam suas pensões pouco antes de ser içado aos céus por um balão. É também o episódio em que uma senhora de idade é esmagada por um cadáver que despenca do céu horas depois do seu balão ter estourado (felizmente, seu cão felpudo adorável saiu incólume). Faça de tudo isso o que quiserem.

Eu também acho que obtivemos quilometragem suficiente sobre bater em pessoas para tirar delas confissões, para durar até o tempo final da temporada. E sim, Harvey Bullock ainda pronuncia as palavras "deixe-o trancado em uma sala comigo e ele será o culpado". Sutileza tem nome, e não é Gotham.

Um pouco de tempo é gasto com Alfred e Bruce Wayne neste episódio, e de novo, não é tempo suficiente para se sentir como nada além de uma reposição para lembrar a todos que este é um programa sobre o Batman. Dito isto, o Alfred de Sean Pertwee está crescendo em min consideravelmente, e eu acho que David Mazouz está trazendo a intensidade necessária (sem ser uma peça ridícula) ao jovem Bruce. Mas nada disso, exceto as observações obvías  sobre o efeito da justiça do vigilante em Gotham City, se faz sentir essencial para o enredo, tudo mais parece ter sido mandado por forças externas.

Tudo somado, não foi um grande momento da série. The Ballooman está cheio de diálogo doloroso, e um ritmo terrivelmente desigual. É claramente a mais fraca parcela de Gotham até agora. Eu estaria mentido, porém, se eu dissesse que a última cena não foi intrigante. Foi um gancho perfeito para o próximo episódio.

CENTRAL GOTHAM

- O Ballooman compartilha seu nome com um outro vilão de Metal Man (a HQ Homens Metálicos, da linha Freak Heroes, lançadas década atrás pela DC). Ele também compartilha o nome de uma canção de Robin Hitchcock, mas que não tem nada a ver com Batman, quadrinhos ou qualquer outra coisas.

- Sal Maroni é o homem que acabará por ser o responsável pela horrível desfiguração de Harvey Dent, transformando o então Promotor de Gotham City em o supervilão conhecido como Duas-Caras

- O episódio sugere a conturbada história de Renne Montoya com um vicio em outra cena dolorosamente óbvia dela com Barbara esta semana. Meio interessante que a futura esposa de Jim Gordon flagrantemente chapada abrindo a porta para a ex-amante enquanto ele está no trabalho. Talvez Gotham City possua alguma leis progressistas sobre a maconha...

- Eu estava esperando algo com a máscara de porco no inicio, que o  Ballooman viria a ser o maluco vilão, Professor Pig. Infelizmente não era pra ser.

Até a próxima semana com mais sobre Gotham. E domingo a revisão do piloto de The Flash. Não deixem de ver.