Dia 336.
Strange days have tracked us down.
They're going to destroy
Our casual joys."
Sim, estes são dias estranhos. Há música no ar, mas não é boa música; há beleza, mas é superficial, vulgar e efêmera; há amor, mas é passageiro e infame.
Dias estranhos nos encontraram, e vão destruir nossas alegrias ocasionais.
Dias em que o calor e a umidade vão até os ossos, trazendo uma febre insensata até a alma; dias em que as nuvens esquecem de chover sobre nós. Dias em que pais e filhos se perdem e se matam; dias em que amantes se separam simplesmente por poderem fazer isso.
Dias estranhos, noites sem sentido.
"Strange Days" (1967) é o segundo álbum de The Doors. O Rock está mais presente que o Blues, e isso deixa a banda ainda mais poderosa e virulenta em suas viagens psicodélicas. O som e a voz de Jim Morrison vão profundamente na mente de seus ouvintes, levando-os a participar de uma reunião insana com Aqueles Que Vieram Há Muito Tempo.
Este é o poder do Rei Lagarto, de nos fazer perceber a nossa estranheza e reconhecer a estranheza do outro. Não há felicidade, nem mistério algum: há apenas a crueza do mundo, e a nossa capacidade - ou incapacidade - de lidar com essa característica.
As coisas são como são, independente de você buscar significados mais profundos ou apenas balançar os pés à margem. Não há fadas no jardim, meu querido e crédulo amigo. Há apenas o mesmo vazio estranho de sempre.
Um disco para poucos, para ser ouvido naquelas tardes de calor enquanto se medita sobre a incrível inexatidão da existência.
Quando você é estranho, ninguém lembra de seu nome"
Longos dias e belas noites.
P.S.: Letícia Silva, pela tarde de hoje, e pelas que virão: As pessoas sempre serão estranhas. E ninguém vai lembrar do teu nome.
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