domingo, dezembro 01, 2013

Strange Days - The Doors, ou: Quando você é estranho, ninguém lembra de seu nome.


Dia 336.

"Strange days have found us.
Strange days have tracked us down.
They're going to destroy
Our casual joys."



Sim, estes são dias estranhos. Há música no ar, mas não é boa música; há beleza, mas é superficial, vulgar e efêmera; há amor, mas é passageiro e infame.




Dias estranhos nos encontraram, e vão destruir nossas alegrias ocasionais.

Dias em que o calor e a umidade vão até os ossos, trazendo uma febre insensata até a alma; dias em que as nuvens esquecem de chover sobre nós. Dias em que pais e filhos se perdem e se matam; dias em que amantes se separam simplesmente por poderem fazer isso. 

Dias estranhos, noites sem sentido.

"Strange Days" (1967) é o segundo álbum de The Doors. O Rock está mais presente que o Blues, e isso deixa a banda ainda mais poderosa e virulenta em suas viagens psicodélicas. O som e a voz de Jim Morrison vão profundamente na mente de seus ouvintes, levando-os a participar de uma reunião insana com Aqueles Que Vieram Há Muito Tempo.

Este é o poder do Rei Lagarto, de nos fazer perceber a nossa estranheza e reconhecer a estranheza do outro. Não há felicidade, nem mistério algum: há apenas a crueza do mundo, e a nossa capacidade - ou incapacidade - de lidar com essa característica.

As coisas são como são, independente de você buscar significados mais profundos ou apenas balançar os pés à margem. Não há fadas no jardim, meu querido e crédulo amigo. Há apenas o mesmo vazio estranho de sempre.

Viva e deixe morrer.



Um disco para poucos, para ser ouvido naquelas tardes de calor enquanto se medita sobre a incrível inexatidão da existência. 

"Quando você é estranho, rostos saem da chuva
Quando você é estranho, ninguém lembra de seu nome"


Longos dias e belas noites.

P.S.: Letícia Silva, pela tarde de hoje, e pelas que virão: As pessoas sempre serão estranhas. E ninguém vai lembrar do teu nome.

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