Mr. Nobody (2009) - Se você não fizer uma escolha, tudo permanecerá possivel.

Dia 336

Filme: Mr Nobody (2009) - IMBb 7,3
Diretor: Jaco Van Dormael
Roteiro: Jaco Van Dormael
Elenco: Jared Leto , Sarah Polley , Diane Kruger

Mr. Nobody tem 118 anos, ele é o ultimo ser humano mortal da terra. Ele está em um reality show, e agora a assistência é chamada a decidir o destino de Mr. Nobody. Ele deverá continuar vivendo? Enquanto ele aguarda ele vira do avesso a cabeça do repórter que o entrevista (Sinopse)

Um homem que tem 118 anos, com amplos sinais de velhice que faria qualquer um saber disso apenas em olha-lo. Mas Nemo Nobody, o Sr. Ninguém (Jared Leto), apesar do que vê só consegue pensar que tem 34 anos, e suas memorias são um emaranhado de lembranças que partem de uma escolha feita aos nove anos para tês pontos distintos de sua vida. Ele é o ultimo humano mortal e ainda vivo num futuro distante onde até mesmo o sexualidade se tornou obsoleta, uma humanidade que vive indefinidamente. Agora ele é uma aberração, e como tal, é objeto de diversão de um bizarro show de TV onde a audiência está prestes a decidir se ele deve ou não continuar vivendo. Quando ele recebe uma visita não autorizada de um repórter para uma entrevista, a oportunidade de revelar sua memorias irá confundir por completo a cabeça do ingenuo repórter, e de quebra a sua que assiste, irá junto.

É inútil tentar descrever este filme, ele é muito mais do que qualquer resumo poderia dizer sobre ele. Apenas uma frase pode nortear você, caso se aventure em assisti-lo: Se você nunca fizer uma escolha, tudo permanecerá possível.

Três caminhos. três esposas, três famílias, três destinos. Genuinamente é uma experiencia que gira em torno da noção de escolhas, a importância ou a futilidade de decisões. Uma história complexa com as questões de aleatoriedade de que nossas vidas são feitas, e ilustrado por subornos de um documentário de ciência que tenta esclarecer-nos sobre conceitos como tempo antes e depois do big bang, a superstição extremamente interessante do pombo - ( que vou transcrever no final), a eventualidade de um big crunch, e a complexidade da mecânica quântica e das teoria das cordas. Só consigo pensar neste filme com uma viagem para psique humana que leva a criar e explorar em nossa imaginação todos os movimentos possíveis, como um jogador de xadrez com jogadas que levam a diferentes caminhos e diferentes existências. Excepcionalmente imaginativo, agudamente engraçado e surpreendente, esta produção cheira a inteligência e habilidade, quebra uma narrativa linear em pedaços apenas para embaralhar a coisa toda em uma obra-prima brilhantemente orquestrada. Algo que faz lembrar outras tantas grandes experiências a partir dos filmes de David Linch ou livros de Jorge Luiz Borges, é um pacote requintado de intelecto e emoção. Escolhas, o seu significado, por que escolher este ou aquele caminho através de nossas vidas, as suas consequências, quer sejamos ciente delas ou não. Quantas vidas diferente, poderíamos estar vivendo? Através das infinitas possibilidades que enfrentam todos e cada um de nós, as boas e más escolhas, que cada vez tomadas criam uma nova vida, que nos faz lembrar que o mais interessante de tudo é estar vivo. A teoria do caos e o efeito borboleta para nos lembrar como somos pequenos na aleatoriedade do universo e ainda assim capaz de manifestar ativamente a realidade que desejamos. Nemo Nobody tem que escolher entre ir com sua mãe ou ficar com seu pai, este é o ponto de partida de exploração dos seus destinos disponíveis. Incapaz de decidir, ele escolhe tanto que nos leva para um passeio através de uma imensidão de possibilidades. As cenas são suaves com o elemento água sempre onipresente, as sequencias são encadeadas em um fluxo de eventos que salta de trás para frente através do tempo, inteligentemente editado com grande atenção para o ritmo. Tudo que você tem a fazer é ver esse filme confuso e deslumbrante, que consegue desencadear as discussões mais interessantes sobre o sentido da vida, na tentativa de identificar porque vivê-la, você não vai se arrepender. Há um conceito que corrompe e perturba todos os outros. Não me refiro ao mal, cujo reino limitado é o da ética, refiro-me ao infinito.

"Como a maioria dos seres vivos, os pombos rapidamente associam a pressão a recompensa. Mas quando o tempo é regulado para cada 20 segundos, o pombo se pergunta: o que fiz para merecer isso? Se começar a bater suas asas a tempo, a continuidade das batidas o convence que sua ação decide o que acontece. Chamamos isso de "A Superstição do Pombo"."

E para ele o máximo: