quarta-feira, outubro 23, 2013

Mr. Hollywood Jr., 1947 - Michael Penn, ou: Poderia ser você cantando.

Dia 296.

Eu conheci Michael Penn assistindo House M. D. A música em questão chama-se "Walter Reed", e é uma das mais bonitas - definitivamente entra em meu top 50 de músicas para se ouvir todos os dias.


Enfim... a sensibilidade e a beleza das músicas de Michael Penn rivalizam com o talento de seu irmão, Sean Penn. O que um tem de extraterreno e sobre-humano atuando e dirigindo, o outro tem compondo e cantando.


Michael canta sobre coisas do dia, da noite, do passado e do presente - coisas que moram no arrependimento, num sorriso ou naquela maldita vaga de esquecimento que nunca está livre. O amor é uma coisa simples, mas que não tem lugar no coração de um homem nos dias de hoje: estamos demasiado apressados e encantados pelo tic-tac do relógio.

Já não vemos mais o tempo passar.

Tempo, esse pai que nos consome, que se alimenta da poesia de nossos dias e da poeira de nossos erros. Que nos rouba a juventude e tenta nos consolar com a experiência.

Que nos rouba a inocência e nos paga com demência.

O disco de hoje, "Mr. Hollywood Jr., 1947" (2005), é o quarto da carreira de Michael. Coerente, coeso, sólido, Penn nos entrega um disco aberto, maduro e verdadeiro, que têm em si um lamento leve e e honesto do que há de bom e de ruim na vida - aquela vida que insiste em jogar cerveja quente na tua cara e te dar tapinhas hipócritas no rosto enquanto sorri por trás de um lenço branco rendado.

Essa vida aí.

Penn não se exalta: ele é calmo, sereno, e canta em seu tempo. Cada faixa é o pedaço de uma história que tem todas as facetas da minha - ou da sua - vida. Escutá-lo é perceber que poderia ser você cantando.

Perfeito.

Senhoras e senhores, Michael Penn.


Cinco luas de boa noite pra vocês.



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