quinta-feira, outubro 10, 2013

I Put A Spell On You - Nina Simone, ou: Não me deixes mais.

Dia 283.

Nina Simone combina suavidade e violência. Com sua voz incomum e bela, Nina é mulher de uma maneira como jamais se conseguiu - e jamais se conseguirá.



O disco "I Put A Spell On You" é uma das obras de arte de Nina. Completamente à vontade com seu piano, ela é um show de talento ao cantar, sem esforço nenhum, músicas que depois viriam a se tornar clássicos da música mundial.


Ela começa matando todo mundo com "I Put A Spell On You", música de Screamin' Jay Hawkins - que depois se tornaria sucesso também com o Creedence Clearwater Revival. Depois, como se não fosse maltratar suficiente, Nina canta "Tomorrow Is My Turn", versão da música de Charles Aznavour. Em seguida vem um dos grandes momentos do disco: uma das mais belas regravações de "Ne Me Quitte Pas", de Jacques Brel.


Temos então a alegre e irônica "Marriage Is For Old Folks", e em seguida a tocante e belíssima "July Tree". Esta última é de uma lindeza tão grande que chega a aquecer o coração. "Gimme Some" tem uma pegada mais agitada, com um coro acompanhando Nina por toda a execução da música.

E então vem outra daquelas de arrasar com o coração da galera: "Feeling Good". Esta, meus queridos, é um Bond Theme perfeito. O clima, o andamento, o clímax... tudo na música remete a uma aventura de James Bond. Foi regravada - com sucesso e de maneira muito bacana - pelo Muse e por Michael Bublé.

Mas a de Nina é, de longe, a melhor versão de todas.

"One Spetember Day" é nostálgica e poderosa como uma noite à beira-mar. "Blues On Purpose" é uma daquelas que pede um Happy Hour imediatamente. "Beautiful Land" poderia ser trilha sonora de um filme da década de 1950. Belissimamente interpretada por Nina.

"You've Got To Learn" é outra versão de Charles Aznavour, também uma daquelas lindas que ficam gravadas em sua vida e que poderiam ter sido trilha sonora daquele rompimento sofrido dos teus vinte anos.

Puxa, que linda! É de encher os olhos d'água.

Encerrando o disco temos a fantástica "Take Care Of Business", que traz uma pegada mais latina - um ritmo mais quente.

Não há uma única música ruim em "Spell". Os arranjos, a entrega de Nina, seu inegável talento, sua paixão... este não é um trabalho ordinário. É algo que precisa ser compartilhado, espalhado, mostrado às pessoas.


Em tempos de Miley Cirus e de outros artistas que se utilizam de artifícios e imagens criadas, ouvir Nina Simone é salvar um pedaço de sua alma imortal que você julgava perdido para os demônios da vulgaridade.


Salvemos quantos pudermos, então.

;)

Até!

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