Dia 244
The Rite - 2011
Dir: Mikael Håfström
Elenco: Colin O'Donoghue, Anthony Hopkins, Ciarán Hinds
Se há algo que me tira o sono é o Capeta. A ideia em si
de que haja uma entidade que te conhece profundamente em cada fibra do seu ser
e que seja capaz de usar esse conhecimento para causar a maior quantidade se
sofrimento possível a uma pessoa ou simplesmente dar uma trolada demoníaca em
alguém aleatório.
Tenho de admitir que essa minha visão dessa criatura me
assusta mais que o que é pregado pelas igrejas e seus representantes, me
assusta mais que o ser que combate Deus eternamente. A ideia de uma criatura feita
inteiramente de caos, sem propósito e sem objetivo além de causar e espalhar o
mal.
Um medo que se agrava pela minha falta de religiosidade e
de crenças com as quais me apegar, algo que teoricamente me faz mais vulnerável
a esse tipo de coisa.
Ao mesmo tempo em que me assusto, me fascino com essa
concepção e com a quantidade de personagens emblemáticos que esse ser rendeu ao
cinema.
O Ritual é um filme baseado em uma história real que
aborda justamente esse tema. Nele acompanhamos um jovem chamado Michael Kovak (Colin
O'Donoghue) cuja fé não é lá essas coisas todas. O cara trabalha com o pai em
uma funerária até que, decidido a sair de casa e conquistar uma certa
independência e, de quebra, reencontrar a própria fé de alguma maneira, o cara
toma uma atitude duvidosa: ir para o Vaticano e se tornar padre. Eu sei, sem
sentido.
E O Ritual tem algumas situações tão sem sentido quanto,
o roteiro do filme não é uma das coisas mais inteligentes do mundo, mas tem
algo nele que me atrai demais.
Chegando ao Vaticano Michael acaba dando de cara com um
sujeito controverso, um padre especializado em exorcismos: o Padre Lucas, um
velhinho simpático e meio maluco interpretado por Anthony Hopkins.
De alguma
forma Michael acaba se envolvendo no ofício do sujeito, mandar o Capeta pra
casa querendo ele ou não, e passa a acompanhar o padre em suas sessões de
exorcismo, acaba vendo coisas que ele poderia jurar não serem reais, coisas
impossíveis, porém incontestáveis. Até o momento em que um demônio, só de zua,
só pra sacanear o cara o máximo possível, decide possuir a única pessoa que
tinha controle sobre a situação: o Padre Lucas.
Eu quero que você imagine, eu quero que você visualize
uma coisa: Anthony Hopkins possuído pelo demônio.
E é esse o grande atrativo de O ritual: ver o Dr. Hanibal
Lecter em uma de suas atuações mais alucinadas de todos os tempos, tocando o terror
de uma forma absolutamente assustadora e fazendo nosso querido Michael Kovak
recorrer a um aliado não muito usual: o próprio Deus.
O Ritual é um filme quase genérico, que se sobressai por
mostrar um Anthony Hopkins um pouco mais alucinado que de costume e por ter uma
qualidade técnica absurda. Apesar de ser um filme de horror e de tratar de
possessões, seu tema principal é a restituição da fé, o que acaba por mostrar
um final meio derrotista, com um gosto de fracasso. Mas há momentos fantásticos
no longa, há sacadas geniais e há Alice Braga, que sempre é legal ver em tela.
Não é algo que entra para os anais do horror de
possessão, mas definitivamente vale ser visto em uma madrugada chuvosa com as
luzes apagadas.
-
Adoro este filme....
ResponderExcluir