domingo, setembro 01, 2013

O Ritual

Dia 244
The Rite - 2011
Dir: Mikael Håfström
Elenco: Colin O'Donoghue, Anthony Hopkins, Ciarán Hinds


Se há algo que me tira o sono é o Capeta. A ideia em si de que haja uma entidade que te conhece profundamente em cada fibra do seu ser e que seja capaz de usar esse conhecimento para causar a maior quantidade se sofrimento possível a uma pessoa ou simplesmente dar uma trolada demoníaca em alguém aleatório.
Tenho de admitir que essa minha visão dessa criatura me assusta mais que o que é pregado pelas igrejas e seus representantes, me assusta mais que o ser que combate Deus eternamente. A ideia de uma criatura feita inteiramente de caos, sem propósito e sem objetivo além de causar e espalhar o mal.
Um medo que se agrava pela minha falta de religiosidade e de crenças com as quais me apegar, algo que teoricamente me faz mais vulnerável a esse tipo de coisa.
Ao mesmo tempo em que me assusto, me fascino com essa concepção e com a quantidade de personagens emblemáticos que esse ser rendeu ao cinema.
O Ritual é um filme baseado em uma história real que aborda justamente esse tema. Nele acompanhamos um jovem chamado Michael Kovak (Colin O'Donoghue) cuja fé não é lá essas coisas todas. O cara trabalha com o pai em uma funerária até que, decidido a sair de casa e conquistar uma certa independência e, de quebra, reencontrar a própria fé de alguma maneira, o cara toma uma atitude duvidosa: ir para o Vaticano e se tornar padre. Eu sei, sem sentido.

E O Ritual tem algumas situações tão sem sentido quanto, o roteiro do filme não é uma das coisas mais inteligentes do mundo, mas tem algo nele que me atrai demais.
Chegando ao Vaticano Michael acaba dando de cara com um sujeito controverso, um padre especializado em exorcismos: o Padre Lucas, um velhinho simpático e meio maluco interpretado por Anthony Hopkins.

De alguma forma Michael acaba se envolvendo no ofício do sujeito, mandar o Capeta pra casa querendo ele ou não, e passa a acompanhar o padre em suas sessões de exorcismo, acaba vendo coisas que ele poderia jurar não serem reais, coisas impossíveis, porém incontestáveis. Até o momento em que um demônio, só de zua, só pra sacanear o cara o máximo possível, decide possuir a única pessoa que tinha controle sobre a situação: o Padre Lucas.

Eu quero que você imagine, eu quero que você visualize uma coisa: Anthony Hopkins possuído pelo demônio.
E é esse o grande atrativo de O ritual: ver o Dr. Hanibal Lecter em uma de suas atuações mais alucinadas de todos os tempos, tocando o terror de uma forma absolutamente assustadora e fazendo nosso querido Michael Kovak recorrer a um aliado não muito usual: o próprio Deus.

O Ritual é um filme quase genérico, que se sobressai por mostrar um Anthony Hopkins um pouco mais alucinado que de costume e por ter uma qualidade técnica absurda. Apesar de ser um filme de horror e de tratar de possessões, seu tema principal é a restituição da fé, o que acaba por mostrar um final meio derrotista, com um gosto de fracasso. Mas há momentos fantásticos no longa, há sacadas geniais e há Alice Braga, que sempre é legal ver em tela.

Não é algo que entra para os anais do horror de possessão, mas definitivamente vale ser visto em uma madrugada chuvosa com as luzes apagadas.

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