domingo, maio 05, 2013

CONTINUUM - Quando parece que já vimos tudo, mas há mais pra ver. - Por Assis Oliveira


CONTINUUM, a nossa série comentada de hoje, se inclui facilmente naquela série/filme que ao assistir você tem a impressão que já viu antes. Não é apenas o ambiente da trama que lembram obras como O Exterminador do Futuro, Minority Report e Fringe. Algumas cenas remetem a referencias conhecidas. Embora isso não desmereça a qualidade da série é inevitável não fazer comparações quando o assunto é viagem no tempo, armas e ambientes futuristas, possibilidade de voltar ao passado para mudar o futuro, etc.

Em 2077 o mundo está tremendamente mudado, alguma coisa no nosso presente alterou drasticamente o futuro, os governos não mandam mais e as leis não protegem mais os cidadãos. As grandes corporações ficaram tão poderosas que agora elas fazem as leis e mandam no Estado ignorando conceitos como o de liberdade individual. Quando o piloto da série foi ao ar o ano passado (ela se encontra na segunda temporada), o pouco tempo que passamos no futuro foi suficiente para criar uma sensação de desconforto no espectador que se imaginasse vivendo naquela realidade de tempo.

O Jovem Alec Sandler
Um grupo terrorista chamado Liber8 consegue, no momento que seus líderes seriam executados saltar no tempo para 65 anos do passado. O que parecia ser um acidente na verdade era um plano de viagem com o objetivo de sabotar o nosso presente a fim de não permitir que aquela realidade acontecesse. O que não estava nos planos da Liber8 era o acidente (?) de trazer junto a Protetora Kiera Cameron, uma espécie de policial e aplicadora da lei em 2077. Ao desembarcar nos nosso tempo ela se torna uma estranha numa terra estranha. O jovem Alec Sandler é o único que pode ajuda-la. Não por coincidência, mas como se os fatos estivessem conectados, Alec em 2077 é um homem poderoso, certamente um dos maiores no meio corporativo. Alguém ai lembrando de William Bell de Fringe? Em 2012 ele é um hacker adolescente, que fica maravilhado quando percebe que sua tecnologia de chip liquido implantado no cérebro, e que ele ainda está desenvolvendo, realmente funciona.
O elenco base
Continuum investe pesado na área futurística. Além desta tecnologia, a roupa da protetora é outra preciosidade para a época. Ela é capaz de produzir escudos defletores que a torna a prova de projeteis. Além de poder interfaciar com computadores ela possui outras infinitas funções como mudar de cor como camaleão para produzir camuflagem, ou tirar dinheiro do caixa eletrônico. Combinada com tal chip liquido implantada em seu cérebro Kiera com um simples fechar de olhos, pode acessar uma espécie de arquivo de memória celular implantado em seu córtex que grava tudo que ela vê (Eu vou querer uma!). Na série, esse arquivo vai fornecer flashbacks do futuro, que dará a Alec a possibilidade de ver o que ele se tornou no futuro.
Tirando o fato de que ele aceitou um tanto facilmente a história de uma mulher que vem de 2077, Continuum já deu pistas do caminho que ele vai trilhar. Ele mesmo percebeu que o desenho de uma Corporação, presente na memória de Kiera, (que parece se chamar “SAD Tech”), é idêntico a um que ele fez em seu caderno. A família dele também é outro ponto a ser notado. Aparentemente, nenhum deles está satisfeito com a forma que o atual governo trata os trabalhadores, preocupação da qual o jovem Alec se abstém.

O Liber8 tinha sido condenado à morte em 2077 por ter cometido um grande ato de terrorismo. Keira ainda conseguiu prender o líder deles, Edouard Kagame, mas chegou tarde para salvar as 30 mil pessoas mortas no atentado.
No momento de sua prisão, Kagame grava uma mensagem na qual dizia: “Vinte anos atrás quando as corporações socorreram nossos governos falidos, elas se venderam a nós como nossa salvação. Agora vemos que pagamos por isso com a nossa liberdade. [...] Hoje, tudo isso muda. Deixem a palavra se espalhar desta época e lugar, para amigos e inimigos, que nós passamos a tocha a uma nova geração não disposta em permitir a perda dos direitos humanos e da dignidade…”.

Pode estar implícito aí que desde antes o Liber8 planejava voltar para 2012 (e passar a tocha para uma nova geração). Assim que chegaram aqui, eles começaram a agir como uma terrível gangue, sendo que a intenção deles é, aparentemente, “preparar a geração de hoje para a revolução do futuro”. Ao mesmo tempo, Kiera, enquanto não consegue uma forma de voltar para seu tempo, tenta prendê-los. Para isto, ela acaba contando com a (ou sendo a) ajuda da polícia local, representada principalmente por Carlos Fonnegra, que de cara já revelou ser um interesse amoroso da protagonista.

Isso tudo confunde ainda mais sobre o papel de Alec Sadler. De que forma ele estaria envolvido nisso? Qual o interesse dele nesta viagem, sendo que ele faz parte do governo corporativo? E, sobretudo, ele tem algum interesse especial em Kiera? (Sandler é o chefe do marido dela e já foi apresentado a toda a família).

O grande foco será a parceria de Carlos e Kiera enquanto caçam os integrantes do Liber8. Olha, a parte futurística da série (e não falo só da super-roupa) chamou muita atenção, e a pouca mitologia que foi apresentada já se mostrou interessante. Se Continuum investir nestes dois últimos elementos, é inegável que ela tem muito potencial. Mesmo que ela seja fórmula repetida, ela tem sua originalidade e é capaz de atrair por si só.

O cenário da série, devidamente computadorizado, não deixou nada a desejar, da mesma forma que a bela trilha sonora. As atuações não são ruins, especialmente a protagonista que era um pouco automática no começo. Erik Knudsen interpreta Alec jovem, Rachel Nichols faz Kiera, Victor Webster faz o detetive Carlos Fonnegra e Simon Barry é o criador da série.


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