Michel 103. Dia 108.
De início você nem reconhece aquele som/viagem. Guitarras distorcidas, riffs, um baixo insano, baterias contidas e simples... um vocal despretensioso, mas harmonizado com a música pouco usual...
Assim é "O Passo Do Colapso", de Dado Villa-Lobos. Um disco único, original, redondo e cheio de influências. Tão prazeroso de se ouvir, é como se Dado nos dissesse: "Ei, ainda tem alguém aqui".
E tem mesmo. Perguntas são inevitáveis... A Legião teria seguido por este rumo, este rock meio britânico, intimista, século XXI?
Mas... apesar da - e além da - herança da Legião, Dado se mostra um aqui como músico e compositor extremamente capaz. Seu disco é coeso, e trabalha de maneira eficiente em cima de suas - óbvias - limitações vocais.
Existe a descrição do sentimento e os cruzamentos sinestésicos de impressões/percepções. Existe a poesia, e a crítica, e a simples necessidade de cantar algo. Um disco feito de necessidades, de títulos sóbrios e concretos, ainda que tratando de assuntos ora abstratos.
Um disco gratificante e surpreendente, rico em sua sinceridade, sobriedade, lucidez e ousadia.
Inesperadamente bom, essa é a melhor descrição.
Vale muito à pena.
Valeu!
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