sábado, abril 06, 2013

A Vida em Um Dia (não é aquele episódio do Bob Esponja, apesar de falar sobre Viver Como O Larry :)

Dia 96 - Felipe Pereira  93
Life In A Day - 2011
Dir:  Kevin Macdonald, Hiroaki Aikawa e mais 20 malucos!
Elenco: ééé... deixa quieto.

E aí, galera? Beleza? Todo mundo vivo e bem?
A minha dica de filme hoje vai ser breve (até parece) e extremamente específica. Todo mundo sabe que o Sr. Tony Scott pôs um fim à própria vida ao pular de uma ponte ano passado. Bem, até agora ninguém sabe exatamente o porquê e não é para especular que estamos aqui. Nós estamos aqui para falar de ironias. Pra que ironia maior que o fato de um dos últimos filmes do cara ser um documentário sobre a vida humana na Terra?
A Vida em Um Dia é um documentário produzido por nomes como Tony e Ridley Scott em parceria com um site de vídeos na internet que não faz lá muito sucesso, um tal de YouTube, cês conhecem?
A proposta é a de que você, sim você, cidadão aleatório, fizesse um vídeo curto contando um dia da sua própria vida, com seus amigos, com a sua família, falando sobre a sua rotina, seu trabalho, seus sonhos, seus objetivos, presenciando o nascimento de um bebê girafa, de um bebê humano ou o nascer do sol. Mostrando o dia de um garoto asiático que engraxa sapatos para sustentar a família ou do garotão que quer mostrar ao mundo o seu Lamborghini.
A ideia era que cada um que se interessasse pela proposta deveria filmar a própria vida num dia específico (24 de junho de 2010), responder a uma pergunta simples (algo tipo como é um dia na sua vida, ou o que você ama) por meio das filmagens, se inscrever no canal oficial do projeto e enviar seu vídeo contando como é um dia da sua jornada na Terra.
O resultado? Cerca de 4500 horas de vídeos vindas de 192 países ao redor do mundo. Todo tipo de gente. Gente pobre, gente rica, gente preta, branca, gente casada, gente solteira, jovem, velho, saudável ou moribundo, hétero ou homossexual. Funcionários de zoológicos, enfermeiras em maternidades, mães, pais, soldados em exercício no meio de uma guerra, todos querendo mostrar alguns minutos do seu próprio mundo. E vários deles (dos selecionados) receberam crédito como diretor do filme, mais de vinte diretores, alguns até conhecidos, como Kevin Macdonald, diretor de O Último Rei da Escócia.
O que dá uma ideia fantástica: apesar de habitarmos o mesmo planeta, nenhum de nós vive no mesmo mundo. Nenhum de nós venera o mesmo deus. Nenhum de Nós é uma banda ótima!
Parei.
Centenas de culturas, religiões ou falta delas, vidas simples, vidas felizes ou vidas miseráveis em 192 regiões do mundo! Gente que se orgulha de seus filhos, gente que se orgulha de seus pais, de seu país, de seu trabalho, de suas tatuagens, de sua fé, de sua coleção de facas, de seu IPod, ou da bolsa de marca.
A edição veloz e a diversidade de histórias faz com o que poderia ser uma chatice sem tamanho se transforme numa jornada prazerosa pela vida de totais desconhecidos. Milhares de câmeras diferentes, com resoluções porcas ou incríveis são os olhos de pessoas que respiram o mesmo oxigênio que eu e você nesse exato momento. Pessoas com vidas e com problemas, pessoas que amam pessoas, pessoas que trabalham em empresas e vivem em casas, como eu e você, igual, só que diferente.
Homens e mulheres, meninos e meninas, jovens, velhos, cristãos, ateus, aqueles que simplesmente não se importam, cada um deles abrindo a porta da própria casa e mostrando um pouquinho de suas vidinhas.
4500 horas de vida condensadas em 90 minutos de vídeo que passam num piscar de olhos simplesmente por que a qualquer momento um pedaço da sua vida pode estar ali, na tela, mesmo que você não tenha enviado um vídeo, mesmo que você nem assista ao filme.
É algo descomunal, indescritível e totalmente fora dos padrões. Você vê vidas boas, vidas não tão boas assim, pessoas incríveis, pessoas questionáveis, todo tipo de gente que faz o que bem entende da própria vida e então você percebe algo que você sabe há muito tempo, mas talvez não tenha noção da proporção, talvez não tenha pensado na responsabilidade e nas possibilidades.
Você percebe que você, sim você...
Você tem uma vida.
Uma coisa que é concedida a poucos e todos tem apenas uma. E é responsabilidade sua decidir o que fazer com ela, tendo em mente que você não terá uma nova se não der certo com essa. E isso é fantástico.
Da hora a vida, né não?
Eu disse que ia ser breve e específico? Deixa pra lá :)
Ps: o filme foi lançado diretamente no Youtube e pode tanto ser assistido lá mesmo quanto ser baixado sem peso na consciência. Vou deixar aqui o link do canal no YouTube para quem quiser ver. Eu digo que vale a pena e que você não vai se arrepender, pequeno gafanhoto!
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