quarta-feira, janeiro 23, 2013

Ultra - Depeche Mode, ou: O lado sombrio do Amor

Michel 23. Dia 23.

O lado sombrio do amor... quem nunca sofreu por uma paixão não correspondida, ou por um amor daqueles meio sociopatas? Quem nunca teve ou se viu vítima de uma louca crise de ciúmes? Quem nunca engoliu toneladas e quilômetros de orgulho para correr atrás de alguém que - depois você vê com clareza - não vale a pena?

Se você disse "Eu não", levante da cadeira, desligue o computador e vá viver, seu nerd de m*rda. A vida é muito mais que jogar WOW e assistir The Big Bang Theory.

Muito mais.

E ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, amor não é um mar de rosas. Eu sei, isso é clichê pra caramba, mas puxa, meu amigo/minha amiga, quem ama de verdade sofre, se sacrifica, cede, perde para não perder, finge entender, pede desculpas sem ter feito nada de errado, sai para lugares que não gosta com pessoas que não são da "sua turma"...

E não há pecado nisso.

O que eu acho bacana no som do Depeche Mode são os temas recorrentes. Uma sexualidade suja e pecaminosa, amores proibidos e radioativos, beijos e abraços cheios de culpa, perdões que nunca forma nem serão dados, relacionamentos com pessoas desagradáveis e desaconselháveis...

E a música deles, dark, sombria, mas sem modismos - porque eles praticamente iniciaram isso, cara. Depeche Mode é, em si, um estilo próprio.

 Ultra é o nono álbum de estudo deles. É um disco entrópico, orgânico, visceral, dúbio, de uma masculinidade feminina - embora viril em sua execução e na maneira como se posta diante das situações que causaram a necessidade de fazer as músicas.

Isso. Depeche Mode é sobre necessidade. Ultra é a necessidade de amar o apesar - apesar da sujeira, da proibição, do pecado - e amar também o "com tudo". Amar com tudo o que a outra pessoa tem, tudo o que a pessoa é e o que ela pensa de si mesma.

Amar ao outro de uma maneira egoísta e completamente animal. O amor espiritual que fique para os anjos e santos! Eu amo cabelos e suor e cicatrizes e ferimentos e sangue e saliva. Eu amo a carne que busca a carne.

Hoje não vou pedir atenção para determinadas faixas. Esse disco é completamente bom, uma peça orgânica, para se ouvir num momento de nostalgia e sofrimento, para refletir sobre o amor romântico e as ilusões que o geram e que o alimentam.

Por quê o príncipe e a princesa encantados não têm graça nenhuma diante dos vilões da História.

E o que era para ser um post curtinho no dia do Domínio Próprio do 01PD torna-se um tratado niilista e sombrio sobre o amor entre pessoas de carne e sangue.

Típico, Senhor Euclides. Típico.

Classificação:




Desejo a todos uma boa noite e que continuemos a frequentar esta casa instável e imprevisível chamada 01 Por Dia.

Abraços a todos e cuidem-se bem!

P.S: Hoje quase ia sendo feriado no 01PD, para comemorar o Dia do Domínio. Mas vamos guardar essa folguinha pra um momento de necessidade - leia-se: "Quando o Velox e seu serviço decadente nos deixar na mão", ou a Companhia energética, ou um P.E.M., ou um Apocalipse Zumbi, ou...

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